sábado, 17 de março de 2007

Biografias do Artur Cesár Ferreira Reis e Antonio Loureiro

REIS (A. Cézar Ferreira ) nasceu em Manaus a 8 de janeiro de 1906 e faleceu no Rio de Janeiro a 7 de fevereiro de 1993, com 87 anos. Viveu intensamente o século XX, assinalado no mundo amazônico, de forma indelével, pela sua atuação dignificante, marcante personalidade e a sua inegável erudição. Fez todos os seus estudos em Manaus, nos antigos Grupos Escolares Marechal Hermes e Saldanha Marinho e no Ginásio Amazonense Pedro II. O seu curso de bacharel em Direito foi iniciado em Belém, continuado em Manaus, porém concluído na Universidade do Brasil, no Rio de Janeiro, em 1927. Professor, historiador e amazonólogo, Arthur Reis teve uma paixão especial pelo Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas - IGHA, onde tomou posse com apenas 20 anos de idade, a 25 de março de 1926. O IGHA havia sido fundado 9 anos antes, no mesmo dia e mês do seu ingresso. Resulta, então, o fato de ter pertencido ao IGHA durante 67 anos. Um fenômeno. Em 1968, quando foram criadas as poltronas para identificar os sócios efetivos do IGHA, lhe foi reservada a atual poltrona n.º 39, cujo patrono é Manoel da Gama Lobo d'Almada, o bravo soldado lusitano, herói amazônico e governador da Capitania de São José do Rio Negro de 3-10-1786 a 27-10-1799. Será considerado, pelos tempos afora, Presidente Perpétuo do IGHA, por decisão tomada pela diretoria daquele Sodalício, a 20 de março de 1977. Na Academia Amazonense de Letras ocupou a partir de 27 de janeiro de 1967 a cadeira n.º 13 cujo patrono é Estelita Tapajós (José E. Xavier Monteiro T., 1860-1902). A sessão solene daquela data foi presidida pelo acadêmico Alvaro Maia. Recepcionado pelo acadêmico Djalma Batista, o saudoso médico fez esta interessante observação: "Sempre me assombrou a vossa capacidade de ver e investigar, de interpretar os frutos de vossas observações e pesquisas e de escrever. Porque nunca fizestes somente isto: sempre desempenhastes funções públicas e ensinastes em vários locais e até em cidade diferentes (como Rio e Petrópolis). Tenho às vezes a impressão de que viveis em permanente estado febril". Desde que escreveu e publicou os seus primeiros artigos, em 1923, até o seu falecimento, em 1993, entre livros, ensaios, artigos, conferências, discursos, é detentor da publicação de mais de 300 títulos. Levando em conta os demais encargos que assumiu durante a sua vida, estes números representam um fenômeno. Assim, a relação completa da sua bibliografia representaria um atentado volume. Em verdade os livros representaram uma outra paixão na sua vida. A Secretaria de Estado da Cultura do Amazonas montou e fez funcionar em Manaus a Biblioteca Arthur Reis, guardando com muito zelo e de maneira correta e moderna, o seu acervo bibliográfico de mais de vinte e dois mil volumes. Certamente a melhor homenagem prestada a esse homem inigualável, que hoje pertence, definitivamente, à História do Amazonas. No seu trabalho Apresentando Dimensões do Brasil, assim escreveu: Uma nação constrói-se, ao longo do tempo, pelo esforço bem conduzido e coordenado de seus filhos, que lhe asseguram a continuidade, visando ao futuro, mas sem ignorar e preservar o passado, que é lição permanente a significar a ação dinâmica dos que a promoveram antes. Nenhum povo, em conseqüência, pode ater-se apenas ao presente para realizar-se, crescer, multiplicar-se, realizando-se efetiva e permanentemente. Mesmo entre os grupos de cultura menos avançada, essa preocupação em preservar o passado, no que ele possui de mais expressivo, é uma realidade incontestável. Na trajetória da sua vida, assumiu sempre encargos pesados e de muita responsabilidade. Como professor iniciou a sua caminhada no Colégio Dom Bosco, lecionando na Escola Normal, Sólon de Lucena, Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais; nos colégios de Belém, Moderno, Progresso Paraense e Salesiano do Carmo; na Faculdade de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e na Faculdade Católica de Petrópolis. Foi um professor nato, conselheiro e amigo de todos os alunos que o procuravam e um estupendo e exigente orientador de teses de mestrado e doutorado. Foi um servidor público exemplar, de espantosa tenacidade, sempre buscando novas realizações. Serviu no Ministério da Indústria e do Comércio, como diretor de departamento, tendo representado o Brasil em várias conferências internacionais. Foi o primeiro superintendente da SUDAM ao tempo em que atendida por SPVEA - Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia; o primeiro diretor geral do INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; presidente do Conselho Federal de Cultura. Foi Governador do Estado do Amazonas de 24 de junho de 1964 a 31 de janeiro de 1967, eleito pela Assembléia Legislativa do Estado do Amazonas, no início de um período muito conturbado da história política brasileira e, naturalmente, do nosso Estado. Antonio Loureiro é escritor, historiador e médico formado pela UniRio. É membro do Instituto Geográfico e Histórico do Amazonas (IGHA), da Academia Amazonense de Letras (AAL), da Academia Maçônica de Letras (AML), da Academia de Medicina do Amazonas e membro correspondente da Academia Nacional de Medicina. Entre os livros publicados estão O Amazonas na Época Imperial; Síntese da História do Amazonas; Gazeta do Purus; Amazonas Dez Mil Anos; A grande Crise; Tempos de Esperança; História do Grande Oriente no Amazonas; O Toque do Shofar; História da Medicina e das Doenças no Amazonas; História da Navegação no Amazonas.

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