sábado, 15 de janeiro de 2011

Novo Estatuto dos Correios é privatização

Mais um ataque contra os trabalhadores
Novo estatuto dos Correios é privatização
O novo presidente da ECT, Wagner Pinheiro, anunciou a mudança no estatuto da empresa, preparando o terreno para a transformação dos Correios em Sociedade Anônima, o “Correios do Brasil S.A.”

14 de janeiro de 2011
A direção da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) enviou, na última segunda-feira, a proposta de texto para modificar o estatuto da empresa. A proposta foi a primeira medida do novo presidente dos Correios, Wagner Pinheiro (PT).
A cobertura que serve para esconder o verdadeiro significado da modificação do estatuto são os diversos “escândalos políticos” pelos quais passou a empresa, como a CPI e a recente queda da ex-ministra chefe da casa Civil, Ereneci Guerra. A corrupção é utilizada mais uma vez como uma boa justificativa para atacar os trabalhadores e toda a população.
Embora negue nas entrevistas que vêm fornecendo aos jornais, está claro que a mudança no estatuto da ECT é uma continuidade das medidas que já foram tomadas no sentido de privatizar os Correios brasileiros. O próprio Pinheiro não consegue esconder isso.
Em uma entrevista ao portal IG na internet, o novo presidente da ECT afirma que o texto do novo estatuto possibilita que a empresa tenha participação acionária minoritária em empresas e crie empresas subsidiárias.
O novo estatuto deve modificar o contrato com as companhias aéreas para o serviço da rede postal noturna. O contrato, antes de um ano, teria a duração de cinco anos. Pinheiro admite na mesma entrevista que esses contratos visa beneficiar as empresas que prestam serviços para os Correios e ajudaria os capitalistas a criar novas empresas que prestariam esses serviços para a ECT. Há a possibilidade inclusive de os Correios entrarem na sociedade de uma empresa aérea.
Outro favor que o novo estatuto fará aos empresários é a manutenção das franquias. Pinheiro deixou claro que vai manter as franquias para distribuir dinheiro que deveria ser da ECT para os empresários das agências franqueadas. Serão 1.424 franquias.
O mais importante, no entanto, é a afirmação de que a reforma no estatuto está se inspirando em empresas de capital aberto, como a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. A negação de que o governo não teria interesse em abrir o capital da ECT é um cinismo. A intenção do governo e da direção dos Correios é justamente essa. Estão sendo preparados grandes ataques contra os trabalhadores, como preparação para entregar os lucros da ECT aos capitalistas internacionais.
No próprio discurso de posse, para uma platéia composta principalmente por capitalistas e banqueiros, Wagner Pinheiro já havia anunciado todas essas mudanças, que fazem parte do projeto de Correios S.A. elaborado em 2009 pelo GTI (Grupo de Trabalho Interministerial), do qual faziam parte, além do ministério da Casa Civil, então comandado por Dilma Rousseff, o Ministério do Planejamento, comandado justamente pelo atual ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Em seu discurso, Pinheiro anunciou a mudança no estatuto, o balanço público da empresa, a mudança de poder no conselho administrativo, a manutenção das franquias e o incentivo às empresas subsidiárias.
Está clara a intenção do governo e da direção da ECT: entregar os Correios, um dos maiores patrimônios do povo brasileiro, para os capitalistas. É só parar para uma rápida análise das medidas tomadas pela direção da empresa até agora. O PCCS/2008 da escravidão, instituiu a terceirização, a super exploração dos trabalhadores e as demissões, como o PDV, por exemplo. O Plano de contingência, anunciado pela direção da ECT em agosto, que preparou grandes ataques contra os trabalhadores. O acordo bianual, que deixou a categoria sem campanha salarial em 2010, para facilitar todos esses planos de privatização. A própria nomeação de Wagner Pinheiro, ex-presidente da Petrus (fundo de pensão da Petrobrás) e homem de confiança dos banqueiros, assim como Paulo Bernardo.
Está em marcha o roubo de um dos maiores patrimônios do povo brasileiro pelos abutres internacionais. Contra esse roubo, os trabalhadores devem preparar as maiores mobilizações no próximo período para impedir a privatização e os ataques contra os ataques da direção da empresa contra a categoria.

3 comentários:

Anônimo disse...

Não é tão ruim assim o novo Estatuto; Auguma coisa tem que ser feita, hoje os correios tem funcionários antigos que da para constatar até 10 funcionários novos e com mais cometencias.
OBS.: Quanto a plataforma logistica, tem mesmo que ser revisada.
Atte.
Oscar Costa Sobrinho
Joaçaba/SC

Nelma disse...

Oscar não assassina o português.

Plantas gratis disse...

Nelma qual é o objetivo desse comentario? Vai acrescentar o quê ao assunto?