Jornal de oposição fecha após investigação na Rússia
Um jornal de oposição escrito em inglês viu-se obrigado a fechar as portas na Rússia. Chamada "O Exílio", a publicação mensal criticava o Kremlin e o Ocidente em suas páginas, em muitos casos de forma ofensiva. Segundo o editor Mark Ames, o jornal foi alvo de uma auditoria em 5 de junho. Após questionarem sobre as ligações do periódico com o líder oposicionista Eduard Limonov, inspetores deram uma pequena multa por infrações menores, como um endereço impresso incorretamente, contou Ames. Como resultado da investigação, os patrocinadores, incluindo o publisher, deixaram de repassar dinheiro ao jornal, o que forçou seu fechamento.
Yevgeny Strelchik, um porta-voz da agência federal para mídia e comunicações que conduziu a investigação, disse que o material apreendido na redação estava sendo examinado. Segundo ele, "pequenas violações" haviam sido encontradas. Strelchik negou qualquer conotação política nas inspeções. Ames, que é cidadão norte-americano, concordou com as punições por erros técnicos, mas também viu motivações políticas na investigação. Para ele, o fato de o jornal publicar há 11 anos artigos críticos ao governo, escritos por Limonov, causou impaciência no governo.
Limonov é líder do proscrito Partido Nacional Bolchevique. Ames não quis nomear os patrocinadores do jornal, por medo de represálias. O governo russo endureceu na relação com a mídia durante os oito anos de governo do ex-presidente Vladimir Putin. Dmitry Medvedev, que assumiu no início de maio, prometeu ampliar a liberdade também da imprensa. Para os críticos do Kremlin, Medvedev deve seguir os passos de Putin, que manteve poder ao ser nomeado primeiro-ministro pelo atual presidente.
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