Escândalo nos Correios
Chefes do setor de importação, em São Paulo, são presos pela Polícia Federal, acusados de contrabando
Chefes do setor de importação, em São Paulo, são presos pela Polícia Federal, acusados de contrabando
Enquanto os trabalhadores são vigiados e tratados como criminosos, os chefes, ligados à direção da ECT estão envolvidos em um sem número de escândalos de corrupção
19 de janeiro de 2011
19 de janeiro de 2011
Na última quinta-feira, dia 13, a Polícia Federal colocou em prática a chamada operação “Máscara de Ferro” com o objetivo de desmantelar uma quadrilha que atuava no CTCI (Centro de Tratamento de Correios Internacional), no prédio do Jaguaré, em São Paulo. A polícia cumpriu 39 mandados de busca e apreensão na Grande São Paulo.
A Polícia Federal entrou no CTCI e levou algemados alguns funcionários dos Correios, a maioria chefes do setor. Os Correios afirmaram à imprensa que não iria se pronunciar sobre o assunto.
Foram apreendidos mais de R$ 800 mil, cerca de U$ 150 mil (R$ 250 mil) e diversas mercadorias importadas irregularmente. A chefia do CTCI envolvida no esquema de corrupção permitiam que mercadorias de alto valor agregado passassem sem fiscalização pelos Correios, para não pagar os impostos devidos.
Segundo a Polícia Federal, o não recolhimento dessas taxas teria dado prejuízo aos Correios e à União. Nos últimos seis meses, 98% das mercadorias importadas não passaram pelo processo de desembaraço aduaneiro a cargo do sistema de controle no CTCI. Foram facilitadas 250 toneladas de produtos ao contrabando.
Os envolvidos no esquema serão indiciados pelos crimes de contrabando, descaminho, corrupção ativa e passiva, facilitação a contrabando e descaminho, falsidade ideológica, estelionato e sonegação fiscal.
Enquanto a direção dos Correios colocou um verdadeiro esquema policial no prédio do Jaguaré, revistando os trabalhadores, com seguranças em todas as entradas, não permitindo a circulação os funcionários de um setor a outro, a chefia do CTCI estava se esbaldando no esquema de corrupção dos importados. Os mesmos que transformaram o prédio do Jaguaré em uma verdadeira prisão para os trabalhadores, agora saíram algemados pela Polícia Federal.
Mais uma vez fica comprovado que quem sofre nos Correios são os trabalhadores, que todos os dias têm que deixar seu sangue na empresa. A única linguagem que os patrões conhecem para os trabalhadores é o chicote estralando todos os dias.
As medidas policialescas tomadas pela direção da ECT servem apenas para esconder a corrupção na qual estão envolvidos a cúpula da empresa, colocando a culpa nos trabalhadores. Esse é o tratamento tradicional que os trabalhadores ganham dos patrões: é só ver como a direção dos Correios trata a categoria durante a greve, por exemplo.
Não à repressão aos trabalhadores nos setores dos Correios!
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