sábado, 28 de fevereiro de 2009
Caso Battisti - 2a parte
Crise econômica - 4a parte
Crise econômica - 3a parte
Um partido que desistiu do socialismo proletário
domingo, 15 de fevereiro de 2009
A lenda do jogo de xadrez
Desemprego e fome nos EUA
Desemprego e fome se espalham... nos EUA* - *15/2/2009* - http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=20006 A primeira reação costuma ser de espanto, e é seguida de uma pergunta: como é que os cidadãos do país mais rico do mundo podem chegar a um nível financeiro tão desesperador? Em seguida, surge entre eles próprios a segunda reação: lamentar-se com uma dose de constrangimento misturada à outra de vergonha. Isso é perceptível até mesmo no jargão oficial do governo. A reportagem é de *José Meirelles Passos* e publicada pelo jornal *O Globo*, 15-02-2009. Suas estatísticas mostram que hoje uma em cada nove residências é habitada por pessoas com "insegurança alimentar". Esse passou a ser o termo usado para se admitir, de forma menos chocante, de que se tratam de famílias que chegam a passar fome. O desemprego crescente — que já atinge a marca de 22,6% em alguns casos — é uma das maiores causas dessa realidade. Nada menos do que 3,6 milhões de pessoas ficaram sem trabalho desde dezembro de 2007, quando começou a recessão. E a estimativa é que mais dois milhões engrossarão esse contingente até dezembro próximo. Os chamados "Centros de Carreira", 2.942 postos federais de treinamento e ofertas de empregos, criados pelo Congresso dez anos atrás, jamais foram tão freqüentados como nos últimos meses. Eles passaram a ser definidos como "prontos-socorros" da economia americana: — O que estamos vendo é um show de horror! – afirmou *Lawrend Mishel*, presidente do Economic Policy Institute, um centro de pesquisas econômicas de Washington. *Classe média faz bico para enfrentar crise * Cerca de 40 milhões de pessoas nos Estados Unidos não têm o suficiente para comer. O número de americanos sobrevivendo graças a cupons alimentares distribuídos pelo governo já ultrapassou pela primeira vez, em novembro passado, a cifra de 30 milhões. Trata-se, na verdade, de um cartão eletrônico para ser usado unicamente em supermercados e armazéns. Para ter direito a ele, o chefe de família precisa ter uma renda abaixo do equivalente a 130% do índice federal de pobreza (pouco menos de US$ 2.300 mensais para uma família de quatro pessoas). Só que o cartão compra cada vez menos, apesar de ser ajustado de acordo com a inflação. O seu valor hoje — US$ 110 mensais — é US$ 64 menos do que seria o necessário para se levar para casa alimentos suficientes para cobrir a dieta básica estipulada pelo Departamento de Agricultura, para uma família de quatro pessoas. Por isso, muitas vão também aos centros de caridade que servem refeições diárias: a procura aumentou 20% nas áreas mais ricas e 40% nas mais pobres. O aperto está atingindo em cheio inclusive a classe média. *Richard*, que tinha um ótimo emprego até dezembro passado, está conseguindo viver sem aquela ajuda — ainda que a um custo que define como igualmente humilhante. Ele era alto funcionário na *General Dynamics*, firma aeroespacial sediada em Falls Church, vizinha da capital americana, e que também produz submarinos e sistemas avançados de combate para o Pentágono. *Richard*, de 56 anos, ganhou o suficiente para comprar uma ampla casa, dois carros importados e até uma lancha. Agora, faz das tripas coração para tentar manter tais bens, ao preço de uma queda vertiginosa em seu padrão de vida: ele agora trabalha à noite — das 22h às 5h — carregando mercadorias em caminhões da UPS, a firma de entregas rápidas. Dias atrás, ele comemorou o fato de ter conseguido um segundo bico, ainda que seja para trabalhar *part time*, sem benefícios, no setor que deflagrou a crise financeira: o de hipotecas, no qual se estima que mais dois milhões de casas serão arrestadas este ano. Ele começou a trabalhar numa financeira, aceitando ganhar comissão (2,5%) que é metade do que a de praxe, para cobrar hipotecas atrasadas durante algumas horas do dia. — É um trabalho ingrato. Me corta o coração bater na porta das casas e apresentar a cobrança, sabendo exatamente, na própria pele, o sacrifício que as famílias estão fazendo para conseguir sobreviver — disse *Richard*, praticamente implorando para que seu sobrenome e sua foto não fossem publicados, sob o argumento de que jamais se sentiu tão envergonhado. *Na Califórnia, mais cidades com desemprego alto* Resta saber se o pacote de estímulo econômico de US$ 787 bilhões que o presidente *Barack Obama* deverá assinar amanhã será suficiente para mudar, pelo menos em parte, a evidente deterioração no padrão de vida dos americanos. Algo realmente não vai bem quando, de uma lista de 34 cidades onde o índice de desemprego atingiu dois dígitos, 12 são da Califórnia — o estado mais rico dos EUA. E ali está o recorde nacional: em El Centro, cidade de 40 mil habitantes, onde nasceu a cantora *Cher*, nas imediações de San Diego, está com nada menos do que 22,6% de desempregados. Ali há dois casos semelhantes ao registrado em New Franklin, no estado de Ohio — onde 85% dos trabalhadores de uma fábrica de ferramentas que fechou há um ano até agora não conseguiram outro emprego.
Fúria das Opus Dei na América Latina
Caso Battisti - 1a parte
O novo nacionalismo
o".
O termo foi cunhado pelo premiê britânico, Gordon Brown, no final de
janeiro para referir-se aos países que endurecem as relações com
imigrantes e capitalistas estrangeiros. "Essa forma de
desglobalizaçã
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Filhos de políticos em escolas públicas
Crise econômica - parte 2
Darwin, o abolicionista
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Crise econômica 1a parte
*Crise leva ao corte de 20 mil na produção de frutas no NE* - *3/2/2009* http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19765 Sem encomendas dos EUA e da Europa, safras da região do Vale do São Francisco devem ser 30% menores neste ano. Região responde por 42% de todas as exportações de frutas do país; atividade emprega 240 mil pessoas e movimenta US$ 800 mi/ano. A reportagem é de *Fábio Guibu* e publicada no jornal *Folha de S.Paulo*, 03-02-2009. Os importadores europeus e norte-americanos que financiavam a produção de frutas do Vale do São Francisco, por meio de adiantamentos de até R$ 300 milhões anuais em compras antecipadas, suspenderam as operações neste ano devido à crise mundial. Descapitalizados, os fruticultores nordestinos já demitiram cerca de 20 mil pessoas e preveem uma queda de pelo menos 30% na safra 2009. O vale é responsável por 42% das exportações de frutas do país, um negócio que movimenta US$ 800 milhões por ano. A atividade emprega 240 mil pessoas na região de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) e ocupa 120 mil hectares de terras irrigadas pelo rio São Francisco. "A situação é bastante complicada", disse o diretor-executivo da Cooperativa Agrícola Juazeiro, *Avoni Pereira dos Santos,* 50. "Os compradores não estão antecipando as compras, e os preços dos produtos caíram até 70% em mercados como os Estados Unidos." De acordo com ele, a cultura mais afetada foi a da uva, produzida por 2.200 fruticultores da região. Com a crise, o preço da caixa de 4,5 kg de uva caiu de US$ 38 para US$ 14 nos EUA. Santos estima que o prejuízo dos produtores de uva chegou a US$ 110 milhões em 2008. O Vale do São Francisco produz 97% das uvas exportadas pelo país e 95% das mangas vendidas ao exterior. "De um lugar próspero, esse lugar passou a ser um pesadelo." Na empresa Logus Butiá, produtora e exportadora de uvas em Petrolina (a 790 km de Recife), quase todos os empregados foram demitidos. Dos 300 funcionários, restaram 50. Segundo *Cesar Cotrim,* diretor da empresa, em períodos normais de entressafra (novembro a janeiro), apenas 50 pessoas seriam demitidas. O restante seria utilizado na preparação dos pomares. "O problema é que estamos absolutamente descapitalizados", disse Cotrim. "O preço líquido do nosso produto exportado caiu de US$ 21 em 2007 para US$ 7 em 2008, por caixa", afirmou. "Isso representa um grande desastre", declarou. "Empatamos com o custo operacional, mas não temos como pagar os compromissos." Cotrim espera produzir neste ano apenas um terço das 2.500 toneladas de uva colhidas no ano passado. "Não há dinheiro para trabalhar a fazenda inteira", afirmou. Na opinião do vice-presidente da Valexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco), *Aristeu Chaves,* a saída para a crise na fruticultura não passa apenas pela concessão de novas linhas de crédito e renegociação dos débitos antigos. "Os empresários terão que entender que o mundo mudou com a crise", disse. "Eles vão ter que repensar o mercado e diversificar." *Chaves* sugere a intensificação dos negócios no Oriente Médio e na Ásia. "O mercado interno cresceu, mas ainda não é capaz de absorver a produção do vale", afirmou. Empresários e produtores da região se reúnem hoje, em Petrolina, com representantes do governo e de bancos estatais para discutir os problemas e a aplicação de uma nova linha de crédito, de R$ 200 milhões. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- *20 milhões de migrantes chineses perderam seus empregos* - *3/2/2009* – http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19764 Com a crise econômica global derrubando as exportações do país e fechando fábricas, 20 milhões de migrantes chineses perderam seus empregos nos últimos meses, e a expectativa é que esse número seja acrescido neste ano de até 6 milhões de pessoas que irão para as cidades e não encontrarão trabalho, gerando temores de uma onda de protestos contra o governo. A reportagem é do jornal *Folha de S.Paulo*, 03-02-2009. Segundo as estimativas oficiais, cerca de 15% dos 130 milhões de migrantes tiveram que voltar para a zona rural por não encontrarem emprego. As demissões, afirmou *Chen Xiwen*, diretor do órgão do governo de políticas rurais, foram resultado direto da crise global e do seu impacto na indústria chinesa voltada para a exportação. Ele disse ainda que o aumento do desemprego será um desafio para a estabilidade social. "O que os trabalhadores migrantes que perderam seus empregos vão fazer para obter renda quando retornarem para suas vilas? Como vão lidar com isso? Esse é um novo fator afetando a estabilidade social neste ano", disse Chen. O desemprego dos migrantes, além da vida dos próprios, afeta a região de onde saíram, já que as remessas são importante fonte de renda para as suas famílias. Para agravar a situação, o dado de 20 milhões de desempregados leva em conta apenas aqueles trabalhadores que foram demitidos e voltaram para a zona rural, não incluindo os que estão sem ocupação, mas permanecem nas cidades. Além disso, há os trabalhadores urbanos que perderam o emprego e os jovens que pretendem ingressar no mercado. O aumento do desemprego é reflexo dos dados econômicos do país, que, ainda que em muitos casos sejam positivos, estão abaixo da média dos últimos anos. As exportações -que avançavam há mais de sete anos- recuaram em novembro e dezembro do ano passado, e o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre cresceu 6,8%, expansão muito superior à dos países desenvolvidos e de boa parte dos em desenvolvimento, mas a menor registrada pela China desde 2002. Com isso, o governo, que no ano passado lançou um pacote de US$ 585 bilhões (45% do PIB brasileiro de 2007) para estimular a terceira maior economia mundial, já dá sinais de que pode ampliar o plano. Por trás do pacote, também está uma preocupação com a manutenção no poder do regime comunista, no comando desde 1949. O governo considera que precisa crescer pelo menos 8% para garantir a entrada de mais pessoas no mercado de trabalho e, assim, garantir a estabilidade social. O governo não divulga há vários anos estatísticas oficiais com o número de protestos, mas artigo de uma revista da agência estatal Xinhua prevê que as manifestações serão recorde neste ano. "O governo não deve ficar parado, desapontando os agricultores, diz* Liu Shanying,* da Academia Chinesa de Ciências Sociais. "Se eles ficarem desempregados por um longo tempo serão uma bomba-relógio." Na época dos protestos na praça da Paz Celestial, há 20 anos, o PIB chinês se desacelerou de 11,3%, em 1988, para 4,1%. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- *Trabalhadores contra trabalhadores - 3/2/2009* – http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19766 A recessão na Europa faz explodir uma tensão latente entre trabalhadores locais e milhões de imigrantes que nos últimos anos chegaram ao continente. Ontem, trabalhadores de uma usina nuclear na Inglaterra decidiram fechar a instalação em uma greve contra a decisão de uma empresa de dar postos de trabalho para italianos e portugueses. Nas obras para preparar Londres para as Olimpíadas 2012, dezenas de romenos foram demitidos para dar lugar a ingleses. A reportagem é do jornal *O Estado de S.Paulo*, 03-02-2009. Com desemprego batendo taxas recordes, vários partidos de oposição e de extrema direta já questionam governos sobre a abertura de suas fronteiras e um dos pilares da construção da UE: a livre circulação de trabalhadores. Em Bruxelas, a ordem é evitar o protecionismo. Na Itália, membros do governo já indicaram a necessidade de rever as cotas para a imigração, em uma medida explicitamente protecionista. Na Suíça, o Parlamento aprovou uma lei endurecendo os controles sobre imigrantes e, no Parlamento Europeu, uma lei será aprovada nesta semana criando duras penas contra empregadores que derem trabalho para pessoas sem visto. Mas é no Reino Unido que a tensão se transformou em uma crise política. Trabalhadores de uma refinaria da Total iniciaram uma greve diante da decisão da empresa de dar 200 postos de trabalho a estrangeiros, com salários mais baixos. O protesto se espalhou e já envolve várias regiões e centenas de trabalhadores. Ontem quase mil empregados da usina nuclear de Sellafield, no Oeste da Inglaterra, optaram por interromper o trabalho por 24 horas. Na Inglaterra, o desemprego atingiu neste mês sua maior taxa em 11 anos, com 2 milhões de desempregados. Ontem, o ministro de Indústrias do Reino Unido, *Peter Mandelson*, criticou propostas de que barreiras formais aos estrangeiros devessem ser criadas. Segundo ele, 300 mil empresas britânicas dependem de estrangeiros e as abertura das fronteiras é uma condição para a existência da UE. Mas, na surdina, o governo demitiu cerca de 200 romenos que trabalhavam ilegalmente nas obras para preparar Londres para os Jogos Olímpicos de 2012. Em Londres, o governo endurece a política antiimigração. Mas os protestos em relação aos imigrantes se proliferaram. Na sede da Total, em Paris, cerca de 600 pessoas fizeram um protesto. Na Suécia e Finlândia, casos já chegaram às Cortes Supremas. Empregados questionavam a autorização de empresas para contratar trabalhadores do Leste Europeu por salários mais baixos. A corte autorizou.