Kassab avalia que debandada do DEM começa no dia 30 de março
25/2/2011 14:02, Por Redação - de São Paulo
O prefeito Gilberto Kassab está mesmo resolvido a deixar o DEM até 30 de março. Em café da manhã, nesta sexta-feira, em sua casa na elegante região dos Jardins, nesta capital, ele e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) e o presidente do PSB-SP, Márcio França, secretário de Turismo do governador Geraldo Alckmin, começaram a acertar os detalhes para a migração do prefeito de uma legenda da ultradireita para o centro. A crise entre Kassab e o comando nacional do DEM chegou ao ponto de ruptura com a vitória da ala ligada ao ex-prefeito do Rio, Cesar Maia.Kassab, logo após as eleições nacionais, em outubro passado, começou a negociar com o PMDB e o PSB uma eventual candidatura ao governo paulista, em 2014. As conversas com o PMDB ainda não estão esgotadas. Ele recebeu o vice-presidente da República, Michel Temer, para um encontro no último fim de semana e confirmou uma reunião com o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco (PMDB-RJ). Além de deputados, senadores e vice-governadores, a debandada do DEM inclui a figura emblemática da direita paulistana, o vice-governador Guilherme Afif Domingos, que adiantou a aliados sua disposição de seguir com o prefeito.
Análise
Em artigo publicado nesta sexta-feira, no Correio do Brasil, o ex-ministro José Dirceu avalia que “há muita análise e conversa sobre a nova legenda, o partido Democrático Brasileiro (PDB), dissidente do DEM, que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ainda DEM-PSDB) vai criar. Sem demérito e sem que isso signifique deixar de reconhecer, ou minimizar a importância e a legitimidade de sua decisão e de seus companheiros, a verdade nua e crua é que a dissidência só tem força em Santa Catarina.
“Assim mesmo não para vencer uma eleição – principalmente majoritária. A vitória de Raimundo Colombo atual governador do Estado pelo DEM (um dos dois únicos que o partido elegeu no Brasil, o outro é Rosalba Ciarlini, governadora do Rio Grande do Norte) se deu graças a aliança com todo o PMDB e o apoio, também, do PSDB.
“Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, sem o apoio do PSDB, o DEM não tem expressão. Tampouco tem o PSB, partido para o qual o prefeito Kassab decidiu se mudar após fundar o PDB e ficar um período filiado a ele ou fundir este com a legenda socialista.
“Desta forma, a suposta força e constituição do novo partido em 3ª via, mesmo com sua provável fusão com o PSB, não necessariamente o transforma numa terceira força eleitoral, capaz de quebrar, na pática, a já tradicional polarização político-eleitoral PT/PSDB no Estado e no país.
“Na prática esse processo de mudança do prefeito e de seu grupo, se concretizado, consolida a tendência do PSB de se aliar, ou pelo menos se aproximar ainda mais do PSDB, como já o fez em São Paulo, Paraná, Paraíba, Minas Gerais, e Maranhao, Estados em que demos e tucanos já são aliados, o que não é pouca coisa”, conclui.









Em novembro/2009, após aparar meus cabelos e deixá-los à altura dos ombros, tomei conhecimento de uma campanha de doação de cabelos para a confecção de perucas para mulheres que sofreram escalpelamento nos rios da Amazônia.
De há uma semana a esta parte os meios de comunicação ocidentais fazem-se eco das manifestações e da repressão que agitam as grandes cidades egípcias. Traçam um paralelo com as que levaram ao derrube de Zine el-Abidine Ben Ali na Tunísia e evocam um vendaval de revolta no mundo árabe. Segundo eles, este movimento podia estender-se à Líbia e à Síria. Devia favorecer os democratas laicos e não os islamitas, prosseguem eles, porque a influência dos religiosos foi sobrestimada pela administração Bush e o "regime dos molllah" no Irão é um dissuasor. Assim se concretizariam os votos de Barack Obama na Universidade do Cairo: a democracia reinará no Próximo Oriente.
Aqui torna-se útil um parêntesis: Hosni Mubarak acaba de nomear Omar Suleiman para vice-presidente. É um gesto claro que pretende tornar mais difícil a sua eventual eliminação física pelos Estados Unidos. Mubarak chegou a presidente porque tinha sido designado vice-presidente e os Estados Unidos mandaram assassinar o presidente Anuar el-Sadate pelo grupo de Ayman al-Zawahri. Portanto, sempre se recusou até agora a arranjar um vice-presidente com medo de ser assassinado por sua vez. Ao designar o general Suleiman, escolheu um dos seus cúmplices com quem manchou as mãos no sangue de Sadate. A partir de agora, para conquistar o poder, não bastará matar apenas o presidente, será preciso executar também o seu vice-presidente. Ora, Omar Suuleiman é o principal artífice da colaboração com Israel. Washington e Londres vão pois protegê-lo como às meninas dos seus olhos. 

