quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

General Osório

História
Osório nunca precisou ser um Caxias
Edição Impressa 148 - Junho 2008 - Pesquisa FAPESP
Tolstoi estava tristemente correto ao escrever que um povo feliz não tem história. Daí lançar-se mão para lembrar as pessoas de que elas têm motivos para estarem infelizes e que é preciso "remediar" o passado. "O Brasil tem uma dívida histórica com o Paraguai, que se pode pagar com a concessão de um tratamento diferenciado nas relações entre os dois países. No caso de Itaipu, o Brasil deveria pagar a preço de mercado – e não a preço de custo, como prevê a parceria – a energia excedente que o Paraguai não consome", afirmou, em entrevista, o novo presidente paraguaio, Fernando Lugo, invocando, em nome de questões atualíssimas, a velhíssima Guerra do Paraguai (1865-1870). "O presidente Hugo Chávez recordou ao presidente Lugo sua admiração pela luta histórica do povo paraguaio, digno herdeiro da memória do marechal Francisco Solano López, e coincidiram na necessidade de continuar construindo a União de Nações Sul-americanas sobre a base da reivindicação da história de luta de nossos povos", reitera a nota emitida pela chancelaria venezuelana sobre o telefone dado por Chávez ao colega recém-eleito.
"López foi o grande patriota latino-americano, humilhado pela aliança da tríplice traição a América Latina, seus homens e suas mulheres", declarou recentemente a presidente argentina, Cristina Kirchner, que batizou uma unidade do Exército argentino em homenagem a López. A tese da "dívida histórica" é dividida também por brasileiros, como o senador Cristovam Buarque, que defende mudanças no acordo sobre Itaipu: "Não podemos simplesmente negar ao Paraguai o direito de pedir o reajuste. Nós não podemos esnobar o Paraguai. Até porque temos uma dívida com esse nosso país vizinho, já que há 138 anos matamos 300 mil de seus cidadãos na Guerra do Paraguai. Em proporção, seria como se matassem 9 milhões de brasileiros". Não é de hoje que ditadores, como Stroessner, e militantes de esquerda se unem na condenação da Guerra do Paraguai como um "massacre imperialista" feito pelo Brasil, em suposto conluio com a Inglaterra, que teria dizimado as chances de grandeza paraguaia, ou nas palavras de Lugo: "Há um reconhecimento da dívida histórica com o Paraguai. Acreditamos na Justiça e o Paraguai deveria voltar a ocupar o lugar que ocupava: o país mais desenvolvido, o mais unido, que tinha um projeto econômico diferenciado".
Assim, por mais inusitado que possa parecer, o presente é um ótimo momento para voltar a falar de figuras-chave de um conflito tão antigo. Como na nova biografia do general Osório (General Osório, Companhia das Letras, 262 páginas, R$ 35,50), lançada no bicentenário de seu nascimento, escrita pelo historiador Francisco Doratioto, autor de Maldita guerra, uma história revisionista da Guerra do Paraguai, que põe abaixo mitos como o extermínio da população masculina paraguaia, os ideais modernizantes de López e a vitimização do Paraguai. "Quem fala em traição ou está mal informado ou tem segundas intenções. López foi o agressor, que invadiu os vizinhos. Não houve a tal industrialização paraguaia e nunca existiu a tal idade de ouro do Paraguai. López não era um paradigma de progresso, de luta contra o imperialismo, nem um construtor de sociedades modernas", explica. "O revisionismo argentino e uruguaio é de esquerda e o paraguaio era um nacionalismo de direita que buscava legitimar um ditador como Stroessner usando a figura de outro ditador, López." A história não foi bem servida em nenhum dos casos. "No Paraguai, a exaltação de López serviu à ditadura; no Brasil, a satanização da guerra e do comando brasileiro serviu de arma de combate à ditadura", observou, com sabedoria, José Murilo de Carvalho.
A confusão sobre a real dimensão do conflito e de seus personagens, porém, não se restringe apenas a interesses comerciais ou oportunismo político. O comandante do Exército brasileiro no Paraguai, Osório, também sofreu com a reescrita interessada da história. "O Exército de Caxias, como se autodenomina hoje a instituição, foi por um bom tempo o Exército de Osório e essa mudança só pode ser entendida se relacionadas as trajetórias política e militar dos dois generais com o contexto histórico em que foram adotados como personagens paradigmáticos", avisa Doratioto. "Afinal, embora nos dias atuais eles sejam lembrados como militares, também foram políticos e, em certas épocas, se dedicaram mais à política que ao Exército." O Partido Conservador, pelo qual Caxias se elegeu senador, defendia o Estado centralizado e a manutenção da ordem social. Osório era do Partido Liberal, que priorizava a descentralização do poder e a maior participação dos cidadãos no processo político. Caxias era o Exército de elite, formado na Academia, enquanto Osório era o Exército que vinha de baixo (e que, na velhice, confessou seu horror pela vida militar) e que relevava pequenas transgressões, formalismos e aparências. Daí a razão da jovem República, feita por golpe militar, nota Doratioto, sem ter símbolos, ter que descobrir em Osório o "pré-republicano", a ponto de, em 1894, Floriano Peixoto dirigir uma manifestação popular para a inauguração da estátua do general no Rio de Janeiro, na atual Praça XV.
"Foi o primeiro general brasileiro a pisar no território paraguaio e enquanto Caxias e outros militares e políticos brasileiros desconfiavam do presidente argentino Mitre (o líder da Tríplice Aliança contra o Paraguai), afirmando que ele agia para prolongar o conflito, quer devido a ganhos financeiros que proporcionava à Argentina, quer para enfraquecer o Império, Osório foi um dos poucos militares brasileiros que não partilhavam desse sentimento", afirma Doratioto. O aventureiro inglês Richard F. Burton, cônsul inglês em Santos e observador britânico no cenário da guerra, relatou que os soldados admiravam Osório e acreditavam que "ele tinha o corpo fechado e, depois dos combates, sacudia o poncho para as balas caírem". O general era visto, pelos colegas de hierarquia, como "irresponsável" pela maneira como colocava a vida em risco durante os combates. Na Batalha do Avaí, um tiro destruiu seu maxilar, mas, mais tarde, quando Caxias foi substituído pelo conde d'Eu no comando militar das tropas, não fugiu ao dever e voltou ao fronte para lutar.
No ataque à fortaleza de Humaitá, principal baluarte de defesa de López, Osório foi enviado por Caxias para averiguar o sucesso do bombardeio fluvial feito pela esquadra aliada. Enfrentando resistência, afirmou ter recebido ordens de Caxias (que nunca confirmou ter dado tal comando) para recuar, provocando pesadas perdas. "O episódio deixou feridas, exploradas por lideranças liberais, que passaram a apresentar Osório como vítima de Caxias, porque este o veria como rival", observa o autor, que lembra como, ao fim do conflito, "Osório era, à exceção de Pedro II, o brasileiro mais popular, um fato desconfortável para o governo conservador". Logo, é fácil compreender por que durante 4 décadas a principal comemoração militar brasileira ocorria no aniversário da Batalha de Tuiuti, onde Osório foi o herói do dia. Mais complexo é entender o "rebaixamento" do general a partir dos anos 1920 seguida pela elevação de Caxias, até então uma figura secundária, ao posto de Patrono do Exército.
Reinvenção - "Em contraponto ao 'esquecimento' de Caxias, havia uma celebração de Osório como grande militar, um culto em boa medida espontâneo", avalia o historiador Celso Castro, para quem as razões dessa mudança estão na preocupação do Exército com as agitações "tenentistas", que levariam à Revolução de 1930. "Mais do que a reorganização de uma instituição fragmentada, ocorreu uma reinvenção do Exército como instituição nacional, herdeira de uma tradição específica e com um papel a desempenhar na construção da nação brasileira", afirma Castro. Para tanto, foi preciso "inventar" um Caxias adequado ao novo papel simbólico exigido. "Os predicados atribuídos a Caxias – de um general disciplinado e apolítico – são parte dessa imagem criada no século XX, atendiam a interesses de uma República nacional conservadora que se esforçava para conter a indisciplina militar. Esses predicados, porém, caracterizam um 'ser militar' que não existia no século XIX", analisa a historiadora Adriana Barreto de Souza, autora da tese de doutorado O Duque de Caxias e a formação do Império brasileiro. "Entronizado nesse panteão, e após 21 anos de ditadura militar, o diálogo com Caxias se tornou mais difícil, pois ele era ou tratado com admiração irrestrita por militares, ou demonizado como patrono do Exército pela oposição que se fazia ao golpe de 1964. Ele virou o "duque-monumento", observa Adriana.
Se de início a troca da guarda Osório por Caxias serviu como forma de valorizar a legalidade e o afastamento da política, a partir do Estado Novo varguista essa mudança, embora mantida, adquiriu novos tons: "Passou-se a ressaltar as qualidades do duque como chefe militar a serviço do Estado forte e centralizado, tal qual o da ditadura de Vargas", avalia Doratioto. Essa instrumentalização persistiu após 1964, quando os militares no poder colocaram em relevo as características de Caxias que interessavam à situação vigente, como a de ter sufocado movimentos revolucionários. "Essas foram de fato suas características e, à exceção do princípio da centralização, também as de Osório. Contudo os dois generais tinham ainda como características a subordinação ao poder civil, a aversão ao caudilhismo e a repulsa ao militarismo, mas estas os ideólogos do autoritarismo não tinham interesse em lembrar e os da democracia negligenciaram em recuperar." Infelizmente, por vezes, é mais conveniente esquecer a frase de Tolstoi e trocá-la pelo pragmatismo de um Bismarck: "A história é um simples pedaço de papel impresso; o principal é fazer história, e não escrevê-la".
-- Fabrício Augusto Souza Gomes fabricio.gomes@gmail.com MSN: fabriciosgomes@msn.com

Biblioteca Virtual Europeia

Domínio dos franceses Domínio dos franceses
Pesquisa FAPESP -

A França está dominando uma biblioteca digital criada para oferecer conteúdos sobre a história, a literatura, as artes e a ciência da Europa. Quando o site Europeana (www.europeana.eu) for aberto, em meados deste mês, a metade dos 2 milhões de páginas e documentos disponíveis será escrita em francês. “Até a queda do muro de Berlim vai ser ilustrada com imagens de um documentário da televisão francesa”, disse ao jornal The New York Times Viviane Reding, responsável pelo projeto. Segundo ela, muitos dos países-membros da União Européia, que está bancando a Europeana, mostraram-se céticos em relação à iniciativa, mas agora estão mudando de idéia. O acervo irá combinar recursos digitais de museus e bibliotecas na forma de pinturas, mapas, vídeos e jornais. O material poderá ser baixado livremente pela internet e utilizado por pesquisadores, estudantes e o público em geral. O acervo vai incluir, por exemplo, a reprodução da Carta Magna da Grã-Bretanha, de 1215, e uma cópia da Divina comédia, de Dante. O projeto deve custar € 400 milhões.

Por que Gramsci?

Escrito por Carlos Nelson Coutinho
Dom, 21 de dezembro de 2008 08:09
Antonio Gramsci

Antonio Gramsci

Ao contrário do que supõem os conservadores e alguns ex-marxistas hoje “arrependidos”, o colapso do chamado “socialismo real” não significou o fim da reflexão que se inspira em Marx e na tradição marxista. Decerto, este colapso representou a crise terminal de uma específica leitura de Marx, o chamado “marxismo-leninismo”, que não passava na verdade de um hábil pseudônimo para stalinismo. Esta leitura serviu como ideologia de Estado para os regimes ditos “comunistas”, os quais, de resto, nada mais tinham a ver com as promessas de emancipação humana contidas na reflexão de Marx e dos verdadeiros marxistas. O que se pode constatar hoje, ao contrário, é que alguns autores marxistas ─ os menos comprometidos com aquela equivocada leitura ─ começaram até mesmo a ser lidos com maior atenção depois do fim do “socialismo real”, precisamente no momento em que foi suprimida a grave hipoteca do chamado “marxismo-leninismo”. Entre tais autores, cabe destacar os integrantes da Escola de Frankfurt (em particular Walter Benjamin), mas também, e sobretudo, Antonio Gramsci. Embora sejam certamente muito diferentes entre si, Benjamin e Gramsci nada têm a ver com o “marxismo-leninismo”. Benjamin era politicamente um free-lancer. Gramsci, ao contrário, foi um dos fundadores do Partido Comunista Italiano, era ligado à Internacional Comunista e considerava-se um seguidor de Lenin, mas inaugura na verdade um modo de interpretar o marxismo, diverso daquele oriundo da tradição bolchevique. Em sua obra da maturidade, redigida nos cárceres fascistas, Gramsci elaborou alguns conceitos que renovaram profundamente a teoria marxista, particularmente em sua dimensão filosófico-política. Dois deles, em particular, merecem destaque: os conceitos dialeticamente articulados de “sociedade civil” e de “hegemonia”. Foi sobretudo graças a eles que o marxismo se tornou contemporâneo do século XX e, com toda probabilidade, também do século XXI. Gramsci percebeu que, sobretudo a partir de 1870, havia surgido uma nova esfera do ser social capitalista: o mundo das auto-organizações, do que ele chamou de “aparelhos privados de hegemonia”. São os partidos de massa, os sindicatos, as diferentes associações, os movimentos sociais etc., tudo aquilo que resulta de uma crescente “socialização da política”, ou seja, do ingresso na esfera pública de um número cada vez maior de novos sujeitos políticos individuais e coletivos. Gramsci deu a essa nova esfera o nome de “sociedade civil”. E insistiu em que tal esfera faz parte do Estado em sentido amplo, já que nela têm lugar evidentes relações de poder. A “sociedade civil”, em Gramsci, é uma importante arena de luta de classes: a partir de seu surgimento, é sobretudo nela que as classes lutam para obter hegemonia, ou seja, direção política fundada no consenso, capacitando-se assim para a conquista e o exercício do poder governamental. A “sociedade civil” gramsciana nada tem a ver com essa coisa amorfa que hoje chamam de “terceiro setor”, pretensamente situado para além do Estado e do mercado. Ao descobrir essa nova esfera, ao dar-lhe um nome e ao definir seu espaço, Gramsci criou uma nova teoria marxista do Estado. E é preciso sublinhar os dois adjetivos: nova, mas também marxista. A novidade introduzida por Gramsci consiste na percepção de que o Estado não é mais o simples “comitê executivo da burguesia”, como Marx e Engels afirmam no Manifesto comunista de 1848 e Lenin e os bolcheviques repetem em suas obras. Mas a permanência de Gramsci no campo do marxismo é atestada pelo fato inequívoco de que ele continua a afirmar que todo Estado é um Estado de classe. Decerto, depois do surgimento da “sociedade civil”, o modo pelo qual é exercido o poder de classe se altera: o Estado se amplia, tornando-se mais complexo. Buscar hegemonia, lutar pelo consenso, tentar legitimar-se: tudo isso significa que o Estado deve agora levar em conta outros interesses que não os restritos interesses da classe dominante. Com seus novos conceitos, Gramsci habilitou-se a entender o tipo de Estado que é próprio dos regimes liberal-democráticos, um Estado que Marx não pode conhecer e que nada tinha a ver com a autocracia czarista com a qual Lênin se confrontou. Mas isso não impediu Gramsci de continuar afirmando que, em todo Estado, por mais complexo que seja, por mais interesses que seja obrigado a levar em conta em sua atuação, permanece um “núcleo duro”, aquele que define a sua natureza como agência de dominação da classe que detém a propriedade dos meios de produção. Essa nova definição do Estado resulta de um outro conceito central nas obras de Gramsci: aquele que distingue, no seio do capitalismo, entre formações sociais “orientais” e “ocidentais”. Para Gramsci, no que ele chama de “Oriente” (pensando sobretudo na Rússia czarista), o Estado em sentido estrito é tudo e a sociedade civil é primitiva e gelatinosa. Já no que chama de “Ocidente” (pensando aqui na Europa Central e Ocidental e nos Estados Unidos), há um equilíbrio entre as duas esferas. Foi a partir dessa distinção que Gramsci não só renovou a teoria marxista do Estado, mas também se empenhou em criar um novo paradigma de revolução socialista, adequado precisamente ao “Ocidente”, um paradigma bastante diverso daquele proposto e praticado pelos bolcheviques. Este último, em sua opinião, seria válido apenas para sociedades “orientais”, que ele praticamente reduz, já nos anos 30, ao que chama de sociedades “coloniais” ou “semicoloniais”. Coloca-se claramente uma questão: em qual desses dois “tipos” de sociedade se situa o Brasil? Decerto, o Brasil foi claramente “oriental” durante o Império e a República Velha. Mas, sobretudo a partir de 30, com interrupções, com avanços e recuos, conhecemos um processo de “ocidentalização”, ou seja, de crescimento e complexificação da sociedade civil. Já somos hoje uma sociedade “ocidental”, na qual, portanto, malgrado tudo, há uma “relação equilibrada” entre Estado e sociedade civil. Malgrado tudo porque, sem dúvida, somos um “Ocidente” periférico e tardio, o que implica a permanência entre nós de vastas zonas sociais tipicamente “orientais”. Mas esse era também o caso da Itália nos anos 30 ─ e Gramsci não hesitou, por isso, em considerá-la como parte do “Ocidente”. A correta caracterização da sociedade brasileira tem claras implicações na definição das tarefas que se colocam às forças de esquerda no Brasil de hoje. Se efetivamente somos sobretudo “Ocidente”, não mais podemos conceber um caminho exeqüível para o socialismo a partir do que ainda existe em nós de “orientalidade”: essa é uma tentação à qual ainda sucumbem alguns setores minoritários da esquerda, que parecem não ter aprendido a lição do fracasso da chamada “esquerda armada” nos anos 60 e 70. O caminho brasileiro para o socialismo deve respeitar essa nossa “ocidentalidade”, ou seja, deve basear-se numa paciente batalha pela hegemonia, pela conquista de espaços na sociedade civil, como condição prévia para a efetiva conquista do poder governamental. Embora a expressão não seja de Gramsci, esse caminho “ocidental” para o socialismo pode ser chamado de “reformismo revolucionário”. Foram muitas as leituras de Gramsci no Brasil. Além de influenciar inúmeras pesquisas em múltiplas áreas universitárias (da teoria política à pedagogia, da sociologia à crítica literária, da filosofia ao serviço social), Gramsci continua a determinar a orientação de muitos debates políticos entre nós. Do PSTU ao PPS, passando por várias correntes internas do PT, Gramsci é uma referência essencial para boa parte da esquerda e da chamada “centro-esquerda” brasileiras. E não só da esquerda ou da “centro-esquerda”: até mesmo o Presidente Cardoso, há cerca de um ano, numa entrevista à revista Veja, usou hipocritamente Gramsci para justificar suas posições políticas neoliberais. Embora os Cadernos do cárcere possuam uma articulação interna sistemática, a sua forma de apresentação é claramente fragmentária: isso parece permitir múltiplas interpretações, como se a obra de Gramsci fosse uma “obra aberta”. Não creio que o seja: Gramsci era um comunista, refletiu sobre as condições da revolução socialista no que ele chamou de “Ocidente”, propondo uma estratégia diversa daquela dos bolcheviques na Rússia de 1917. Mas o fato de que sua interpretação provoque acesos debates, que tanto o PSTU quanto o Presidente Cardoso possam citá-lo com aprovação, parece-me uma prova de que é preciso relê-lo com atenção. Nada melhor para isso do que uma nova edição crítica de sua obra entre nós, uma edição que o apresente sem prévias hipotecas interpretativas. Republicar e rediscutir Gramsci no Brasil tornou-se assim uma demanda real. A batalha ideológica em nosso País assumiu recentemente um rumo paradoxal. Precisamente no momento em que parece começar a ruir a hegemonia do “pensamento único”, do pensamento neoliberal, importantes personalidades da esquerda resolveram colocar em discussão a opção pelo socialismo. Precisamente no momento em que o capitalismo, no mundo e em nosso País, manifesta claramente sua incapacidade de solucionar minimamente os problemas da humanidade ─ os constantes problemas da liberdade, da igualdade e da fraternidade ─, essas personalidades de esquerda parecem querer recusar liminarmente a única alternativa exeqüível à barbárie em que estamos cada vez mais envolvidos, ou seja, precisamente a luta pela construção de uma nova ordem social, de uma sociedade socialista. De resto, essa renúncia a uma efetiva alternativa ao capitalismo baseia-se, muitas vezes, na falsa idéia de que haveria identidade entre socialismo e ditadura, entre socialismo e estatismo, ou que o socialismo seria concebido pelo marxismo como uma fatalidade inexorável. Ora, os que assim argumentam certamente não leram nem Marx nem Gramsci: ao contrário, acreditam ter aprendido marxismo através dos esquemáticos folhetos de Mao Tse-tung ou dos pífios manuais publicados em massa pela extinta “Academia de Ciências da União Soviética”. Para Gramsci, em clara oposição a essas falsas “fontes”, o comunismo é definido como uma “sociedade regulada”, na qual os mecanismo coercitivos do estado stricto sensu devem ser progressivamente absorvidos pelos aparelhos consensuais da “sociedade civil”. Para ele, portanto, todas as coerções heterônomas e alienadas, sejam elas resultantes do mercado ou da burocracia, devem ser substituídas progressivamente por relações fundadas num contrato livremente decidido entre os “produtores associados”, ou seja, no que ele chamou de “consenso”. Além disso, Gramsci sempre criticou as leituras fatalistas do marxismo, que previam uma marcha inexorável para o socialismo: chamou-as de “narcóticos”, afirmando claramente que elas impediam o pleno exercício de uma vontade coletiva autônoma e criadora. Para o autor dos Cadernos do cárcere, o socialismo é obra dos homens. Não é uma necessidade objetiva, no sentido de que seria determinada de modo fatalista pelas “condições materiais”; mas é certamente uma necessidade subjetiva, na exata medida em que só através de sua realização os homens podem efetivamente livrar-se da barbárie e cumprir as promessas de emancipação contidas na modernidade. No cárcere fascista, de resto, Gramsci se opôs duramente às propostas de socialismo formuladas e implementadas por Stalin. Mas nunca abandonou a sua convicção juvenil de que a Revolução de Outubro abrira uma nova etapa na luta da humanidade contra a exploração e a alienação. Ele sabia que essa luta era difícil e complexa, que o capitalismo dispunha de inumeráveis recursos, entre os quais os dispositivos postos em prática pelo que chamou de “americanismo”. Mas jamais renunciou a travar a luta pelo comunismo, por aquilo que definiu ─ sob a pressão da censura carcerária ─ como “sociedade regulada”. Por tudo isso, a máxima que adotou como inspiração para sua reflexão e sua ação mantém toda a sua atualidade: pessimismo da inteligência, otimismo da vontade. Então, por que Gramsci? Precisamente porque, ao nos ensinar a compreender melhor o capitalismo do século XX, ele nos indicou também a necessidade de lutar contra essa formação econômico-social e nos sugeriu importantes meios para fazê-lo. O que significa, portanto, que é bastante clara a tarefa que o autor dos Cadernos nos legou: a de reinventar um socialismo adequado ao século XXI. * Publicado em Teoria e Debate, São Paulo, n. 43, nov.-dez. 1999/jan. 2000. Este texto foi redigido a propósito do lançamento das Obras de Gramsci, editadas por C. N. Coutinho, com a colaboração de Luiz Sérgio Henriques e Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro, Civilização Brasileira, 10 v., 1999-2005. [COUTINHO, Carlos Nelson. Contra a corrente: ensaios sobre democracia e socialismo. 2. e. São Paulo: Cortez, 2008, p. 193-200]
Carlos Nelson Coutinho

Carlos Nelson Coutinho

Carlos Nelson Coutinho nasceu na Bahia em 1943. É professor titular da Escola de Serviço Social da UFRJ, na qual ensina Teoria Política e Formação Social do Brasil. Dirige atualmente a Editora UFRJ. Publicou vários livros, entre os quais Intervenções. O marxismo na batalha das idéias (São Paulo: Cortez, 2006), Gramsci. Um estudo sobre seu pensamento político (3. e. Rio de janeiro: Civilização Brasileira, 2007) e Marxismo e política. A dualidade de poderes e outros ensaios (3. e. São Paulo: Cortez, 2008). É também editor das Obras de Antonio Gramsci (Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 10 vols., 1999-2005). Foi um dos fundadores do PSOL e é do Diretório Nacional do partido.

Trabalhadores do mundo, competi

22/12/2008 Trabalhadores do mundo, competi Gerald Holtham A maior parte das análises sobre a crise atual têm se focado nas instituições financeiras, regulações e política monetária. Apesar de esses serem aspectos importantes para a formação da crise, não são a sua raiz. A verdade é que a economia mundial mudou sob vários aspectos que a levaram a instabilidade constante. Essas mudanças ainda não foram reconhecidas e assimiladas pelos bancos centrais e pelos políticos. O período de 1945 até o início dos anos 70 foi de emprego total e crescimento rápido no mundo capitalista. O controle do capital continuou existindo mesmo quando o comércio de bens e serviços foi liberalizado. O comércio internacional cresceu rapidamente. Havia a confiança plena de que, usando ferramentas fiscais e monetárias, o governo poderia assegurar o emprego total para que a Grande Depressão não se repetisse. O sistema Bretton Woods determinava que as taxas de câmbio de seus membros deveriam ser fixadas a certos parâmetros atrelados ao dólar (que por sua vez era atrelado ao ouro) e podiam oscilar apenas dentro de uma faixa estreita em torno desses parâmetros. Mas o Bretton Woods não era apropriado para lidar com os choques que reduziam a renda nacional. Os choques do petróleo nos anos 70 tiveram exatamente esse efeito, desencadeando uma batalha para decidir se os lucros ou os salários deveriam arcar com o prejuízo, o que normalmente acabava numa espiral salarial. A recessão foi necessária para restaurar a disciplina salarial. Essa experiência levou a uma mudança na visão dominante sobre como administrar a economia. Aceitava-se cada vez mais que existia uma determinada taxa de desemprego consistente com a inflação estável, e que a economia voltaria automaticamente à taxa "natural" se a política se concentrasse na inflação. Em geral, os bancos centrais continuaram a agir como se ainda estivéssemos no início dos anos 80. Para eles, seu papel era controlar a inflação e deixar que a economia se auto-regulasse. A maioria das recessões do pós-guerra foi desencadeada pela inflação e pela resposta política resultante. Mas depois dos anos 80, a maior parte das recessões, como a dos EUA e do Japão no começo dos anos 90, foi causada por outro mecanismo, para o qual os governos e bancos centrais estavam cegos. Quando os governos aboliram o controle sobre o câmbio nos anos 80, isso permitiu que o capital fluísse livremente para onde pudesse encontrar os maiores lucros. Isso enfraqueceu o trabalho em relação ao capital, uma mudança que se refletiu na diferença proporcional entre lucros e salários. De 1945 a 1980, a fatia do PIB relativa aos salários havia ou permanecido estável, em países como os Estados Unidos, ou aumentado em outros, como a Grã-Bretanha. Agora, ela caiu em quase todo o mundo e a fatia dos lucros aumentou. O Japão foi o primeiro a mostrar para onde isso podia levar. Nos anos 80 a economia japonesa cresceu 4% ao ano em termos reais e sua fatia de lucros chegou a atingir 40% em comparação aos 20% ou menos no Ocidente. Enquanto os preços dos ativos aumentavam, não havia inflação e o Banco do Japão não tinha problemas. Em 1990, o mercado de ações quebrou, a atividade e os preços começaram a cair. A queda dos preços - deflação - aumentou o peso das dívidas, dando início a uma recessão persistente. Aqui está o problema central do sistema globalizado. Se os lucros e a produção aumentam persistentemente mais rápido do que os salários, quem comprará a produção? A falta de demanda efetiva, em termos Keynesianos, pode ser ignorada por algum tempo, mas eventualmente se revela como um problema de "realização do capital", na linguagem dos marxistas. E foi o que aconteceu. Em 2000, o excesso de investimentos se tornou evidente e o mercado de ações caiu, entrando num declínio de três anos. Diferentemente do Japão, entretanto, os EUA passaram apenas por uma recessão moderada e de vida curta. Nada desastroso parecia ter acontecido. Depois do estouro da bolha das ponto-com, os EUA pareciam ter chegado a um ponto de contração. O excesso de produção significava que as companhias dos EUA não continuariam a investir como nos anos 90. A Ásia estava apertando o cinto e crescendo por conta de guardar dinheiro e exportar. Os consumidores do Ocidente não estavam ganhando o suficiente para comprar o excedente. Mas se pudessem ser induzidos a emprestar dinheiro, eles poderiam comprar os bens que de outra forma não poderiam pagar. O crescimento poderia continuar. No século 19, ninguém teria considerado emprestar dinheiro com tanta facilidade para que os trabalhadores pudessem manter a demanda; eles não teriam sido considerados dignos de crédito. Mas hoje os trabalhadores normalmente têm bens, sendo a casa o bem mais importante. Por várias razões, os preços das casas aumentaram durante meio século em muitas economias, principalmente nos países de língua inglesa onde a casa própria é uma importante aspiração individual e política. Quando as taxas de juros foram cortadas para atenuar e recessão de 2000-2001, desencadeou-
se um boom de empréstimos para incentivar a compra de casas em muitos países. Como os preços das casas estavam aumentando, o orçamento dos lares parecia estar perfeitamente bem: as dívidas estavam aumentando, mas o valor dos bens também. Eventualmente esse processo chegou a um limite. Os mais endividados tiveram de vender ou ter suas hipotecas executadas. Os preços escorregaram. O problema por trás da economia mundial é a falta de demanda, causada pelo fato de os lucros terem ultrapassado os salários num mundo com excesso de mão-de-obra. É fácil culpar os bancos centrais ocidentais por terem praticado uma política sem regulações depois de 2002, mas esquecemos que havia um medo generalizado de deflação - um medo que poderia ter se concretizado se os empréstimos aos consumidores não tivessem salvado a situação. Agora está claro que nós não vivemos num mundo em que o único propósito dos bancos centrais é evitar a espiral de salários e preços no país. Eles têm de prestar atenção no preço dos bens. Acordos internacionais de regulação financeira e taxas de capital também são urgentemente necessários. Se o capital estiver livre para procurar a mão-de-obra mais barata ao redor do mundo, ele não deveria ter liberdade para buscar subsídios de impostos, induzindo a uma corrida por impostos mais baixos sobre o capital. Os governos devem transferir a maior parte dos impostos para o capital, para atenuar os efeitos de um aumento da fatia do lucro. O capitalismo é o único sistema que pode produzir um crescimento sustentável dos padrões de vida. Para preservá-lo de uma forma que ofereça estabilidade e esperança para os pobres do mundo é necessária a intervenção estatal. Isso também significa recriar o hábito de cooperação entre Estados que existia no terceiro trimestre do século 20. A outra opção são as crises recorrentes que levam a distúrbios políticos e econômicos. (Gerald Holtham é ex-diretor do Instituto de Pesquisa de Política Pública) Tradução: Eloise De Vylder

sábado, 22 de novembro de 2008

O Império da Lei: A República no Amazonas

Sob o Império da Nova Lei: o amanhecer da República no Amazonas Data de Exibição: 19-09-2008 A obra da Professora Mestre em História Social, Orange de Matos Feitosa, analisa como a historiografia amazonense interpretou as conspirações e as sedições militares ocorridas em Manaus em 1892 e 1893, nos primeiros anos do regime republicano. A partir disso, foi definido pela autora o posicionamento dos historiadores locais, os seus fundamentos teóricos, a conjuntura histórica que suas obras estavam inseridas e a sua concepção de história.A documentação compulsada permitiu que a escritora e pesquisadora questionasse o consenso entre esses historiadores de que os representantes políticos no Amazonas eram “passivos” perante as mudanças e decisões instituídas nos anos iniciais do regime Republicano. De maneira que, procurasse mostrar que essas maquinações e revoltas fizeram parte dos conflitos políticos que caracterizaram a passagem do Império para a República e que os agentes políticos no Amazonas não eram “passivos” e muito menos que “dependiam” do Governo Central para tomar as sua decisões, todavia a autora não nega que houve em determinadas circunstancia a interferência do Poder Central.A obra da autora, traz contribuições essenciais para elucidar um momento pouco estudado de nossa história política e social que marca a transição da monarquia para o regime republicano no Amazonas.A obra da Professora Mestre em História Social, Orange de Matos Feitosa.

Legislação Indígena do séc. XIX

Orange Matos Feitosa Legislação Indígena Século XIX Data de Exibição: 20-01-2007 "Os Portugueses... não acharam nações propriamente, acharam sim alguns bandos de homens selvagens... os montes, as serras, os campos, os bosques totalmente incultos, pareciam estar ainda com a mesma face, que tinham saído das mãos da natureza, e que ainda não eram habitadas por entes racionais. Aqueles bandos de selvagens errantes... ainda não conheciam a escravidão, nem a subordinação, este primeiro passo para a civilização das nações." Azeredo Coutinho 09/10/1808.Esta compilação e este estudo são certamente heterodoxos aos olhos de qualquer historiador. A questão indígena, no século XIX, deixou de ser uma questão puramente de mão-de-obra, para se converter essencialmente numa questão de terras. Há variações regionais, é claro: na Amazônia, onde a importação de escravos africanos limitavam-se a entrada pelo Maranhão e Pará, o trabalho indígena continuou sendo fundamental, e foi proclamado no fim do século, com a exploração do látex. No Mato Grosso e no Paraná, ou mesmo em Minas Gerai e Espírito Santo, as rotas fluviais a serem descobertas e consolidadas exigiram a submissão dos índios da região. Era um Brasil sedento de conquista do espaço territorial. Em áreas de índios ditas então “bravios”, tentava-se controlá-los concentrando-os em aldeamentos.Houve ao longo do século, adeptos da brandura e adeptos da violência. Desde últimas, o mais célebre foi D. João VI que, recém chegado ao Brasil, desencadeara uma guerra ofensiva contra as chamados genericamente de botocudos. Inaugura também uma inédita franqueza no combate aos índios. Antes dele, ao longo dos três séculos de colônia, a guerra aos índios fora sempre oficialmente dada como defensiva, sua sujeição como benéfica aos que se sujeitavam, e as leis como interessadas no bem-estar geral, seu acesso à sociedade civil e ao cristianismo.O século XIX, como vimos, está crescentemente interessado, ainda em expansão, trata-se de alargar os espaços transitáveis e apropriáveis. Nas zonas de povoamento mais antiga, trata-se, a partir de meados do século, de restringir o acesso à propriedade fundiária e converter em assalariados uma população independente – libertos, índios, negros e brancos pobres. Muito fala-se do problema indígena, há pessoas que afirmam “é muita terra para pouco índios”, o que não é verdade. Neste contexto, no entanto, os índios ocupam uma posição singular, já que tem que ser legalmente, se não legitimadamente, despossuido de uma terra que sempre lhe foi por direito, reconhecida.Esse processo de espoliação, cheio de grandes irregularidades tem sido uma constante. Em todo o Brasil esses fatos têm sido freqüentes, com provocações de ambos os lados. Na Amazônia o processo é mais grave, especialmente no Estado de Roraima. Embora exista claramente expresso, o reconhecimento da primazia do direito dos índios sobre suas terras, eles deverão ter a preferência sobre as terras, já era declarado em 1819.A professora Orange de Matos Feitosa, diretora do Departamento de História do Centro Universitário do Norte (UNINORTE) em entrevista para o Programa Literatura em Foco, foi plenamente favorável com a comissão indígena, afirmando que eles são os primitivos donos e isso deve ser respeitado.No século XIX, aldear os índios, ou seja reuni-los e sedentarizá-los sob o governo missionário ou leigo, foi uma prática antiga, iniciada em meados do século XVI. Dizia os jesuítas que se não podia catequizá-los sem esse meio. Quanto aos colonos, desejavam os aldeamentos o mais próximo possível de seus estabelecimentos, já que neles se abasteciam de mão-de-obra. Por todas essas razões, os descimentos de índios para perto das cidades ou sua concentração em missões foram constantes naquele período. Hoje já não é mais possível pensar assim. Segundo a historiadora entrevistada no programa, o problema indígena hoje é puramente social e político, pela falta de ações do Estado para esse setor: “redução” era aliais o termo usado no século XVII para a reunião de índios em missões jesuíticas. Seu sentido de subjugação aliava-se bem ao de confinamento territorial. O que hoje é inadmissível pensar dessa forma.A entrevista com a professora Orange Matos Feitosa foi extremamente elucidada, ressaltando a figura do historiador no contexto social. Ela defende a participação do historiador perfeitamente integrado a defesa de todas as causas sociais, principalmente a causa indígena, fazendo par aos antropólogos, indigenista e etc. Abrahim Baze.

domingo, 10 de agosto de 2008

Eduard Limonov e a guerra entre a Rússia x Georgia pela Ossétia do Sul.

Declaração de Eduard Limonov - lóder do Partido Nacional-Bolchevique Russo.

Declaração de Eduard Limonov

No Cáucaso, desatou uma nova guerra. Noite passada, as tropas invadiram o território georgiano da Ossétia do Sul, por 15 anos como um Estado independente. Verifica-se violentos combates. Guia da Federação Russa já tenha impedido um trágico erro. A Rússia deverá entrar pacificamente as suas tropas ao longo da Ossétia do Sul antes de haver entrado em combates georgianos. Agora, só possível a própria proposta clara para a Rússia reagir. A saber: como uma medida preventiva para entrar imediatamente as tropas russas na República da Abkhazia. Ao mesmo tempo deve ser permitida Ossétia do Norte e Cossaco voluntários para formar e juntar forças na luta contra as tropas na Ossétia do Sul georgiano. Recomendamos fortemente que os dirigentes da Rússia para seguir o meu conselho. Só desta forma Rússia será capaz de enfrentar e de grande poder salvar status.

Militares em pé de guerra com o PT e o Lula

4/8/2008 Militares reagem a Tarso e criticam 'passado terrorista' do governo Lula

Os militares decidiram dar o troco ao ministro da Justiça, Tarso Genro, por causa da audiência pública convocada por ele na semana passada para debater a punição de “agentes do Estado” que tenham praticado tortura, assassinatos e violações dos direitos humanos durante o regime militar. Revoltados com o que consideram “conduta revanchista” do ministro, oficiais da reserva, com o apoio de comandantes da ativa, patrocinarão uma espécie de anti-seminário no Clube Militar do Rio de Janeiro, na próxima quinta. A reportagem é de Christiane Samarco e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 04-08-2008.

Em recente conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o comandante do Exército, general Enzo Martins Peri, disse que é preciso “pôr uma pedra sobre este assunto”, até porque o tema está saturado e o objetivo da Lei da Anistia foi encerrar um debate que “abre feridas e provoca indignação”. Um general da ativa que acompanha a movimentação dos colegas reformados disse ao Estado que os militares vão se manter calados, mas avisa que a reserva se manifestar.

Segundo este general, o objetivo do seminário de 7 de agosto é debater o que consideram “passado terrorista” de autoridades do governo Lula e de personalidades do PT, discutindo, inclusive, se não seria o caso de puni-los pelos excessos cometidos na luta armada. O que mais irrita oficiais das três Forças é o fato de a maioria deles ter recebido indenizações. A queixa geral é de que eles também mataram e seqüestraram e agora querem provocar os militares.

No seminário, uma das idéias é aproveitar a estrutura do Clube Militar, como agremiação que desde a República Velha vem funcionando como uma espécie de porta-voz do setor, para exibir uma série de slides com fotos e uma biografia resumida de ministros de Estado e petistas ilustres. A lista começa pelo ex-ministro José Dirceu e tem o próprio Tarso Genro em quinto lugar. O segundo posto é dado à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef.

O ministro da Comunicação, Franklin Martins, aparece em quarto, logo atrás do deputado José Genoino (PT-SP). Mais atrás, estão os ministros do Meio Ambiente, Carlos Minc, e da Secretaria Especial de Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.

“Será que quem seqüestrou o embaixador norte-americano e o prendeu, dizendo todo dia que ia matá-lo, não cometeu ato de tortura igualmente condenável?”, questionou o presidente do Clube Militar, general da reserva Gilberto Barbosa de Figueiredo, em recente entrevista ao Estado. Ele não mencionou Franklin como um dos idealizadores do seqüestro, mas antecipou o tom do seminário.

LULA ‘CERCADO’

O general defende a tese de que, se for para julgar quem torturou, como sugeriu Tarso, o julgamento deve ser estendido a todos, incluindo os que estão na cúpula do governo. A lista já circula entre oficiais da ativa e da reserva por meio de mensagens pela internet. Nela, os militares se queixam de que o presidente Lula governa “cercado por remanescentes da luta armada”.

Um dos mais criticados é o secretário de Direitos Humanos, acusado no texto de “agir com muita liberdade e desenvoltura na defesa de posições revanchistas” no desempenho de suas funções. A mensagem conclui que a Secretaria dos Direitos Humanos “foi criada para promover o revanchismo político, afrontar as instituições militares e defender organizações de esquerda”.

Na biografia de Dilma, a mensagem diz que ela “participou da organização de assaltos a bancos e quartéis, foi condenada em três processos e ficou presa no presídio Tiradentes”. Em tom irônico, lembra o depoimento dela ao Tortura Nunca Mais, em que ela relatou ter sido torturada por 22 dias. “Um caso raro que não se sabe por que não foi incluído até hoje no Guinness, pois conseguiu sobreviver durante 528 horas aos diferentes tipos de tortura a que alega ter sido submetida.”

domingo, 20 de julho de 2008

Em defesa da política

Manifesto político dos nacional-bolcheviques contra Putin e seu sucessor Medvedev e liberdade aos presos políticos.

Em defesa da política Junho 19, em Moscou natsboly tomou parte no piquete organizado pelo FSI. O piquete era dedicado ao problema político da Rússia contemporânea. Além disso natsbolov FSI e ativistas participaram em acções activistas Portos, Antivoennogo Club e da União da Juventude Comunista. Participantes realizada cartazes apelando à libertação dos presos políticos membros FSI Andrew Grekova, Valeria Bychkova e de outros políticos da Rússia. Os participantes gritou slogans "Liberdade para os presos políticos!", "Precisamos de outra Rússia!", "Liberdade ou morte!". Durante o piquete vieram alguns equívocos relacionados com a polícia. Coronel da polícia disse que o piquete não têm o direito dizendo slogans "Rússia sem Putin!". e "Rússia sem Medvedev." Na sua opinião, a existência de presos políticos na Rússia não é afiliado com as actividades do Primeiro-Ministro e Presidente. Ele também exigiu que o chefe do escritório Moscou FSI Lolita Tsariya discriminados, na medida em que fornecido com a lei federal "Em Lutar contra Atividades Extremistas". No entanto Tsariya recusou a fazê-lo. Note-se que 18 a 19 julho piquetes em apoio dos prisioneiros políticos foram detidos em várias cidades da Rússia.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Raul Castro descobre a realidade 1a parte

7.12.2008

El fracaso del déspota benevolente

La crisis por la que atraviesa la economía mundial muestra el fracaso de los gobiernos como aseguradores universales contra toda pérdida. La solución está en dejar funcionar a los mercados, no en obstruirlos. De pronto, Raúl Castro en Cuba descubre que el igualitarismo es una forma de explotación. "Socialismo significa justicia social e igualdad, pero igualdad de derechos, de oportunidades, no de ingresos. Igualdad no es igualitarismo. Éste en última instancia es también una forma de explotación: la del buen trabajador por el que no lo es, o peor aún: por el vago". Estas palabras son un hueso durísimo de roer para el puñado de socialistas de salón que, fuera de Cuba, aún admiran a la dictadura castrista que por casi 50 años ha oprimido a los cubanos. Raúl Castro puede darse el lujo de hablar así porque no es un político en una "democracia" buscando el voto, sino un miembro privilegiado de una dictadura que lucha por salvarse del desastre final. Son palabras impensables en boca del típico político "demócrata" que se esfuerza por convencer todos los días de que sí hay comidas gratis a cargo del Estado, de que los reveses económicos – debidos a malas decisiones del propio gobierno por lo general- se resuelven no en el mercado sino a través de un subsidio o de una manipulación de precios, con cargo al bolsillo de los contribuyentes. Mientras en Cuba soplan, aparentemente, vientos de realismo económico, fuera de Cuba multitud de políticos, negociantes, comentaristas, académicos, se aferran, como a un clavo ardiendo, a recetas ilusorias de igualitarismo como respuesta a los problemas económicos. En lugar de permitir que los mercados libres y el más elemental realismo económico funcionen, se insiste en las fórmulas que han agravado la escasez. Una paradoja trágica del dirigismo gubernamental es que al tratar de borrar de un plumazo la escasez la vuelve crónica y sistemática. No son los mercados los que han fallado, sino los gobiernos y las políticas voluntariosas para "ablandar" las restricciones impuestas por la realidad: Ha fracasado la idea fantástica y fanática de que el Estado es una especie de aseguradora universal, divina providencia falsificada. Nuestros aprendices de déspotas benevolentes deberían verse en el espejo de Cuba. ¿Esperarán hasta que el desastre nos alcance para reconocer que no son omnipotentes?

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publicado por Ricardo Medina Macías el sábado, julio 12, 2008 -- Juan Fernando Carpio www.jfcarpio.com ............
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sábado, 12 de julho de 2008

A guerrilha peruana

Lima, 11,07,08 Según informa la prensa regional, en el VRAE se estan realizando operaciones de busqueda de la columna guerrillera del EPL que dirige el camarada Iván. Columna guerrillera que los militares responzabilizan de la emboscada, la semana pasada, a la patrulla militar en la que murio un suboficial del ejercito.
Los efectivos militares, formados por un centenar de marinos y fuerzas del ejercito, estan al mando del general Flores Cárdenas.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Eleições Municipais 2008 em Manaus

Todos os candidatos a prefeito de Manaus já fizeram o registro de sua candidatura, confirma o TRE. Os candidatos Luiz Navarro (PCB), Omar Aziz (PMN) e Ricardo Bessa (PSOL) oficializaram, na tarde deste sábado (5), suas candidaturas junto ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE/AM). Na tarde de sexta (4), outros três candidatos, o ex-governador Amazonino Mendes (PTB), o deputado federal licenciado Francisco Praciano (PT) e o candidato à reeleição Serafim Corrêa (PSB) já haviam feito o registro. Corrêa é da chapa PSB-DEM-PSDB-PDT-PSDC e terá o maior tempo de propaganda eleitoral na mídia televisiva e rádio difusão. O partido estima que Corrêa terá dez minutos. O socialista Serafim Corrêa tem como vice o ex-deputado Manoel do Carmo Chaves (DEM). Na coligação "União por Manaus", o candidato Omar Aziz (PMN) terá como vice Sabá Reis (PR). Ao lado deles, mais cinco partidos: PMDB, PSC, PRP, PSL e PRB. Já o petista Francisco Praciano será acompanhado do deputado estadual Luiz Castro (PPS). O ex-governador Amazonino Mendes (PTB), confirmou o deputado federal Carlos Souza (PP) como seu vice. A aliança tem ainda PHS, PRTB, PTN e PTC. "Agora é partir para a luta", comemorou Mendes durante sua convenção, no domingo (29). O PSOL oficializou o nome de Ricardo Bessa e de Gilberto Vasconcelos (PSTU), como vice-prefeito. O candidato a prefeito Luiz Navarro (PCB) terá como vice, na chapa puro sangue, Francisco Pereira.

Debates políticos dos nacional-bolcheviques

08-07-2008, 11:17:59 / / St. Petersburg

Em St. Pererburge debates foram realizadas entre Dmitrievym e Reznikom

7 julho na Cidade bar "debates políticos foram realizadas entre o líder do Nacional bolchevique Andrei Dmitriev Petersburg St. Petersburg e presidente do partido Yabloko escritório Maxim Reznik. O tema do debate foi dedicado a unificar processos em máquinas liberais e nacionalistas. Debate acentuada ataques sem custo para o adversário, mas foram muito informativos. Andrei Dmitriev delineou o conceito de nacionalismo civil, que ao contrário do nacionalismo xenófobo era uma ideologia progressista e não contrária aos princípios democráticos. Maxim Reznik, anteriormente conhecida a sua recusa categórica de qualquer produções "russo pergunta:" desta vez foi moderada e quase não se opor a Andrey. O outro lado do debate foi dedicado a unir-democratas, a próxima ronda de que foi estabelecido em abril a conferência das forças democráticas em São Petersburgo. Dmitriyev expressou ceticismo sobre o evento, salientando que os antigos líderes democráticos já estão a tentar unir os últimos 15 anos. Em resposta Reznik reconheceu as dificuldades unificar processos, mas observou mudanças positivas no âmbito da consolidação das forças liberais. Globalmente, o evento teve lugar em uma atmosfera amigável. A presença do público (principalmente liberal) ponimayusche aceitos resumos Comissário St. Petersburg Nacional bolcheviques, o que contribui para a percepção de como adequado natsbolov contemporâneo russo nacionalistas.

sábado, 5 de julho de 2008

Nepal Maoísta

Este artículo apareció en la edición del 16-30 de junio del periódico Maoísta nepalí Estrella Roja. Escrito por el camarada Netrabikram “Biplap” Chand (Miembro del Secretariado, Comité Central, PCN (Maoísta). La traducción para Correo Vermello fue hecha por la c. Eva P.
Nuestra revolución está en fase de negociación y nuestro partido contempla el compromiso como otro aspecto de la lucha de clases. La cuestión de si la revolución se logrará mediante el compromiso o será empujada hacia la contrarrevolución, aún no está cerrada. Existe una dura e incesante lucha entre dos visiones del mundo diferentes que atrae la atención nacional e internacional.
El marxismo acepta la opción de llegar a compromisos; sin embargo considera imposible lograr una revolución a través de demasiados compromisos. Puede ser útil en el momento en que la revolución intenta conquistar el poder pero es imposible asegurar ese poder para el proletariado solo a través de los compromisos. Las tendencias reformistas y oportunistas en cambio, conceden a esta vía toda la importancia. Creen que la sociedad y el poder del Estado pueden ser cambiados a través de la “negociación” en vez de la revolución.
Nuestro partido, el PCN (Maoista), y el Congreso Nepalí (CN) se encuentran en puntos distintos en cuanto a la negociación. Desde el punto de vista de la lucha de clases, el CN no ve la necesidad de una revolución en Nepal. Desea negociar con el PCN (maoísta), el PCN (UML) y otros partidos, repartiendo los ministerios. Según el CN esto es suficiente para avanzar económicamente. La revolución política no es necesaria.
Según el CN, el debate lógico y la planificación de la revolución son actividades extremistas. Sugieren que PCN (Maoísta) no debería hacer la revolución sino que debería contentarse con compartir la tarea de gobierno. Pero el objetivo último del PCN (Maoísta) es el comunismo mediante una República Popular pasando por el socialismo. Para ello, el Estado debe estar bajo el liderazgo del Partido Comunista. Por tanto, nosotros, los maoístas, nos oponemos al “negociacionismo” aunque no estamos en contra de llegar a ciertos compromisos.
Debido al impacto de la lucha de clases, están surgiendo en el partido diferentes formas de ver esta tendencia a los pactos y ala negociación. Esto no debe sorprendernos. La tendencia negociacionista se está extendiendo como una enfermedad en nuestro partido. A través de la llamada “revolución” económica y el reparto de poder se acabará con la revolución política. No se puede depender de los elementos hostiles ignorando las bases para asegurar el poder.
El CN quiere empujar al país a una contrarrevolución. Pretenden que un partido comunista científico y una revolución proletaria se hundan en las aguas estancadas del viejo estado. Han incluido una demanda de siete puntos en la que se propone la disolución del YCL, el PLA y un retroceso de los logros de la guerra popular.
Solo si el PCN (M) acepta esas condiciones previas podrá entrar en el gobierno. El propósito de imponer esas condiciones es el de empujar al país hacia la contrarrevolución. Por ello debemos difundir los medios y fundamentos de la revolución. Consolidemos el partido, el PLA y el Frente Unido a un nuevo nivel. Establezcamos una visión política y económica clara para tomar el poder.
Ya hemos disuelto los centros de poder popular, los juzgados populares y las milicias populares. Nuestras comunidades, cooperativas, las instituciones sanitarias y educativas establecidas durante la guerra son ahora más débiles. En esta situación, si aceptamos los siete puntos del CN, directa o indirectamente estaríamos declarando el fin de la revolución. No ha habido un debate importante sobre esto pero muchos piensan que no es determinante el hecho de que aceptemos los siete punto o no. Esto ayudará a los interese del CN.
El compromiso es una condición poco habitual para una revolución. Las cosas aparecen como tranquilas en los períodos de acuerdo y negociación pero esto es solo una ilusión. Dos formas de pensamiento, tendencias y fuerzas rivales están luchando terriblemente tras una cortina. Bajo el disfraz del compromiso ambas intentan ganar, destruir a la contraria. Cuando una parte cree que va a ser destruida por la otra empieza a protegerse. Si no lo logra dará comienzo la confrontación entre revolución y contrarrevolución. Entonces se rompe el equilibrio. Esto ya ocurrió en nuestro país. Hasta ahora el CN y los imperialistas creían poder acabar con el PCN (M) antes de las elecciones. Mucha gente y organizaciones amigas pensaron que lo lograrían pero el pueblo protegió al PCN (M) como a su propio hijo. Al fracasar entonces el CN, quieren ahora intentar la estrategia de los siete puntos. Vencimos en las elecciones pero si no cuidamos la revolución será nuestra ruina. Debemos acabar con la situación de compromiso para defenderla.
El compromiso tiene mucho que ver con la situación mundial. Si queremos aprender de las revoluciones del siglo pasado hay que pensar en este tema. Debemos profundizar y desarrollar una nueva ideología y conocimientos para resolver los problemas y poder proteger la revolución en Nepal. Aunque no sea suficiente debido a las necesidades presentes, la participación del comité del MRI, el PCR y el PCI (M) nos han animado mucho con sus propuestas.
A corto plazo es posible negociar en una revolución pero solamente por esta vía no se llega a ella. Los imperialistas y reaccionarios quieren empujar la revolución hacia una contrarrevolución pero los comunistas revolucionarios quieren convertir el compromiso en revolución. La conspiración para hacer del compromiso una contrarrevolución está avanzando en Nepal. Debemos hacerla fracasar uniendo todas las fuerzas revolucionarias del mundo. Cualquier revolución en cualquier lugar del mundo es parte de la revolución mundial. Los compromisos también. Los revolucionarios del mundo debemos unir nuestros esfuerzos para convertir el compromiso en revolución, rechazando el “negociacionismo” ya que la revolución es necesaria.
Recibido el 24 de junio de 2008

domingo, 22 de junho de 2008

Putin fecha o jornal " O Exílio " de Eduard Limonov

Jornal de oposição fecha após investigação na Rússia

Um jornal de oposição escrito em inglês viu-se obrigado a fechar as portas na Rússia. Chamada "O Exílio", a publicação mensal criticava o Kremlin e o Ocidente em suas páginas, em muitos casos de forma ofensiva. Segundo o editor Mark Ames, o jornal foi alvo de uma auditoria em 5 de junho. Após questionarem sobre as ligações do periódico com o líder oposicionista Eduard Limonov, inspetores deram uma pequena multa por infrações menores, como um endereço impresso incorretamente, contou Ames. Como resultado da investigação, os patrocinadores, incluindo o publisher, deixaram de repassar dinheiro ao jornal, o que forçou seu fechamento. Yevgeny Strelchik, um porta-voz da agência federal para mídia e comunicações que conduziu a investigação, disse que o material apreendido na redação estava sendo examinado. Segundo ele, "pequenas violações" haviam sido encontradas. Strelchik negou qualquer conotação política nas inspeções. Ames, que é cidadão norte-americano, concordou com as punições por erros técnicos, mas também viu motivações políticas na investigação. Para ele, o fato de o jornal publicar há 11 anos artigos críticos ao governo, escritos por Limonov, causou impaciência no governo. Limonov é líder do proscrito Partido Nacional Bolchevique. Ames não quis nomear os patrocinadores do jornal, por medo de represálias. O governo russo endureceu na relação com a mídia durante os oito anos de governo do ex-presidente Vladimir Putin. Dmitry Medvedev, que assumiu no início de maio, prometeu ampliar a liberdade também da imprensa. Para os críticos do Kremlin, Medvedev deve seguir os passos de Putin, que manteve poder ao ser nomeado primeiro-ministro pelo atual presidente.

sábado, 21 de junho de 2008

Contra-ofensiva neoliberal

CONTRA-OFENSIVA NEOLIBERAL América Latina bipolar: os movimentos se movem Está em curso na América Latina uma contra-ofensiva articulada pelos Estados Unidos, misturando estratégias da Aliança para o Progresso com uma política de criminalização dos movimentos sociais. Esse processo de criminalização é ainda mais forte contra as comunidades indígenas, como vemos no Peru, no Chile e na Bolívia. A análise é do sociólogo Boaventura de Sousa Santos. Boaventura de Sousa SantosData: 20/06/2008 A América Latina é peça-chave nas estratégias das empresas transnacionais e dos governos do Norte global. A expansão do mercado transformou a água, os serviços de saúde e a educação em mercadoria. A mercantilizaçã

o dos recursos naturais é fundamental para a acumulação de capital a médio prazo, colocando a biodiversidade enorme da América Latina no centro dos interesses. O processo de “refocalizar” a América Latina acelerou-se devido ao fracasso da guerra do Iraque. Os Estados Unidos perceberam que, durante sua relativa ausência, gestaram-se mudanças e os processos sociais avançaram fora de seu controle, resultando em governos progressistas e movimentos sociais fortes que chegaram ao poder através da democracia, sendo que os Estados Unidos usam o discurso da democracia para justificar suas intervenções. Neste cenário, está se desenvolvendo uma nova contra-insurgência, mistura das estratégias da Aliança para o Progresso e uma política de divisão dos movimentos, especificamente o indígena. O protesto é criminalizado de maneira brutal e a militarização torna-se mais profunda. Incapaz de conquistar apoio popular, o neoliberalismo tenta substituir “desenvolvimento” e “democracia” por “controle” e “segurança”. Isto é conseqüência do aprofundamento da exclusão social, da miséria e da desigualdade, o que implica na emergência de um fenômeno de fascismo social. Não um regime político, mas uma forma de sociabilidade onde alguns têm capacidade de veto sobre a vida de outros. Corremos o risco de viver em sociedades politicamente democráticas, mas socialmente fascistas. O melhor exemplo desta lógica é o doloroso aumento da fome no mundo, que mostra a contradição entre a vida e a ânsia de lucro. A emergência do fascismo social mostra que a modernidade, como projeto, está quebrada, porque não cumpriu suas promessas de liberdade, igualdade e solidariedade, e não irá cumpri-las. Surge, então, a contradição entre o paradigma da segurança e da luta contra o terrorismo e os Estados que reivindicam sua soberania, os movimentos sociais e, especificamente, as lutas dos povos indígenas. Nos territórios indígenas está 80% da biodiversidade latino-americana. Organizações como a Coordenadora Andina de Organizações Indígenas, a Confederação Nacional de Comunidades Afetadas pela Mineração do Peru e a Coordenadora Nacional de Ayllus e Marqas, são um perigo para o status quo. A criminalização da dissidência na América Latina é ainda mais forte contra os indígenas, como vemos no Peru e no Chile. Existe a intenção de transformar os indígenas nos terroristas do século XXI, como mostram os documentos da CIA. O uso das leis antiterroristas contra os dirigentes indígenas está baseado em uma descaracterização total do conceito de terrorismo, uma vez que isto significa atacar e causar danos a civis inocentes. No caso das lutas indígenas, são ataques contra a propriedade privada para defender outra propriedade, a comunitária e ancestral. Isto não cabe em nenhum conceito de terrorismo. A regionalização subnacional tem sido promovida pelo Banco Mundial em forma de descentralização, que apontou a desmembrar o Estado central através da transferência de responsabilidades para os níveis locais. Na Bolívia, existia uma descentralização dirigida pelas autonomias indígenas, a partir de uma visão política e cultural sólida, que permitiu que os indígenas ganhassem alguma coisa com as políticas de descentralização do BM. Mas a bandeira da descentralização foi assumida agora pelas oligarquias, em resposta à perda de controle do Estado central que elas sofreram. Eles sempre foram centralistas, mas agora levantam a bandeira da autonomia para defender seus privilégios econômicos. Isto gerou um problema político para o movimento indígena na Bolívia, que tem promovido a autonomia dos oprimidos, não dos opressores. A “autonomia” de Santa Cruz é ilegal sob a velha Constituição; uma nova está para ser aprovada. A decisão das autonomias caberia ao Congresso. Tenho defendido, na Bolívia, a diferenciação entre autonomias ancestrais e as da descentralização. Proponho entender as autonomias indígenas como extraterritoriais em relação às autonomias departamentais. Deveriam estar baseadas no controle total do seu território, fora da governabilidade descentralizada, uma vez que são anteriores ao processo de descentralização. Mas seria necessário fortalecer a institucionalidade indígena, que ainda é frágil, diante do poder das oligarquias bolivianas. O debate atual é perigoso, porque existem desejos recíprocos de enfrentamento armado. As oligarquias não querem deixar seus privilégios e os indígenas não vão deixar pacificamente que o país seja dividido. Seriam eles que defenderiam o país. A Colômbia e o Peru representam o status quo neoliberal e os Estados Unidos na região. São complementares. A Colômbia representa a lógica militar que busca conflitos e tensões, os quais criam condições para a militarização e a intervenção. No Peru, é promovida uma lógica similar, com forte criminalização das organizações sociais, um primeiro passo que prepara a militarização posterior. Existem indícios de que a base de Manta, no Equador, vai se mudar para a Amazônia peruana. Estamos entrando em uma fase histórica de polarização. De um lado, as políticas de mercantilização buscarão livre acesso aos recursos naturais e a continuidade dos privilégios das elites. Do outro, existe um imaginário radicalizado nas forças progressistas do continente, que desenvolveram concepções diferentes de democracia, desenvolvimento, direitos e sustentabilidade, compartilhadas por cada vez mais pessoas e organizações. As forças dominantes não podem mais cooptar este imaginário radical com suas propostas de proteção social. Por isso a repressão. O horizonte continua sendo a democracia e o socialismo, mas um socialismo novo; seu novo nome é democracia sem fim. A democracia radical é uma alternativa para duas idéias fundamentais. Não acredito que seja possível mudar o mundo sem tomar o poder, mas também não podemos mudar algo com o poder que existe hoje. Então, devemos mudar as lógicas do poder e, para isso, as lutas democráticas são cruciais e são radicais, por estarem fora das lógicas tradicionais da democracia. Devemos aprofundar a democracia em todas as dimensões da vida. Da cama até o Estado, como dizem as feministas. Mas também com as gerações futuras e com a natureza, o que é urgente para deter a destruição do planeta. Nosso objetivo é sair de uma democracia tutelada, restrita, de baixa intensidade, para chegar a uma democracia de alta intensidade, que torne o mundo cada vez menos confortável para o neoliberalismo. Mas a realidade não muda espontaneamente. Em política, para fazer algo é preciso ter razão a tempo, no momento oportuno; e ter força para impor essa razão. De uma entrevista realizada por Raphael Hoetmer em Lima, Peru, durante a Cúpula dos Povos, em maio.

sábado, 17 de maio de 2008

Amazônia é assunto internacional

3. Amazônia é assunto internacional, diz jornal
Num texto curto, o jornal londrino The Independent diz que “se perdermos as florestas perderemos a batalha contra as mudanças climáticas” Gabriel Manzano Filho escreve para “O Estado de SP”: “Uma coisa tem que ficar clara. Esta parte do Brasil é importante demais para ser deixada aos brasileiros. Se perdermos as florestas perderemos a batalha contra as mudanças climáticas.” É assim, num texto curto e direto, que o jornal londrino The Independent fecha o seu editorial de ontem, em que critica duramente o governo brasileiro pela saída da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva. Sob o título Salvem os Pulmões do Planeta, o jornal diz ainda que a Amazônia “é um recurso precioso para o mundo inteiro, pelo qual todos temos de assumir a responsabilidade”. Além do editorial, o jornal dedica duas páginas à saída da ministra. Porta-voz de causas ambientais, The Independent define a renúncia da ministra como “um tapa no futuro do planeta”. E repete as críticas aos fazendeiros e madeireiros da Amazônia. Acusa o governo de ceder aos lobbies do agronegócio e compara: “Quase 25% do total de emissões de carbono do planeta hoje se devem ao processo de desmatamento - superando de longe os 14% produzidos por aviões, carros e fábricas”. O jornal admite que o Brasil não aceitará pagar sozinho a conta dos erros ambientais do planeta. “Por que pagaria sozinho por algo que beneficiaria todo mundo?” E conclui que a saída será “trabalhar por um acordo internacional na próxima etapa do protocolo de Kyoto”. A queda de Marina também foi abordada pela revista britânica The Economist, para quem a nomeação dela para o ministério em 2003 havia sido “como escolher um advogado de direitos humanos para comandar a polícia”. “A saída dificultará a tarefa do governo Luiz Inácio Lula da Silva de convencer os observadores de que está determinado a deter o ritmo do desmatamento.” A revista diz ainda que Marina deixa o cargo com a reputação “intacta” e “voltará ao Senado, onde pode dizer o que quer”. (O Estado de SP, 16/5)

sexta-feira, 16 de maio de 2008

A construção da BR 174

A CONSTRUÇÃO DA BR 174. A abertura dessa estrada é um dos episódios mais abafados e sinistros da história das Forças Armadas brasileiras no período do regime militar. Encobertos pelo AI-5, os militares brasileiros cometeram um dos maiores genocídios da história mundial, muito pior que o dos armênios pelos turcos ou dos judeus pelos nazistas. Em 1968, quando começou a revolta dos waimiris-atroaris contra a abertura da BR-174, sua população era estimada em mais de 6.000 pessoas; em 1974, quando as forças armadas terminaram sua campanha de extermínio, eles eram menos de 500. Dessa guerra restaram, pelo lado dos waimiris-atroaris as lendas dos grandes chefes guerreiros Maiká, Maroaga e Comprido (nomes dados pelos brancos, na verdade seus nomes seriam, muito provavelmente, Sapata e Depini) todos mortos pelo exército. O episódio mais infame dessa guerra, documentada por entrevistas gravadas pelo padre Silvano Sabatini com índios wai-wai, waimiris-atroaris e sertanistas e relatadas no livro Massacre (Edições Loyola, 1998) foi o bombardeio pela Força Aérea Brasileira de uma maloca em que os waimiris-atroaris realizavam uma festa ritual. Nas lembranças na história dos waimiris-atroaris o crime é definido como "maxki" (feitiço). O feitiço que caiu do céu era, na verdade, bombas químicas despejadas pela FAB sobre um povo indefeso. As terras dos waimiris-atroaris abrigam entre outras riquezas a província mineral de Pitinga, uma das mais ricas do mundo e a maior jazida de cassiterita do planeta.

É provável que haja o risco de um novo genocídio contra as populações indígenas de Roraima.

Nossos índios talvez tenham o mesmo fim dos cavalos selvagens de Roraima. Os principais inimigos dos "arrozeiros", chamados nos anos de 1980 a 1982 simplesmente de "gaúchos", e que estavam chegando a Roraima levados pelo governador Ottomar de Souza Pinto, não eram os índios, mas as manadas de cavalos selvagens que invadiam as plantações de arroz para pastar.Esses cavalos selvagens foram dizimados a tiro ou veneno pelos "gaúchos". Os "gaúchos" não eram chamados de "arrozeiros" porque plantavam, na verdade, brachiaria. Como o Banco do Brasil não financiava pastagens, a brachiaria era plantada consorciada com arroz. No primeiro ano, a produção de arroz explodia, enquanto a brachiaria começava a deitar raízes. No segundo, a produção se reduzia à metade ou menos, para praticamente desaparecer no terceiro, quando a pastagem tomava conta das terras. Aí os "gaúchos" reportavam a quebra da safra para negociar as dívidas com o Banco do Brasil. Quem quiser confirmar essa história, basta consultar os arquivos dos financiamentos do Banco do Brasil em Roraima na época. Mais de 25 anos depois, parece que as coisas não mudaram muito por lá.

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Ex-combatentes da FEB fecham museu e associação

*Memória perdida Ex-combatentes da FEB fecham museu e associação *Publicado em 08.05.2008, às 18h54 Os ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) anunciaram hoje o fechamento do Museu da FEB, que guarda registros da participação do País na 2ª Guerra Mundial. A Associação Nacional dos Veteranos da FEB (Anvfeb), que mantinha o museu, biblioteca e assistência jurídica aos veteranos e às famílias deles, também encerra as atividades. Os oito funcionários serão demitidos amanhã. "Fica claro o descaso dos governos com a história e a memória do País e com aqueles que serviram à Pátria. É imensa a nossa decepção e frustração com as autoridades que só nos usaram e não deram nada em troca. Cerimônias como a de hoje são uma beleza, que só servem para dar projeção a essas autoridades que nos deixam morrer à míngua", disse o presidente da Anvfeb, coronel Hélio Mendes, referindo-se às comemorações pelo fim da 2.ª Guerra. Em protesto, Mendes não participou da cerimônia do Dia da Vitória, no Aterro do Flamengo, que teve a presença do vice-presidente José Alencar e do ministro da Defesa, Nelson Jobim. A associação foi fundada em 1963. Depois de 13 anos, o governador Carlos Lacerda doou um terreno no centro do Rio, na Rua das Marrecas. Os veteranos cotizaram-se e ergueram o edifício de cinco andares chamado Casa da FEB. Nesses 32 anos, o local funcionou oferecendo, principalmente, proteção jurídica gratuita aos ex-combatentes - associados ou não. Cada associado paga uma taxa de 20 reais mensais. "O problema é que muitos associados foram morrendo ao longo dos anos. Os diretores nada recebem pelo trabalho. Todo o dinheiro é para manter a casa. Não temos ajuda de ninguém", afirmou o vice-presidente da Anvfeb, major Thiago da Fonseca. *Fonte: Agência Estado - http://jc.uol.com.br/2008/05/08/not_168228.php*

terça-feira, 6 de maio de 2008

Os integralistas em ação no dia 1 de maio em SP

Frente Integralista Brasileira
Fora do Integralismo não há Nacionalismo
Prezados Companheiros e Companheiras, Deus, Pátria e Família; Honra, Bravura e Lealdade. Respeito ao Integralismo!
Neste dia 1º de maio, em mais uma ação contra os inimigos da Pátria, a F.I.B. compareceu ao prédio do antigo DEOPS (atual Estação Pinacoteca), no Largo General Osório, em São Paulo, para demonstrar a indignação com as aviltantes indenizações que estão sendo pagas com dinheiro dos contribuintes aos ex-terroristas e agora, muitos, ocupando cargos nos governos em suas três esferas.
A mobilização da F.I.B. causou grande polêmica no local e serviu ainda para exibir a bandeira oficial da Instituição, trazendo perplexidade aos presentes, que saíam do local onde o discurso do governador em exercício era pronunciado, para ver nossa formação e tirar fotos, não só por sua envergadura e mas também por sua beleza.
Em nosso portal você pode baixar o panfleto distribuído durante a ação, que fez com que alguns comunistas mais exaltados gritassem palavras de ordem e pedissem nossa expulsão aos organizadores.
No entanto, permanecemos no local de forma heróica, organizada e marcializada, o que causou intimidação e perplexidade aos presentes, como devem ser todas as formações Integralistas em suas ações pelo país.
Algumas imagens da ação podem ser visualizadas em vídeo postado no YouTube pelo atalho abaixo:
É a Frente Integralista Brasileira em mais uma ação!
Aguardem pelas próximas!
Você que está em São Paulo e ainda não se filiou, venha para a F.I.B.!
Venha somar em nossas fileiras!
Você, de outras cidades, estados, junte-se aos seus amigos para formar uma célula!
Venha vestir a camisa do Sigma!
Anauê !
Nonato Sousa
Diretor Administrativo
Frente Integralista Brasileira
Fora do Integralismo não há Nacionalismo

FAÇA SUA PARTE !
FILIE-SE À FRENTE INTEGRALISTA BRASILEIRA
E AJUDE-NOS NA CONSTRUÇÃO DE UMA GRANDE NAÇÃO.
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