sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Imprensa ataca os Correios

Final de ano
Imprensa capitalista aproveita para aumentar ataque à ECT
A imprensa está a serviço dos capitalistas para defender a privatização
25 de novembro de 2010
O esquema para privatizar os Correios fica cada vez mais evidente à medida que o ataque dos capitalistas se intensifica. Esse esquema conta com a participação necessária da imprensa capitalista para corroborar a farsa, fazendo a campanha entre a população de que o sucateamento da ECT tem como única solução entregar a empresa aos capitalistas.
Para quem trabalha nos Correios o final de ano é sinônimo de trabalho redobrado, devido ao Natal e ao Réveillon. O sucateamento da ECT, produzido intencionalmente pela direção da empresa, está tornando o trabalho dos ecetistas extenuante e insalubre. A empresa se recusa a contratar mais funcionários, sendo que nos últimos anos foram demitidos em dois PDVs cerca de 6 mil funcionários, agravando um quadro que já era horrível.
Para dar conta do trabalho dos Correios seriam necessários mais 30 mil trabalhadores, para colocar fim às dobras e horas-extras constantes. No entanto, a direção da empresa se recusa a contratar. Esse quadro só reserva para os setores um ambiente ainda mais caótico com o triplo de carga no final de ano.
Os trabalhadores serão mais explorados, as doenças ocupacionais vão se proliferar, agravado o problema. Para piorar, tudo isso em ano de acordo bianual, em que a categoria está sendo impedida, pelos mesmos que querem privatizar a empresa, de realizar a campanha salarial para lutar contra essa situação.
É assim todo o final de ano e a imprensa capitalista nunca se importou com a situação do trabalhador dos Correios.
Esse ano, no entanto, nem chegou dezembro e os jornais publicaram um batalhão de notícias para convencer a população de que os serviços da empresa só vão piorar no Natal.
O Correio Braziliense publicou no último dia 20 de dezembro um editorial de nome “O anunciado colapso dos Correios”. Na matéria – escrita após as denúncias do ex-diretor Pedro Bifano sobre a intenção de privatizar a empresa –, nenhuma palavra sobre a privatização da estatal. Em contrapartida, um verdadeiro amontoado sobre os problemas da empresa: corrupção, atrasos, “apagão”, favorecimento de políticos etc. O Estado de Minas, publicou o mesmo editorial, mas com outro nome, “Colapso dos Correios” e acrescenta uma única frase, no início, afirmando que a crise da ECT é uma ameaça às mensagens de Natal.
O mesmo Correio Brziliense, em 19 de novembro, publicou outra matéria: “fim de ano agrava caos nos Correios”. A matéria quer indispor a população, “os brasileiros que pensam em usar os Correios (ECT) para enviar cartões ou presentes de Natal podem se preparar para o pior”.
A matéria também não diz nada sobre as intenções dos capitalistas que estão agindo para sucatear a empresa a fim de criar o pretexto para privatizá-la.
Toda a propaganda sobre a destruição do serviço dos Correios tem como objetivo criar uma opinião pública favorável à privatização. Afinal de contas, se não é possível para uma empresa pública cumprir de maneira eficiente seu serviço, na lógica que os capitalistas querem transmitir, o melhor seria passar esses serviços para as mãos de outros. Essa campanha fez parte da privatização de uma série de empresas brasileiras, como a telefonia por exemplo. O resultado, como bem sabe a população, foi só um: aumento exorbitante dos preços e piora nos serviços.

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