Há alguns anos postei, numa comunidade do orkut, da qual muitos que me
lêem aqui faziam parte, que o ensino obrigatório do castelhano (também
conhecido vulgarmente como espanhol) nas escolas brasileiras era parte
de um plano oculto de expansão da ideologia comunista no continente,
através do projeto mor da hispanidade. À época, o governo brasileiro, já
submisso a interesses estrangeiros, nem exigia a reciprocidade, ou
seja, que os outros países do continente adotassem o ensino obrigatório
da língua de Camões, baseado que estava (e continua) no surrado sofisma
de que somos "o único país do continente que fala português". É um
sofisma, ou seja, um argumento com aparência de verdade, apenas formal,
com intento de validar uma mentira, já que tal assertiva dá a impressão
de que somos minoria quase inexpressiva quando somos, de facto, metade
de todo continente ou até mais, em território, população e economia.
Pois bem, na altura chegaram mesmo a dizer que eu estava exagerando e
coisa e tal...
Antes de desenvolver mais esse tema, faço a ressalva de que as palavras
hispânia, assim como suas derivadas, "hispânico", "hispanidade" e demais
podem incluir, no seu significado primevo, a Lusitânia. Entretanto,
trabalho com o significado corrente e eminentemente cultural, forjado
historicamente, que faz delas afeitas, quase que exclusivamente, nos
dias de hoje, à Espanha. Não se trata de manipular os significados como
fazem hoje os norte-americanos em relação às palavras "latino" e
"hispânico", fruto do racismo e da ignorância, senão consagrar o uso
corrente que, por valorização da identidade luso-brasileira, deixa,
originalmente, a expressão hispânico para tudo o mais da península,
menos Portugal. PORQUE NÃO QUEREMOS FAZER PARTE DA ESPANHA OU DA
REPUBLICA BOLIVARIANA, E DIZEMOS ISSO DO ALTO DE NOSSA AFIRMAÇÃO
IDENTITÁRIA.
É claro que nada tenho contra a língua de Cervantes e seria ridículo que
tivesse. Entretanto, claro já estava (e está) que esse projeto tinha um
carácter eminentemente político ideológico, não de integração cultural
entre iguais, mas de uma submissão política, ideológica e cultural com
vistas a formar a futura União das Repúblicas Socialistas Sul Americanas
(bolivarianas), a tal "pátria grande" à qual Bergoglio aludiu
recentemente, seguindo as orientações dos seus mestres da Teologia da
Libertação (TL).
A TL é a tentativa impossível de conciliação do cristianismo com o
marxismo e tem u`a marca indelével que é a da "HISPANIDAD". A
hispanidade é um projeto de poder e de hegemonia cultural há muitos anos
acalentado por herdeiros da tradição espanhola que jamais aceitaram o
facto de que Portugal, no espaço europeu, e a América Portuguêsa, no
Novo Mundo, não se submetessem aos seus ditames. Nesse sentido,
sobrepõe-se mesmo à alguns (supostos) antagonismos político-ideológicos.
Seus mentores iniciais não são os comunistas, que apenas seguiram,
convenientemente, nessa esteira, mas os loyolistas, rebentos mais
vetustos do humanismo e do racionalismo que levaram ao modernismo,
iluminismo e liberalismo; loyolistas que disseminaram o ódio contra o
Reino Unido e os EUA em suas instituições de ensino na Espanha e na
América Hispânica.
Os jesuítas são uma ordem basicamente castelana e jamais digeriram a
derrota da invencível armada para os ingleses em 1588 e a derrota para
os EUA na Guerra Hispano Americana de 1898. Bergoglio, mais
particularmente, talvez não tenha digerido a surra que os militares
argentinos, os mesmos que torturaram mulheres e crianças, levaram dos
ingleses em 1982 nas Malvinas. Os inacianos surgiram para ser os
campeões da contra-reforma mas incorporaram totalmente a ascese
protestante e sua convicção imanentista. Em contraposição à ética (e
estética) protestante, os loyolistas inventaram o pobrismo (a ser
tratado num próximo texto), tão materialista e utilitário quanto o
protestantismo. Tanto a TL quanto o comunismo sul americano são
tributários de valores do liberalismo e dessa ideia de "pátria grande",
para opor-se ao que eles chamam de bloco anglo-saxão, e agora, mais
recentemente, de "império", fruto do modernismo como eles, mas seus
vencedores na disputa pela hegemonia no mundo ocidental. A grande aposta
da Igreja Católica (conciliar), hoje dominada pelos inacianos que, com a
eleição de Bergoglio, chegaram finalmente ao centro do poder, é formar
um outro bloco, para tentar evitar a consolidação e desenvolvimento do
capitalismo na América Latina, formando no continente sua grande base de
apoio junto, futuramente, à China, sua outra grande aposta. Com isso,
estão abandonando os cristãos do Oriente Médio à sua própria sorte e
calando diante do terrorismo islâmico, este último um aliado tácito dos
governos comunistas latino americanos pelo simples facto de moverem
guerra contra os EUA. É o anti americanismo de "babar na gravata", anti
americanismo raivoso e recalcado. O Brasil, felizmente, teve um processo
histórico diferente dos seus vizinhos hispânicos. A monarquia
bragantina salvou-nos do caudilhismo tipicamente cucaracha. Outra
diferença importante foi a expulsão dos jesuítas, que devemos creditar
ao Marquês de Pombal que, embora sendo pedreiro livre, com essa atitude
ajudou a retardar o processo revolucionário no Brasil, mesmo que os
inacianos tenham voltado. O facto é que, por termos menos loyolistas na
América Portuguêsa do que na América Hispânica, por ser a Companhia de
Jesus essencialmente espanhola, conseguimos um pouco mais de proteção
ante o mal maior que estava por vir. Talvez não consigamos resistir à
corrupção trazida por esses celerados, mas temos mais condições de
enfrentá-los.
Recentemente vi o discurso de um destacado dirigente do PT, em reunião
na Venezuela, onde ele falava, de forma muito recalcada, do "império"
(leia-se, "império americano" ou "estadunidense", como querem os
bolivarianos). O recalque é tanto que nem o nome do país consegue dizer.
É um dirigente desses oriundos da classe média urbana, aculturado e
estrangeirado, que não sabe o que é o Brasil profundo e pouco sabe da
nossa história. Nossas "autoridades" estão embarcando nessa esparrela por
ódio ideológico e por total ignorância.
Com efeito, há mais aversão, genuína, à cultura norte-americana entre
conservadores e tradicionalistas do que entre comunistas. Pelo simples
facto de que os conservadores e tradicionalistas são identitários,
porque valorizam sua própria cultura e não porque odeiem o diferente.
Porque sabem que nossa tradição cultural latina é muito mais rica que a
base bárbara e pagã dos países anglo saxões e protestantes. A suposta
aversão dos comunistas hispânicos ao tipo de sociedade que prosperou nos
EUA é apenas aquela de quem não foi convidado para a festa, de quem tem
seu antípoda como o seu obscuro objeto do desejo. É facto sabido que os
comunistas latino americanos apreciam muito as compras no "grande
irmão" do norte. Se 10 vezes lhes for dado escolher entre ir à Europa ou
ir à Miami ou Nova Iorque, em nove escolherão Miami e Nova Iorque. São
os que, no Brasil, conhecemos por "esquerda ballantines", "esquerda
caviar" ou "esquerda playmobil", conforme a geração. Visitam a ilha
prisão apenas uma vez na vida, para dizer em reuniões de convívio social
onde jactam-se de sua "culpa cristã" (mesmo tendo abjurado há muito do
catolicismo) e pavoneiam-se com seu orgulho de (pseudo) intelectuais
comunistas.
Sucede que Portugal e Brasil nada têm a ver com esses recalques de
nossos vizinhos. Portanto, essa tal hispanidade não nos toca, em
hipótese alguma. Que arrebentem-se nessa aventura e parem de tentar
impor suas frustrações ao mundo lusófono. Jamais falaremos castelhano.
FALAREMOS PORTUGUÊS SEMPRE, POR MAIS QUE TENHAMOS ESTRANGEIRADOS E
ACULTURADOS DE TODOS OS TIPOS ENTRE NÓS. PERMANECEREMOS.
Para todos que reivindicam-se do conservadorismo e da tradição, mormente
os católicos monárquicos (monarquistas) portuguêses e brasileiros, um
alerta: Alguns sítios na internet, supostamente tradicionalistas,
passaram recibo de que fazem, infelizmente, o jogo desse projeto da
Hispanidad e que de tradicionalistas e monárquicos nada têm. São apenas
liberais e modernistas, muito mal resolvidos política e culturalmente,
que estão mergulhados de cabeça nesse projeto que reune o Bergoglio e os
inacianos, mais os comunistas, incluindo o PODEMOS (neo comunista),
alguns grupos miguelistas portugueses, carlistas (Comunion
Tradicionalista Carlista), Opus Dei (neo protestante) et caterva. Parece
teoria da conspiração mas não é, e trago as provas.
A Espanha está prestes a fragmentar-se, o que seria um desastre para seu
projeto imperial, que estende-se, culturalmente, pelas Américas.
Carlistas e Opus Dei, junto com os loyolistas, são adeptos dos mais
entusiastas do liberalismo e da ideía do estado nacional que passa por
cima de todas as identidades e que teve seu nefasto embrião no
absolutismo régio, esse já uma distorção da monarquia tradicional. É
compreensível que esses grupos de filiação espanhola atacassem o projeto
independentista catalão. Afinal, não foi por acaso que a Espanha tenha
sido uma presa do liberalismo antes de Portugal, exactamente pela força
dos jesuítas. Mas o que não seria possível imaginar é que os portugueses
monárquicos fossem também contra a independência da Catalunha. E o
motivo pelo qual o são, além de sua filiação ideológica afim, é o facto
de que grupos miguelistas são ligados, por obediência, a grupos
carlistas.
A "prova dos nove" aconteceu recentemente. Os espanhóis, prestes a
perder a Catalunha e com medo de retomar Gibraltar aos ingleses,
resolveram partir para cima de Portugal querendo parte do nosso mar
territorial. Sabem qual foi a repercussão disso em alguns sítios
miguelistas? Nenhuma. Vi mais de uma postagem sobre a cobiça dos
espanhóis em relação às Selvagens e ao nosso mar territorial em um sítio
dito da lusofonia mantido por miguelistas. Nenhuma manifestação por
parte deles. E não é por acaso que alguns desses mesmos miguelistas
sejam fãs do também neo comunista Puttin e tenham, em suas ligações
sugeridas, vários sítios fascistas, integralistas, integristas,
carlistas e vários outros adeptos da união ibérica e do projeto da
hispanidad. A esses somam-se os comunistas, em função do projeto
específico na América Latina, e neo comunistas eurasianos, PORQUE ALGUNS
PROJETOS DE PODER TORNAM-SE IDEOLOGIAS POR CIMA DAS IDEOLOGIAS.
U`a máxima, para quem pretende entender o que é o pensamento
tradicionalista, conservador, católico e monárquico luso brasileiro:
qualquer grupo que dê loas à Espanha e tenha ligações com grupos
fascistas ou comunistas, nada tem de português e tampouco de
tradicionalista. E, muito mais que isso, QUALQUER GRUPO QUE APOIE
QUALQUER PROJETO DE HEGEMONIA ESPANHOLA, LEVE O NOME DE IBERISTA,
HISPANISTA OU O NOME QUE INVENTAREM PARA DESPISTAR, NADA TEM DE
PORTUGUÊS E TAMPOUCO DE TRADICIONALISTA.
Esses modernistas e liberais, pseudo católicos, pseudo monárquicos e
pseudo defensores de nossas tradições lusas, que gostam de dar vivas à
Espanha católica e una vão perder, mais uma vez. Seu lema esfarrapado já
foi cunhado baixo hegemonia do liberalismo. A Espanha já não é, há
muito tempo, católica, porque é liberal e não pode ser una porque,
culturalmente, é uma impossibilidade, uma ilusão que o próprio estado
liberal tentou fazer virar realidade, contudo sem êxito.
Quanto à Igreja Católica, não a verdadeira, mas a conciliar, neo-pagã e
filo protestante, a do CVII, ora dominada pelos inacianos que coloca os
seus bispos para rebolar em eventos como o encontro da JMJ (Jornada
Mundial da Juventude), onde os jovens são incentivados a levar camisetas
e faixas com a imagem do assassino e racista Che Guevara, prova inequívoca da hegemonia do projeto liberal-comunista hispânico, enfim,
quanto a ela valem as palavras do Papa (São) Pio X.
Fica claro, pois, que a proposta de tornar o ensino do castelhano
obrigatório no Brasil faz parte de um plano maior de imposição da
hegemonia cultural hispânica sobre todo o continente americano via
comunismo e com apoio da Igreja Católica (conciliar), seus principais
protagonistas, e que leva, à reboque, outros rebentos do liberalismo
como fascistas, Carlistas, Miguelistas e Opus Dei. Com efeito, as ideias
de hispanidade e comunismo estão de tal forma imbricadas, como provam
os últimos acontecimentos por ocasião da vinda de Bergoglio à América do
Sul, que não se pode mais dizer, com certeza, quem é o Cavalo de Tróia
de quem.
Fica claro, também, que para a salvação do ocidente, precisamos
restaurar culturalmente a Europa e, sobretudo, apoiar a auto
determinação da Catalunya, como forma de derrotar de vez o projeto
espanhol de dominação do mundo lusófono, este, alicerce fundamental do
ocidente.
No continente Sul Americano esses grupos e seus líderes querem, na
prática, que o Brasil, a maior economia da América Latina, sustente seus
projetos de poder para enriquecer às custas do povo brasileiro e
ostentar seu falso orgulho intelectual, já agora totalmente
desmoralizado.
O atual governo do Brasil, comunista, tão ou mais entreguista e lesa
pátria que os anteriores, está empenhado em alienar nossa soberania aos
hispânicos utilizando os recursos provenientes do assalto que promovem
às empresas estatais brasileiras.
Mas não os deixaremos vencer, porque o espírito de Aljubarrota estará
sempre presente. Não deixaremos que o sangue de nossos antepassados
tenha corrido em vão.
Jamais haverá um Brasil hispânico!
Jamais seremos governados a partir de Madrid, Buenos Aires, Caracas ou Havana!
Jamais conseguirão roubar o mar territorial e as ilhas portuguesas!
Jamais falaremos castelhano!
Viva a nossa língua, o galego-português!
Viva Portugal!
Viva o Brasil!
Viva a lusofonia (galegofonia)!
Aljubarrota Sempre!
Todos juntos, da Galiza ao Timor!
Em o dia 14 de agôsto de 2015, 630 anos da Batalha de Aljubarrota, às
margens da Lagoa Rodrigo de Freitas, nessa Mui Leal e Heróica Cidade de
São Sebastião do Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário