domingo, 30 de março de 2008

Liberalismo brasileiro á tartaruga

20/03/2008 - Adesão a liberalismo faz do Brasil uma "tartaruga" A edição da revista britânica The Economist que chega às bancas nesta sexta-feira, compara a performance de Brasil ("tartaruga") e Argentina ("lebre"): "Pegue duas economias vizinhas, ambas extremamente dependentes de preços de commodities, aplique a uma delas uma política monetária ortodoxa e veja ela acolher investidores estrangeiros e adotar o câmbio flutuante. Entregue o comando da outra a empreendedores que recorreram à fixação de preços, proibição ou taxação de algumas de suas próprias exportações, e que mentem abertamente sobre a taxa de inflação. O resultado? O malandro continua a crescer a uma taxa de 9%, enquanto que, por contraste, o bem comportado Brasil segue vagaroso", espanta-se The Economist.

Para o economista Plínio de Arruda Sampaio Júnior, da Unicamp, o próprio artigo "fundamenta a vantagem de não fazer tudo que a banca defende": "O trauma político da crise permitiu ao governo argentino recuperar maior controle sobre moeda, câmbio e política fiscal. Politicamente, têm condição de ter inflação maior. O capital internacional e o rentismo é que são obcecados por inflação baixa", ironiza.

Para ele, a Argentina aproveitou a crise para fazer um saneamento financeiro, reduzindo as restrições à economia. "A crise obrigou o país a dar dois passos atrás na liberalização, privilegiando o mercado interno. Assim os efeitos multiplicadores do aumento das exportações são maiores que no Brasil, que acaba esterilizando o saldo comercial com superávit primário e juros absurdos."

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