*Crise leva ao corte de 20 mil na produção de frutas no NE* - *3/2/2009* http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19765 Sem encomendas dos EUA e da Europa, safras da região do Vale do São Francisco devem ser 30% menores neste ano. Região responde por 42% de todas as exportações de frutas do país; atividade emprega 240 mil pessoas e movimenta US$ 800 mi/ano. A reportagem é de *Fábio Guibu* e publicada no jornal *Folha de S.Paulo*, 03-02-2009. Os importadores europeus e norte-americanos que financiavam a produção de frutas do Vale do São Francisco, por meio de adiantamentos de até R$ 300 milhões anuais em compras antecipadas, suspenderam as operações neste ano devido à crise mundial. Descapitalizados, os fruticultores nordestinos já demitiram cerca de 20 mil pessoas e preveem uma queda de pelo menos 30% na safra 2009. O vale é responsável por 42% das exportações de frutas do país, um negócio que movimenta US$ 800 milhões por ano. A atividade emprega 240 mil pessoas na região de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) e ocupa 120 mil hectares de terras irrigadas pelo rio São Francisco. "A situação é bastante complicada", disse o diretor-executivo da Cooperativa Agrícola Juazeiro, *Avoni Pereira dos Santos,* 50. "Os compradores não estão antecipando as compras, e os preços dos produtos caíram até 70% em mercados como os Estados Unidos." De acordo com ele, a cultura mais afetada foi a da uva, produzida por 2.200 fruticultores da região. Com a crise, o preço da caixa de 4,5 kg de uva caiu de US$ 38 para US$ 14 nos EUA. Santos estima que o prejuízo dos produtores de uva chegou a US$ 110 milhões em 2008. O Vale do São Francisco produz 97% das uvas exportadas pelo país e 95% das mangas vendidas ao exterior. "De um lugar próspero, esse lugar passou a ser um pesadelo." Na empresa Logus Butiá, produtora e exportadora de uvas em Petrolina (a 790 km de Recife), quase todos os empregados foram demitidos. Dos 300 funcionários, restaram 50. Segundo *Cesar Cotrim,* diretor da empresa, em períodos normais de entressafra (novembro a janeiro), apenas 50 pessoas seriam demitidas. O restante seria utilizado na preparação dos pomares. "O problema é que estamos absolutamente descapitalizados", disse Cotrim. "O preço líquido do nosso produto exportado caiu de US$ 21 em 2007 para US$ 7 em 2008, por caixa", afirmou. "Isso representa um grande desastre", declarou. "Empatamos com o custo operacional, mas não temos como pagar os compromissos." Cotrim espera produzir neste ano apenas um terço das 2.500 toneladas de uva colhidas no ano passado. "Não há dinheiro para trabalhar a fazenda inteira", afirmou. Na opinião do vice-presidente da Valexport (Associação dos Produtores e Exportadores de Hortigranjeiros e Derivados do Vale do São Francisco), *Aristeu Chaves,* a saída para a crise na fruticultura não passa apenas pela concessão de novas linhas de crédito e renegociação dos débitos antigos. "Os empresários terão que entender que o mundo mudou com a crise", disse. "Eles vão ter que repensar o mercado e diversificar." *Chaves* sugere a intensificação dos negócios no Oriente Médio e na Ásia. "O mercado interno cresceu, mas ainda não é capaz de absorver a produção do vale", afirmou. Empresários e produtores da região se reúnem hoje, em Petrolina, com representantes do governo e de bancos estatais para discutir os problemas e a aplicação de uma nova linha de crédito, de R$ 200 milhões. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- *20 milhões de migrantes chineses perderam seus empregos* - *3/2/2009* – http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19764 Com a crise econômica global derrubando as exportações do país e fechando fábricas, 20 milhões de migrantes chineses perderam seus empregos nos últimos meses, e a expectativa é que esse número seja acrescido neste ano de até 6 milhões de pessoas que irão para as cidades e não encontrarão trabalho, gerando temores de uma onda de protestos contra o governo. A reportagem é do jornal *Folha de S.Paulo*, 03-02-2009. Segundo as estimativas oficiais, cerca de 15% dos 130 milhões de migrantes tiveram que voltar para a zona rural por não encontrarem emprego. As demissões, afirmou *Chen Xiwen*, diretor do órgão do governo de políticas rurais, foram resultado direto da crise global e do seu impacto na indústria chinesa voltada para a exportação. Ele disse ainda que o aumento do desemprego será um desafio para a estabilidade social. "O que os trabalhadores migrantes que perderam seus empregos vão fazer para obter renda quando retornarem para suas vilas? Como vão lidar com isso? Esse é um novo fator afetando a estabilidade social neste ano", disse Chen. O desemprego dos migrantes, além da vida dos próprios, afeta a região de onde saíram, já que as remessas são importante fonte de renda para as suas famílias. Para agravar a situação, o dado de 20 milhões de desempregados leva em conta apenas aqueles trabalhadores que foram demitidos e voltaram para a zona rural, não incluindo os que estão sem ocupação, mas permanecem nas cidades. Além disso, há os trabalhadores urbanos que perderam o emprego e os jovens que pretendem ingressar no mercado. O aumento do desemprego é reflexo dos dados econômicos do país, que, ainda que em muitos casos sejam positivos, estão abaixo da média dos últimos anos. As exportações -que avançavam há mais de sete anos- recuaram em novembro e dezembro do ano passado, e o PIB (Produto Interno Bruto) do quarto trimestre cresceu 6,8%, expansão muito superior à dos países desenvolvidos e de boa parte dos em desenvolvimento, mas a menor registrada pela China desde 2002. Com isso, o governo, que no ano passado lançou um pacote de US$ 585 bilhões (45% do PIB brasileiro de 2007) para estimular a terceira maior economia mundial, já dá sinais de que pode ampliar o plano. Por trás do pacote, também está uma preocupação com a manutenção no poder do regime comunista, no comando desde 1949. O governo considera que precisa crescer pelo menos 8% para garantir a entrada de mais pessoas no mercado de trabalho e, assim, garantir a estabilidade social. O governo não divulga há vários anos estatísticas oficiais com o número de protestos, mas artigo de uma revista da agência estatal Xinhua prevê que as manifestações serão recorde neste ano. "O governo não deve ficar parado, desapontando os agricultores, diz* Liu Shanying,* da Academia Chinesa de Ciências Sociais. "Se eles ficarem desempregados por um longo tempo serão uma bomba-relógio." Na época dos protestos na praça da Paz Celestial, há 20 anos, o PIB chinês se desacelerou de 11,3%, em 1988, para 4,1%. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- *Trabalhadores contra trabalhadores - 3/2/2009* – http://www.unisinos.br/_ihu/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=19766 A recessão na Europa faz explodir uma tensão latente entre trabalhadores locais e milhões de imigrantes que nos últimos anos chegaram ao continente. Ontem, trabalhadores de uma usina nuclear na Inglaterra decidiram fechar a instalação em uma greve contra a decisão de uma empresa de dar postos de trabalho para italianos e portugueses. Nas obras para preparar Londres para as Olimpíadas 2012, dezenas de romenos foram demitidos para dar lugar a ingleses. A reportagem é do jornal *O Estado de S.Paulo*, 03-02-2009. Com desemprego batendo taxas recordes, vários partidos de oposição e de extrema direta já questionam governos sobre a abertura de suas fronteiras e um dos pilares da construção da UE: a livre circulação de trabalhadores. Em Bruxelas, a ordem é evitar o protecionismo. Na Itália, membros do governo já indicaram a necessidade de rever as cotas para a imigração, em uma medida explicitamente protecionista. Na Suíça, o Parlamento aprovou uma lei endurecendo os controles sobre imigrantes e, no Parlamento Europeu, uma lei será aprovada nesta semana criando duras penas contra empregadores que derem trabalho para pessoas sem visto. Mas é no Reino Unido que a tensão se transformou em uma crise política. Trabalhadores de uma refinaria da Total iniciaram uma greve diante da decisão da empresa de dar 200 postos de trabalho a estrangeiros, com salários mais baixos. O protesto se espalhou e já envolve várias regiões e centenas de trabalhadores. Ontem quase mil empregados da usina nuclear de Sellafield, no Oeste da Inglaterra, optaram por interromper o trabalho por 24 horas. Na Inglaterra, o desemprego atingiu neste mês sua maior taxa em 11 anos, com 2 milhões de desempregados. Ontem, o ministro de Indústrias do Reino Unido, *Peter Mandelson*, criticou propostas de que barreiras formais aos estrangeiros devessem ser criadas. Segundo ele, 300 mil empresas britânicas dependem de estrangeiros e as abertura das fronteiras é uma condição para a existência da UE. Mas, na surdina, o governo demitiu cerca de 200 romenos que trabalhavam ilegalmente nas obras para preparar Londres para os Jogos Olímpicos de 2012. Em Londres, o governo endurece a política antiimigração. Mas os protestos em relação aos imigrantes se proliferaram. Na sede da Total, em Paris, cerca de 600 pessoas fizeram um protesto. Na Suécia e Finlândia, casos já chegaram às Cortes Supremas. Empregados questionavam a autorização de empresas para contratar trabalhadores do Leste Europeu por salários mais baixos. A corte autorizou.
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Crise econômica 1a parte
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário