Greve dos técnicos das universidades federais ameaça início do semestre letivo
23/7/2011 13:42, Por redação, com ABr - de Brasília
A greve dos técnicos administrativos das universidades federais já dura 45 dias. Até agora, não houve reunião alguma para discutir as reivindicações dos servidores. Segundo o governo, só haverá negociação se o movimento for suspenso. Sem perspectiva de diálogo, a categoria promete reforçar a paralisação, o que pode atrasar o início das aulas no segundo semestre, comprometendo o calendário universitário.O movimento tem a adesão de servidores de 39 das 59 universidades federais. De acordo com o Ministério do Planejamento, o impasse foi criado pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Brasileiras (Fasubra), que decidiu deflagrar a greve durante a negociação. Entre as reivindicações da categoria, está o reajuste do piso salarial em pelo menos três salários mínimos. Segundo a entidade, o vencimento desses servidores hoje é R$ 1.034.
Apesar de não terem ligação direta com o trabalho desenvolvido em sala de aula, os servidores são responsáveis por atividades administrativas importantes, como o processamento da matrículas. De acordo com o coordenador-geral da Fasubra, Paulo Henrique Silva, o movimento grevista agora tentará prejudicar esse processo.
“Esse é um ponto, dentro das universidades, que nos favorece. É um processo necessário de resistência para que a gente possa ter uma resposta”, disse Silva. Segundo ele, o comando de greve também vai intensificar a paralisação de serviços prestados pela categoria nos hospitais universitários.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) espera que o problema seja resolvido durante o período de férias e não comprometa o próximo semestre letivo. “Quando há conflito de interesses, só a conversa resolve”, disse o secretário executivo da associação, Gustavo Balduíno. Os reitores, informou, participaram do processo de interlocução entre os servidores e o governo. Até o momento, acrescentou, os prejuízos causados pela paralisação foram superados.
“Apostamos na responsabilidade do movimento sindical”, destacou Balduíno. “A categoria [dos técnicos] não causará prejuízos aos alunos e professores. A universidade oferece um conjunto de serviços de extrema importância que precisa funcionar em benefício da sociedade – e não em benefício do reitor ou do governo.”
Na terça feira, o ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que a greve dos servidores técnico-administrativos das universidades federais não prejudicará as matrículas do segundo semestre de 2011.
O ministro espera pôr fim à paralisação até o final do mês de agosto, quando devem recomeçar as aulas. A greve teve início no mês de junho.
O ministro contou que se encontrou com representantes dos servidores técnico-administrativos, na última segunda-feira, em Brasília, e reforçou a proposta de intermediar as negociações com o Ministério de Planejamento.
Haddad também comentou o anúncio de paralisação dos docentes de Instituições Federais de Ensino (Ifes) – prevista para 5 de julho – e disse que, desde 2005, o Ministério da Educação não enfrenta graves crises.
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