*O PROCESSO DE DEGENERAÇÃO DO PSOL* > > > > “É preciso sonhar, mas com a condição de crer em nosso sonho, de observar > com atenção a vida real, de confrontar a observação com nosso sonho, de > realizar escrupulosamente nossas fantasias. Sonhos: acredite neles”. > > > > [*Vladimir Ilich Ulyanov, **Lenin*] > > > > Os que subscrevem este documento são os que construíram o PSOL em nosso > Estado. Alguns, desde o primeiro instante; outros, engrossando nossas > fileiras ao longo da caminhada; alguns, hipotecando vidas familiares, > profissionais, carreiras; outros, trocando suas comodidades pessoais pelas > agruras das nossas exigências partidárias. Mas todos firmemente decididos a > fazer triunfar não um projeto político qualquer, mas o projeto político do > socialismo. Por isso, em 2004, quando do seu momento inicial, escolhemos um > programa socialista e um estatuto que definiria o perfil de um partido de > esquerda, autêntico e revolucionário, para superar a lógica perversa do > capital e implantar o socialismo. > > Nestes sete anos de trajetória, nos quais inúmeros militantes deram sua > contribuição à construção do PSOL em vários municípios maranhenses, buscamos > levar o partido à classe trabalhadora no campo e na cidade, cumprindo > fielmente nosso papel pedagógico de instrumento de educação das massas, > agregando-as conscientemente às lutas pelo socialismo. Não nos esqueçamos > que o Maranhão, historicamente, permanece no estado de pobreza extrema e por > isso mesmo tem os piores indicadores sociais e econômicos do País. > > Aqui, com o patrocínio escancarado do governo do PT, a mais longeva > oligarquia regional não somente sobrevive, mas dá sinais de longa sobrevida. > Por isso mesmo, é imperioso ser firme no caminho traçado e não se deixar > confundir. Persistir no combate à oligarquia sarneísta, mas combater > igualmente suas ramificações travestidas de “libertação”. > > Infelizmente, o PSOL traiu o seu projeto original. Em menos de uma década, > degenerou completamente. Não o dizemos por dizer. Basta olhar o que > aconteceu nos congressos nacionais nesse período. Limitaram-se às disputas > em torno do poder interno, pelo controle da direção, pelo aparato partidário > e pelas definições eleitorais. A discussão que de fato interessava, em torno > da intervenção do Partido nas lutas sociais, passou longe e despercebida. De > um partido de base, organizado em núcleos, transformou-se em um partido > loteado entre chefetes que pensam ser donos das vontades e das inteligências > dos seus militantes. Organizado em tendências, é de fato uma federação de > “potências soberanas”, na expressão de Lênin, incapaz de superar a eterna > luta interna que o paralisa diante das exigências da luta concreta diária. > Paralisado, reduziu-se ao papel de mero espectador. Paralisado, assiste > impotente ao recebimento de ajuda financeira em campanha eleitoral > proveniente dos cofres de grandes empresas capitalistas tais como a Gerdau e > a Taurus que financiaram a campanha de Luciana Genro no Rio Grande do Sul. > Paralisado, vê estarrecido sua Presidente, à época, Heloisa Helena fazer > campanha para candidato de outro partido. Paralisado vê o Senador eleito > pelo Amapá Randolfe Rodrigues ter recebido apoio político do grupo do > Senador José Sarney. Os escândalos internos sucedem-se sem que nada > aconteça. > > Nada acontece porque, em primeiro lugar, a base partidária está excluída de > toda participação concreta, efetiva, nos rumos do partido; e, depois, porque > em razão dos acordos internos, os grupos ou outros nomes que lhes queiramos > dar, num eterno traçar de alianças, evitam o necessário enfrentamento dessas > questões. O partido anulou-se. Não existe. Existem os grupos, as tendências, > as subtendências, os chefes, os parlamentares, mas não o Partido. Existem as > preocupações eleitorais, mas não a preocupação com a democracia interna, com > a compreensão do País, com a construção da necessária autoridade moral sem a > qual jamais será possível aspirar a, um dia, ajudar na revolução brasileira. > > Em 7 anos o PSOL transformou-se numa caricatura do PT, uma vez que repete > e aprofunda as práticas políticas daquele partido, práticas estas que o > transformaram num partido corrupto e agente da ordem capitalista, destruidor > dos direitos da classe trabalhadora e favorecedor dos interesses burgueses. > > Ao contrário do que a classe trabalhadora esperava, o PSOL rebaixou o seu > programa e rapidamente caducou, frustrando as enormes esperanças das massas > e tornando-se um partido meramente eleitoral sem um conteúdo de classe ou de > ferramenta de superação da ordem burguesa. > > No Maranhão, da Direção Nacional jamais recebemos qualquer tipo de ajuda. > De nenhuma natureza. Para tornar este ponto claro: do fundo partidário, por > exemplo, nunca um único centavo ajudou a luta do PSOL no Estado. Talvez > porque sempre nos recusamos a participar da política rasteira, conservadora > e autoritária que hoje domina o Partido. > > Não bastasse isso, temos sofrido, na prática, intervenções sucessivas, não > apenas nas nossas instâncias estaduais, mas, sobretudo, nas decisões > democráticas dos nossos filiados, como no caso da escolha dos candidatos ao > Senado, agora repetida com filiações decididas sem sequer uma consulta. > Querem empurrar-nos goela abaixo figuras como Haroldo Saboia e Franklin > Douglas, que, conforme documentos públicos, há menos de 5 meses, defendiam o > governo Lula e todas as suas políticas de ataque aos trabalhadores, > sucateamento dos serviços e órgãos públicos, privatizações, pagamento > exorbitante da dívida pública, reforma da previdência em desfavor dos > aposentados e assalariados e aliança com a burguesia (aliás, ao amparo de > recente Resolução da própria Executiva Nacional do Partido). Mais ainda: > essas pessoas legitimaram e participaram do corrupto governo Jackson Lago > que atacou violentamente os trabalhadores e professores com a chamada Lei do > Cão, além de inúmeros casos de improbidade e nepotismo amplamente > divulgados. > > Querem desmoralizar-nos. Não o conseguirão. Ao tomar essa atitude vertical, > antidemocrática e desrespeitosa com toda a construção e compromisso que > firmamos nesses 7 anos de muito trabalho em todo o Maranhão, a executiva > nacional do PSOL mostra a cara de um partido que já pode ser chamado de > “novo PT” pelas práticas e conteúdo que passa a tomar na cena política do > Brasil e do Maranhão. > > Por tudo isso e coerentes com a nossa posição política, decidimos, > coletivamente, sair do PSOL. Esta última intervenção foi a gota que fez > transbordar o copo. Sair representa manter a nossa coerência e não nos > tornar cúmplices dessa virada ideológica, como faz a CST que, entre nós, > omitindo-se sempre, apóia, na prática, a política intervencionista e > antidemocrática da Direção Nacional; ou como a APS que, desde sua entrada no > Partido, jamais moveu uma palha na luta cotidiana dos trabalhadores > maranhenses, limitando-se à já conhecida política cupulista em que busca > substituir sua absoluta falta de identidade com um projeto > revolucionário-socialista por tentativas de alianças eleitorais à margem do > projeto partidário; ou ainda como o MES e ENLACE , eternos ausentes da > vida partidária do Estado. O PSOL, já a partir de algum tempo, desprezando a > luta social e política, privilegia o mero pragmatismo eleitoreiro. O nosso > combate é outro: ele está nas trincheiras e nos embates, o verdadeiro > ambiente de constructo de um projeto revolucionário. > > Não deixaremos de fazer a luta social e política permanentemente em defesa > da classe trabalhadora, através das entidades sindicais e organizações > sociais em que cada um de nós atua. No momento certo debateremos e > decidiremos qual rumo partidário será tomado por nós. Aproveitamos para > convidar todos aqueles que, ainda no PSOL, possam erguer suas vozes e dizer > não a esse processo acelerado de degeneração para que nos juntemos para > continuar sonhando com um futuro socialista e libertário. > > *VIVA O SOCIALISMO!* > > São Luís, 31 de março de 2011 > > > > 01)Aldecy Moraes Ribeiro - Previdenciário e do Núcleo Mário Alves > > 02) Antônia de Jesus Santos Soares - Professora e Municipal de Caxias > > 03) Antônia Raimunda Alves dos Santos-Professora e Municipal de Caxias > > 04)Antonísio Furtado – Diretório municipal de São Luís e oposição de > professores > > 05)Carlos Lopes- Profissional liberal e do Diretório Municipal de > Imperatriz > > 06)Claudio Lopes- Marceneiro e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 07) Cordeiro Marques- Diretório Municipal de São Luís e do Sintes/MA > > 08)David Sá Barros – Bancário e Presidente do Sindicato dos Bancários > > 09)Diogo Cabral – Advogado popular e membro da Comissão de Direitos Humanos > da OAB/MA > > 10)Emanoel Chaves – Comerciante e do Municipal de Imperatriz > > 11)Felix Lima e Silva - Pedreiro > > 12) Francinete Soares da Silva-Professor e Municipal de Caxias > > 13)Heliomar Barreto- Estudante e do Diretório Estadual do PSOL > > 14)Irmão Walter – marceneiro e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 15) Irisnete Galeno da Silva – dona de casa > > 16)Joel Silva Costa - Previdenciário e do Núcleo Mário Alves > > 17)Jorge Luis Pinheiro Ferreira – Previdenciário e do Núcleo Mário Alves > > 18)José Cláudio Siqueira Mendes – Previdenciário e do Núcleo Mário Alves > > 19)José de Ribamar Novaes – Médico, previdenciário e do Núcleo Mário Alves > > 20)Kátia Ribeiro- Oposição dos professores e advogada > > 21)Lailton Nunes – autônomo e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 22)Lenilson filho – estudante e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 23)Luis Carlos- Diretor do Sindicato dos Bancários > > 24)Luis Fernando Teixeira Coqueiro – Previdenciário e do Núcleo Mário Alves > > 25)Márcio André – Advogado e militante dos movimentos de pessoas com > deficiência > > 26)Marco Aurélio- Urbanitário e oposição Urbanitária > > 27)Marcos(cabelo fino) – marceneiro e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 28) Maria da Conceição Dias Carneiro – Professora e Municipal de Caxias > > 29) Maria de Nazaré Almeida Lima – Professora, Diretora do Sindicato dos > Trabalhadores Municipais de Caxias Professora e Municipal de Caxias > > 30) Maria do Carmo Alves Avelino – Professora e Municipal de Caxias > > 31) Maria dos Santos Gomes de Freitas – Professora e Municipal de > Caxias > > 32) Maria Honorina – Dona de casa e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 33)Marlon Câmara Freire – Diretor do Sindicato dos Trabalhadores do > Judiciário Federal-Sintrajufe/MA > > 34)Maria Dolores da Silva – Diretório Estadual do PSOL e oposição > dos professores > > 35) Naziel silva – Autonomo e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 36)Nemeziano Carvalho Loura – Servidor Federal e oposição dos federais > > 37)Paulo Rios- Ex-candidato a Prefeito de São Luís em 2008, Diretor do > Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal/MA, Membro suplente do > Diretório Nacional do PSOL e Professor Universitário > > 38)Rezzo Júnior- Diretório Estadual do PSOL e oposição de professores > > 39)Ribamar Arouche – Vigilante e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 40)Ricardo de Aguiar – Pedreiro e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 41)Rogério Costa- Presidente do Diretório Estadual do PSOL, Professor > Universitário e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 42)Saturnino Moreira- Ex-candidato a Governador pelo PSOL em 2006, > Diretório Estadual do PSOL, Professor Universitário e do Núcleo Tecendo o > Socialismo > > 43)Saulo Arcangeli- Ex-candidato a Governador pelo PSOL em 2010, Presidente > do Diretório Municipal de São Luís, Coordenador Geral do Sindicato dos > Trabalhadores do Judiciário Federal e MPU-Sintrajufe/MA e da Fenajufe, > Membro da Executiva Nacional da CSP CONLUTAS- Central Sindical e Popular. > > 44) Silvana Maria de Oliveira Moura – Professora, Dirigente Sindicato dos > Trabalhadores Municipais de Caxias e Diretório Municipal de Caxias > > 45)Sonia Maria Silva Santos – Previdenciária e do Núcleo Mário Alves > > 46) Wagner Sabóia – autônomo e do Núcleo Tecendo o Socialismo > > 47) Zé pombo – Funcionário publico municipal de São Luís > > 48)Wellyngton Chaves – Office-Boy e Diretório Municipal de Imperatriz > > 49)Wilson Leite- Trabalhador assalariado e Presidente do Diretório > Municipal de Imperatriz >
sexta-feira, 1 de abril de 2011
O processo da degeneração do PSOL
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