sábado, 26 de fevereiro de 2011

O Kassab vai deixar o DEM e fundar mesmo o PDB.

Kassab avalia que debandada do DEM começa no dia 30 de março

25/2/2011 14:02,  Por Redação - de São Paulo
Gilberto Kassab
Gilberto Kassab planeja criar um partido para 'varrer o PSDB'
O prefeito Gilberto Kassab está mesmo resolvido a deixar o DEM até 30 de março. Em café da manhã, nesta sexta-feira, em sua casa na elegante região dos Jardins, nesta capital, ele e o governador Eduardo Campos (PSB-PE) e o presidente do PSB-SP, Márcio França, secretário de Turismo do governador Geraldo Alckmin, começaram a acertar os detalhes para a migração do prefeito de uma legenda da ultradireita para o centro. A crise entre Kassab e o comando nacional do DEM chegou ao ponto de ruptura com a vitória da ala ligada ao ex-prefeito do Rio, Cesar Maia.
Kassab, logo após as eleições nacionais, em outubro passado, começou a negociar com o PMDB e o PSB uma eventual candidatura ao governo paulista, em 2014. As conversas com o PMDB ainda não estão esgotadas. Ele recebeu o vice-presidente da República, Michel Temer, para um encontro no último fim de semana e confirmou uma reunião com o ministro de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco (PMDB-RJ). Além de deputados, senadores e vice-governadores, a debandada do DEM inclui a figura emblemática da direita paulistana, o vice-governador Guilherme Afif Domingos, que adiantou a aliados sua disposição de seguir com o prefeito.
Análise
Em artigo publicado nesta sexta-feira, no Correio do Brasil, o ex-ministro José Dirceu avalia que “há muita análise e conversa sobre a nova legenda, o partido Democrático Brasileiro (PDB), dissidente do DEM, que o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (ainda DEM-PSDB) vai criar. Sem demérito e sem que isso signifique deixar de reconhecer, ou minimizar a importância e a legitimidade de sua decisão e de seus companheiros, a verdade nua e crua é que a dissidência só tem força em Santa Catarina.
“Assim mesmo não para vencer uma eleição – principalmente majoritária. A vitória de Raimundo Colombo atual governador do Estado pelo DEM (um dos dois únicos que o partido elegeu no Brasil, o outro é Rosalba Ciarlini, governadora do Rio Grande do Norte) se deu graças a aliança com todo o PMDB e o apoio, também, do PSDB.
“Em São Paulo, maior colégio eleitoral do país, sem o apoio do PSDB, o DEM não tem expressão. Tampouco tem o PSB, partido para o qual o prefeito Kassab decidiu se mudar após fundar o PDB e ficar um período filiado a ele ou fundir este com a legenda socialista.
“Desta forma, a suposta força e constituição do novo partido em 3ª via, mesmo com  sua provável fusão com o PSB, não necessariamente o transforma numa terceira força eleitoral, capaz de quebrar, na pática, a já tradicional polarização político-eleitoral PT/PSDB no Estado e no país.
“Na prática esse processo de mudança do prefeito e de seu grupo, se concretizado, consolida a tendência do PSB de se aliar, ou pelo menos se aproximar ainda mais do PSDB, como já o fez em São Paulo, Paraná, Paraíba, Minas Gerais, e Maranhao, Estados em que demos e tucanos  já são aliados, o que não é pouca coisa”, conclui.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Liberdade a cacique Valdelice e ao Povo Tupinambá

Liberdade a Cacique Jamopoty (Maria Valdelice) e ao Povo Tupinambá


Hoje é o oitavo dia em que Maria Valdelice Amaral de Jesus, a Cacique “Jamopoty” do Povo Tupinambá de Olivença encontra se DETIDA na penitenciaria de Itabuna-BA.

Nossa Cacique, a liderança maior do nosso povo, esta em reclusão por determinação da Juiza Federal Karine Costa Carlos Rhem da Silva em cumprimento ao Mandado de Prisão expedido pelo Juiz Federal Pedro Alberto Calmon Holliday. A Cacique Valdelice esta sendo acusada dos crimes de Esbulho Possessório (art. 161 §2º,II CP), Formação de Quadrilha ou Bando (art. 288 CP) e Exercício arbitrário das próprias razões (art. 345 CP).

Parece-nos então, que ser hoje líder de um Povo, é ser criminoso. Pois, retomar nosso Território Tradicional, visto o Estado não cumprir com seu compromisso, virou esbulho possessório, agir coletivamente, o que é um marco tradicional de todos os povos indígenas, virou formação de quadrilha e lutar por nossos direitos, negados pelo Estado Brasileiro, virou exercício arbitrário das próprias razões.

Nós Indígenas não somos invasores de terras. Quando o Brasil foi invadido pelos Portugueses, aqui nós já existiamos. Nossos ancestrais já habitavam este território chamado Brasil.

A cada dia estamos perdendo nossos lideres que acabam sendo mortos e/ou presos e/ou desaparecidos. Precisamos que o processo Demarcatório (N° 08620.001523/2008) seja concluído, pois enquanto houver fazendeiros políticos com grande dinheiro envolvido, continuaremos a sermos usados e ameaçados por eles. Cabe ressaltar que soubemos na tarde de segunda-feira que o processo de Demarcação de nossas Terras foi SUSPENSO pelo mesmo Juiz Federal Pedro Alberto Calmon Holliday (N° 2010.33.01.000173-4).

Chega de massacre, precisamos da demarcação para frear os conflitos, Queremos nossa Cacique de volta para nossa aldeia, Queremos PAZ e queremos a Demarcação.
Pedimos ao governo que prevaleçam nossos direitos para podermos viver em PAZ em nossas terras Tupinambás!

Awere!!! Aguardamos Vossas Manifestações!!!
Comunidade Indígena Tupinambá de Olivença

O sofrimento da tribo dos Tupinambas

18/02/2011

Mulheres Tupinambá mostrando a indignação contra as injustiças sofridas por um Povo, mostradas agora na prisão da Cacique Valdelice


Índios pedem a liberdade da cacíque Valdelice.

Diante dos últimos acontecimentos críticos de extração de alguém muito importante para a comunidade, uma cacique, que de forma brutal foi retirada da comunidade deixando esta despida de seus maiores e melhores valores. Uma mulher indefesa e em defesa do seu povo, colhida ao abandono, presa por todas as circunstâncias ar, espaço, alimento, povo, liberdade de tudo, inclusive de expressão. Como índia professora Tupinambá, repudio a ação injusta de deterem a cacique Valdelice que é incapaz de agir contra a lei imposta pelos dirigentes desta nação. Ser cacique neste país é sinônimo de líder de quadrilha, nós indígenas não temos o direito a organização, querem que fiquemos quietos sem direito a reação a tantas injustiças. Deveriam tem respeito pelos caciques, pois o único defeito dessas pessoas é representar de alma limpa um grupo sofrido. Espero resposta urgente do governo Dilma, resposta a uma mulher cacique ansiosa pela liberdade de ir e vir de seu povo. Demarcação Já.

Mboesara, liderança Tupinambá

Eu sou Tupinambá, índia guerreira, venho de um tronco forte. Junto com os meus parentes venho lutando em busca da garantia dos nossos direitos. Nós lutamos por nossa terra em conjunto com nossos caciques, lideranças e toda a comunidade. O índio precisa de terra para sobreviver, sem ela não há vida para nós. Eu enquanto mulher e mãe guerreira, luto pela força e coragem da nossa cacique, nossa união vai fazer valer.

Sônia Alves Tupinambá

 Eu sou índia guerreira, lutadora e venho atuando na educação indígena, tenho uma filhinha de dois anos, desejo tudo de bom para ela, assim como eu desejo para todos os meus parentes. A minha cacique sempre foi Maria Valdelice Amaral de Jesus, uma índia guerreira corajosa, lutadora e conquistadora que luta pelos nossos direitos, tanto na saúde, educação e território, quanto por outras causas indígenas.
Eu fiquei surpresa com a notícia de que ela foi presa, eu não acreditei no que fizeram com ela. Uma guerreira ótima, sem maldades, sendo presa, uma injustiça, mas ela vai sair dessa com fé em Tupã. Desejo tudo de bom para você cacique, felicidades, confia em Deus, ele resolverá todas as causas.

Joelma Tupinambá.

 Até quando vamos ser perseguidos dessa forma. Nossos direitos não são respeitados. Aumenta a indignação contra quem luta por seus direitos. O Estado brasileiro ainda tem muito a melhorar. Começando principalmente com as questões indígenas, pois o preconceito é muito grande. Há momentos na vida em que se deveria calar e deixar que o silêncio falasse ao coração. Mas há sentimentos que a linguagem não expressa e há emoções em que as palavras não sabem traduzir. Tenho certeza que Tupã vai abençoar e dar coragem para enfrentar essa batalha, pois a guerra ainda não está vencida. E um dia a injustiça e as pessoas que nos perseguem estarão em seus devidos lugares.

Inaiá Tupinambá  

Infelizmente a injustiça ainda mora no Brasil.
A cacique Inocentemente presa por lutar pelos direitos de um povo. Mas ainda tem pessoas burras e preconceituosas que só sabem criticar. Ninguém faz o bem. Só sabe fazer o mal, pois a cacique é uma pessoas que transmiti amor para todos, mas infelizmente está passando por obstáculo, mas ela é muito guerreira e vai quebrar essa barreira. Por que Tupã e todos nós estamos com ela.

Tawany – Priscila Tupinambá

 Peço a esses governantes que parem de perseguir nós indígenas, nós não somos invasores de terras, somos os donos dela. Isso que fizeram com nossa cacique Maria Valdelice – Jamopoty – é injusto e cruel. O juiz deu uma ordem de prisão a uma inocente, sem conhecer a integridade e o bom caráter dessa mulher. Isso é perseguição a nossa liderança, por ser mulher e guerreira por nossos direitos. Será que nós não podemos mais lutar por uma terra, uma educação e uma saúde de qualidade? Temos que ficar calados por medo de sermos perseguidos. Temos os nossos direitos e lutamos por ele. Nós estamos aqui esperando mais uma vitória.

Amatiri Tupinambá

 Nós mulheres indígenas estamos a cada dia ocupando mais espaço dentro de nossas comunidades. Temos os mesmos direitos de lutar, trabalhar e estudar para alcançarmos nossos objetivos, que é a conquista pelo nosso território. Temos pessoas formadas e capacitadas em diversas áreas, não deixando o lado mãe, rainha do lar. Valdelice por sua vez, é uma mulher guerreira, que luta pelo seu povo, em busca de melhorias para sua comunidade, como todas, ela também é mãe, tem seu lar, e nós sabemos que o preconceito por uma grande parte de não índios é muito grande, isso aumenta as acusações em torno da comunidade.

 Maria Conceição Maenduaba Tupinambá

 Texto feito pelas índias: Mboesara, liderança Tupinambá,Sônia Alves Tupinambá,Joelma Tupinambá,Inaiá Tupinambá,Tawany – Priscila Tupinambá,Amatiri Tupinambá,Maria Conceição Maenduaba Tupinambá.

Apoio: Francisco Vanderlei Ferreira da Costa
Professor da Licenciatura Intercultural Indígena
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
(73) 9967 7509
Skype: franciscovanderlei
Colaboradora: Yonana Pataxó Hãhãhãe- Indios-online.

Teológo: um ser quase impossível

Teólogo: um ser quase impossível

22/2/2011 10:03,  Por Leonardo Boff
Muitos estranham o fato de que, sendo teólogo e filósofo de formação, me meta em assuntos, alheios a estas disciplinas como a ecologia, a política, o aquecimento global e outros.
Eu sempre respondo: faço, sim, teologia pura, mas me ocupo também de outros temas exatamente porque sou teólogo. A tarefa do teólogo, já ensinava o maior deles, Tomás de Aquino, na primeira questão da Suma Teológica é: estudar Deus e sua revelação e, em seguida, todas as demais coisas “à luz de Deus” (sub ratione Dei), pois Ele é o princípio e o fim de tudo.
Portanto, cabe à teologia ocupar-se também de outras coisas que não Deus, desde que se faça “à luz de Deus”. Falar de Deus e ainda das coisas é uma tarefa quase irrealizável. A primeira: como falar de Deus se Ele não cabe em nenhum dicionário? A segunda, como refletir sobre todas as demais coisas, se os saberes sobre elas são tantos que ninguém individualmente pode dominá-los? Logicamente, não se trata de falar de economia com um economista ou de política como um político. Mas falar de tais matérias na perspectiva de Deus, o que pressupõe conhecer previamente estas realidades de forma critica e não ingênua, respeitando sua autonomia e acolhendo seus resultados mais seguros. Somente depois deste árduo labor, pode o teólogo se perguntar como elas ficam quando confrontadas com Deus? Como se encaixam numa visão mais transcendente da vida e da história?
Fazer teologia não é uma tarefa como qualquer outra como ver um filme ou ir ao teatro. É coisa seríssima, pois se trabalha com a categoria”Deus” que não é um objeto tangível como todos os demais. Por isso, é destituída de qualquer sentido, a busca da partícula “Deus” nos confins da matéria e no interior do “Campo Higgs”. Isso suporia que Deus seria parte do mundo. Desse Deus eu sou ateu. Ele seria um pedaço do mundo e não Deus. Faço minhas as palavras de um sutil teólogo franciscano, Duns Scotus (+1308) que escreveu: “Se Deus existe como as coisas existem, então Deus não existe”. Quer dizer, Deus não é da ordem das coisas que podem ser encontradas e descritas. É a Precondição e o Suporte para que estas coisas existam. Sem Ele as coisas teriam ficado no nada ou voltariam ao nada. Esta é a natureza de Deus: não ser coisa, mas a Origem das coisas.
Aplico a Deus como Origem aquilo que os orientais aplicam à força que permite pensar: “a força pela qual o pensamento pensa, não pode ser pensada”. A Origem das coisas não pode ser coisa.
Como se depreende, é muito complicado fazer teologia. Henri Lacordaire (+1861), o grande orador francês, disse com razão: “O doutor católico é um homem quase impossível: pois tem de conhecer todo o depósito da fé e os atos do Papado e ainda o que São Paulo chama de os ‘elementos do mundo’, isto é tudo e tudo”. Lembremos o que asseverou René Descartes (+1650) no Discurso do Método, base do saber moderno: “se eu quisesse fazer teologia, era preciso ser mais que um homem”. E Erasmo de Roterdam (+1536), o grande sábio dos tempos da Reforma, observava: “existe algo de sobrehumano na profissão do teólogo”. Não nos admira que Martin Heidegger tenha dito que uma filosofia que não se confrontou com as questões da teologia, não chegou plenamente ainda a si mesma. Refiro isso não como automagnificacão da teologia, mas como confissão de que sua tarefa é quase impraticável, coisa que sinto dia a dia.
Logicamente, há uma teologia que não merece este nome porque é preguiçosa e renuncia a pensar Deus. Apenas pensa o que os outros pensaram ou o que o que disseram os Papas.
Meu sentimento do mundo me diz que hoje a teologia enquanto teologia tem que proclamar aos gritos: temos que preservar a natureza e harmonizarmo-nos com o universo, porque eles são o grande livro que Deus nos entregou. Lá se encontra o que Ele nos quer dizer. Porque desaprendemos a ler este livro, nos deu outro, as Escrituras, cristãs e de outros povos, para que reaprendêssemos a ler o livro da natureza. Hoje ela está sendo devastada. E com isso destruímos nosso acesso à revelação de Deus. Temos, pois, que falar da natureza e do mundo à luz de Deus e da razão. Sem a natureza e o mundo preservados, os livros sagrados perderiam seu significado que é reensinarmos a ler a natureza e o mundo. O discurso teológico tem, pois, o seu lugar junto com os demais discursos.
Leonardo Boff – Teólogo, filósofo e escritor. Leonardo e Clodovis Boff escreveram Como fazer teologia da libertação Vozes 2010

Maldito PC do B apoia a privatização dos Correios e traem os trabalhadores

PCdoB/CTB contra a luta
Sintect-SP não vai ao Consin para apoiar a privatização
O PCdoB/CTB, que “dirige” o sindicato em São Paulo, sequer compareceu ao Consin que discutiu o novo estatuto e a privatização dos Correios, provando que está a serviço dos capitalistas que querem privatizar a empresa

20 de fevereiro de 2011
Nos dias 26 e 27 de janeiro, ocorreu, em Brasília, o Consin (Conselho de Sindicatos da Fentect) que reuniu quase a totalidade dos sindicatos da categoria em nível nacional.
O principal tema discutido na reunião foi o novo estatuto da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) anunciado e já enviado pela direção da empresa para ser aprovado no Congresso. A mudança no estatuto, como ficou comprovado pela reunião ocorrida entre a direção da Fentect e a diretoria dos Correios, é claramente uma medida para privatizar os Correios.
Sem nenhuma discussão com os representantes dos trabalhadores, nem mesmo com aqueles que formam a base do próprio governo do PT (como é o caso dos sindicalistas da Articulação do PT e do PCdoB), o novo estatuto prevê que a ECT possa criar empresas subsidiárias e até mesmo participar como sócia minoritária em empresas, repassando parte da atividade-fim da estatal aos empresários. Além de afirmar medidas como as franquias, o Banco Postal, e implementar um modelo, como assume o próprio presidente da ECT, de gerenciamento aos moldes das empresa de capital aberto.
Essas mudanças representam os maiores ataques contra a categoria.
Apesar da tentativa dos aliados do governo, representantes do bloco traidor da federação (direita do PT e PCdoB), de frear as iniciativas de luta contra a privatização e os ataques aos trabalhadores, o Consin aprovou um calendário de lutas, graças à pressão do bloco de oposição.
O calendário de luta foi a maneira encontrada pela burocracia traidora para não levar adiante uma luta real contra o novo estatuto e contra a privatização. O bloco dos 17 sindicatos de oposição, liderado pela corrente Ecetistas em Luta, aprovou a ocupação do prédio central dos Correios em Brasília no próximo dia 24 de fevereiro como a primeira de uma série de medidas de luta. É necessário que os trabalhadores dos sindicatos da oposição e da base dos sindicatos dirigidos pelos traidores pressionem para exigir da burocracia a participação nesse ato em Brasília.
Um dos motivos pelos quais o PCdoB/CTB, diretoria do Sintect-SP, não compareceu ao Consin é a tentativa de “abafar” qualquer luta contra a privatização. O PCdoB é o principal aliado da direção da ECT para impor aos trabalhadores os ataques necessários para privatizar os Correios.
Nesse sentido, o Sintect-SP, como o maior da categoria, tem papel decisivo. O desenvolvimento da luta em São Paulo dará o tom da luta nacional. Por isso o PCdoB/CTB é abertamente contra qualquer iniciativa de luta em São Paulo, pois defende a privatização da ECT.
É necessária a mobilização da categoria nacionalmente para passar por cima dos traidores do PCdoB/CTB e organizar os trabalhadores em São Paulo para mobilizar nacionalmente contra a privatização da ECT. No dia 24, todos á Brasília, ocupar o prédio central dos Correios e mostrar para a direção da ECT que os trabalhadores não vão aceitar esses ataques.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Governo Federal vai privatizar a ELETROBRÁS

Manobra política
Mais um passo para a privatização da Eletrobrás
Pautado em um acordo com o governo, o PSDB pretende assumir a Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados e ter maior influência sobre a política definida para o setor

16 de fevereiro de 2011
A direita e o governo ensaiam mais uma manobra para encaminhar a privatização do setor de energia elétrica no País. Alguns dias atrás denunciamos que Dilma Rousseff tinha cedido à pressão direitista e indicado o empresário José da Costa Carvalho Neto, ligado ao PSDB e sócio de empresas do setor, para a presidência da Eletrobrás. A indicação abre caminho e prepara a privatização.
Agora, há mais uma jogada para avançar nesta política. Estão ocorrendo as disputas e acordos pelas comissões no Congresso Nacional, e a comissão de Minas e Energia, ligada diretamente à Eletrobrás, ao que tudo indica ficará com o PSDB.
Em declarações à imprensa, um deputado do PSDB que não se identificou colocou em evidência o que seu partido pretende: “O objetivo, nas palavras de um tucano, é que a estratégia de atuação do partido nas duas Casas convirja para temas como o sucateamento do setor elétrico e a falta de investimento em aeroportos por parte do governo federal.
“Vamos mostrar a diferença entre o que eles [o governo] falam e o que está acontecendo de fato”, diz. (O Estado de S. Paulo 12/2/2011).
Justamente as duas áreas citadas pelo deputado do PSDB, os aeroportos e o setor elétrico, estão na mira da privatização. Neste sentido, a denúncia contra o sucateamento e a falta de investimento tem como objetivo fazer campanha de que a melhor saída seria entregar toda esta infra-estrutura nas mãos de algum capitalista, de preferência estrangeiro. Controlando a Comissão de Minas e Energia, a influência da direita sobre o que será feito no setor será decisiva. Tudo isso acontece não apenas com a conivência, mas também com o apoio do governo.
A Eletrobrás é uma das maiores estatais brasileiras. A empresa atua administrando outras empresas, no caso quase todo o setor elétrico, seja na área de distribuição, geração ou transmissão. Durante o primeiro governo de FHC, foi iniciada sua privatização, com a abertura do capital e sua transformação em uma sociedade de economia mista.
O próximo passo seria a privatização total da empresa, que mesmo depois da devastação promovida por Fernando Henrique Cardoso continua sob controle acionário do governo brasileiro. Pelo seu tamanho e importância, a privatização total da Eletrobrás seria uma das maiores entregas do patrimônio público brasileiro para a mão de algum capitalista. 
Durante a eleição ficou claro que as privatizações são rejeitadas pela população. Os dois principais candidatos, Dilma e Serra, embora partidários desta política, faziam de tudo para esconder seus planos. Neste sentido, é preciso uma ampla campanha de denúncias contra a privatização da Eletrobrás para colocar em marcha uma grande luta contra mais esta dilapidação do patrimônio nacional.

Dinheiro público aos capitalistas

Dinheiro público aos capitalistas
Direção dos Correios distribui bilhões aos banqueiros
Nova licitação para operação do Banco Postal deve gerar pelo menos R$ 2,5 bilhões para os banqueiros em cinco anos

16 de fevereiro de 2011
O contrato entre a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) e o Bradesco para prestar serviços no Banco Postal dos Correios termina em dezembro deste ano. Mesmo assim, a imprensa capitalista já está anunciando a disputa pela nova licitação como o “negócio” do ano.
Isso não à toa. Os banqueiros que ganharem a licitação, que segundo o presidente dos Correios deve ficar pronta em julho, terão no mínimo cinco anos para faturar bilhões utilizando toda a estrutura dos Correios. Para se ter uma idéia, desde 2001, quando o Bradesco iniciou a exploração, com exclusividade, do serviço de correspondente bancário oferecido nas agências dos Correios de todo o País, foram abertas mais de 10 milhões de contas.
Somente com esse número já é possível ter uma idéia do dinheiro envolvido na transação. O valor da concorrência para a nova licitação para operar o Banco Postal deve ficar em no mínimo R$ 1,75 bilhão.
O alto valor, no entanto, não chega perto do faturamento gerado pelo Banco Postal. Somente com a tarifa de manutenção dos correntistas, o Banco Postal faturou R$ 845 milhões, em 2010, isso sem contar os lucros de outros serviços, que não são poucos.
O faturamento do Banco Postal revela o esquema de distribuição de dinheiro fácil para os banqueiros. Dos R$ 845 milhões anuais, os Correios ficaram apenas com R$ 350 milhões em 2010, ou seja, menos da metade. Os valores ficam mais escandalosos se se levar em conta que o Bradesco praticamente não tem gastos para operar o Banco Postal. Toda a estrutura física das agências é dos Correios, assim como a mão-de-obra.
O banco que “desembolsar” os quase R$ 2 bilhões previstos para a licitação fará um grande negócio. Se o faturamento anual dos próximos cinco anos se mantiver em R$ 845 milhões, subtraindo o que deve levar a ECT, o banco deve faturar R$ 495 milhões por ano. Até o final do contrato, em cinco anos, o banco vai faturar R$ 2,475 bilhões. Isso sem contar que os lucros tendem a aumentar na medida em que aumentam as tarifas dos correntistas e o número de contas abertas deve aumentar.
O Banco Postal é um grande negócio para os banqueiros. Os candidatos ao contrato bilionário são, além do próprio Bradesco, o Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Santander.
Para a população brasileira e para os trabalhadores dos Correios, o esquema do Banco Postal não é nenhuma vantagem. O contrato com os banqueiros é a entrega de bilhões de dinheiro público para os capitalistas, uma privatização disfarçada, mas nem tanto. A direção da ECT está distribuindo o dinheiro da população aos banqueiros.
O contrato com o Bradesco foi alvo inclusive da CPI dos Correios em 2005 e da Controladoria geral da União e foi apontado, nos dois casos, favorecimento irregular do banco.
Os trabalhadores dos Correios não ganham nada mais com isso. Pelo contrário, os atendentes comerciais tiveram seus serviços dobrados desde que foi estabelecido o Banco Postal. Além do serviço normal de um atendente comercial dos Correios, os funcionários têm que fazer o serviço de bancário, com todas as implicações e riscos, sem receber nada a mais por isso. Mais ainda, enquanto a direção da ECT distribui bilhões aos banqueiros e empresários, como é o caso das ACFs (Agências de Correios Franqueadas), os trabalhadores sofrem com o excesso de trabalho e passaram todo o ano de 2010 sem aumento salarial graças ao acordo bianual, resultado da traição da burocracia sindical do PT e do PCdoB aliada da direção dos Correios e do governo.
A política de distribuição de dinheiro aos banqueiros e capitalistas em geral será aprofundada com o governo Dilma Rousseff, como já ficou provado na escolha da nova diretoria dos Correios, com membros ligados diretamente aos bancos, como o próprio presidente Wagner Pinheiro. O novo estatuto da ECT também prevê a institucionalização de empresas subsidiárias e uma série de outras medidas que representam a privatização dos Correios.
Contra esses ataques, os trabalhadores devem organizar uma resposta enérgica, como a ocupação dos prédios da empresa e uma greve geral da categoria.

Os Correios que provocaram essa crise em 2010 pra sucatear a empresa

Os maiores ataques aos trabalhadores
As privatizações e a intervenção do Estado e da justiça nos sindicatos
O ano de 2010 foi o ano da intervenção patronal nos sindicatos dos trabalhadores. Há uma centena de casos que se multiplicaram o ano passado, revelando o objetivo político desse ataque contra as organizações dos trabalhadores. Nesse sentido, os casos de duas categorias devem ser analisados pela sua importância política e nas conseqüências para toda a população brasileira: Correios e aeroviários

14 de fevereiro de 2011
O ano de 2010 foi o ano da intervenção patronal nos sindicatos dos trabalhadores. Há uma centena de casos que se multiplicaram o ano passado, revelando o objetivo político desse ataque contra as organizações dos trabalhadores. Nesse sentido, os casos de duas categorias devem ser analisados pela sua importância política e nas conseqüências para toda a população brasileira: Correios e aeroviários.
O que há em comum com as duas categorias, que despertaram a necessidade do Estado de intervir em suas organizações sindicais? A resposta é dada pelo próprio governo Dilma Rousseff que anunciou a privatização dos aeroportos brasileiros e dos Correios.
O primeiro caso, ou o mais importante, de intervenção estatal em um sindicato dos trabalhadores dos Correios foi em São Paulo. Após a anulação pela justiça, a pedido do PSTU/Conlutas, das eleições sindicais que deveriam ocorrer no final de 2007, um novo pleito foi marcado para o início de 2008. Para controlar o processo eleitoral, a justiça nomeou uma junta interventora, cujo membro de maior destaque era um advogado ligado à direitista Força Sindical. Para coroar a intervenção patronal, a junta aprovou que as urnas das eleições fossem guardadas na sede da ROTA, a polícia de São Paulo, especializada em matar trabalhadores e reprimir manifestações populares.
A junta interventora deu a vitória para o PCdoB, que garantiu seu domínio até hoje no Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo). A fraude fica clara com uma rápida análise da votação: o PCdoB obteve míseros 17 votos no maior setor da categoria, no prédio do Jaguaré, que possui mais de 3 mil trabalhadores. O “domínio” do PCdoB em São Paulo é garantido pelo apoio da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), que financia esse grupo patronal nos principais sindicatos da categoria como aliado para colocar em prática os planos de privatização dos Correios.
Com a maior urgência dos capitalistas para privatizar a empresa, à medida que se desenvolve a crise, as tentativas de intervenção nos sindicatos da categoria ficaram mais freqüentes. Em Roraima, Amazonas, Pernambuco, Mato Grosso e Minas Gerais e Espírito Santo, a direção empresa, com a ajuda dos sindicalistas do bloco traidor da direita do PT e do PCdoB, tentou com ou se êxito, tomar dos trabalhadores o controle dos sindicatos.
Em todos os casos, o objetivo foi o de tirar a oposição da direção do sindicato para impor aos trabalhadores uma diretoria patronal. Essa disputa ficou evidente após a assinatura por parte do bloco traidor, em 2009, do acordo bianual com o nítido objetivo de enfraquecer a luta da categoria e assim facilitar a privatização. A rejeição a tal acordo resultou na formação de um bloco de oposição composto por 17 sindicatos (quase a metade em nível nacional), liderado pela oposição Ecetistas em Luta, do PCO, que dirigia os sindicatos de Roraima, Minas Gerais e Espírito Santo.
No caso desse último, a empresa conseguiu, a partir de uma série de manobras com o judiciário claramente comprometido com seus interesses, nomear um interventor e dar a vitória à chapa da Articulação do PT, composta e apoiada por membros das chefias e da direção regional da ECT no estado. Um ataque contra os trabalhadores, que não reconhecem a nova diretoria patronal do sindicato e que junto com a corrente Ecetistas em Luta, continuarão a levar a luta contra a privatização e os ataques da empresa no Espírito Santo e em todo o País.
A experiência dos Correios ajuda a compreender a ação conjunta feita pela justiça, pelo governo e pelos patrões das companhias aéreas na tentativa de greve dos trabalhadores aeroviários e aeronautas.
Os trabalhadores dessas categorias, após duros ataques dos patrões e do governo, que se recusaram a aceitar suas reivindicações, marcaram uma greve nacional para o dia 23 de dezembro, ou seja, uma das épocas mais movimentadas dos aeroportos e conseqüentemente umas das mais extenuantes para quem trabalha aí. Com medo do potencial de mobilização da categoria, o governo e as companhias aéreas trataram de entrar na justiça para estrangular o direito de greve desses trabalhadores.
Três liminares diferentes e a compra da burocracia sindical garantiu a vitória dos patrões. As duas primeiras liminares exigiam que a categoria mantivesse 70% e 90% dos trabalhadores trabalhando, uma ditadura. Porém, os patrões não estavam satisfeitos e a última liminar concedida pela justiça proibia diretamente a greve, ao obrigar que 100% dos trabalhadores estivessem trabalhando. O direito de greve foi oficialmente extinto pela justiça, com o total apoio do governo do PT.
Tal ataque aos trabalhadores aeroviários e aeronautas só pode ser entendido com o anúncio de Dilma Rousseff de que os aeroportos e a Infraero serão privatizados. Como no caso dos Correios, o governo e os capitalistas somente serão bem sucedidos se contarem com a completa passividade dos trabalhadores. Para isso, é necessário o controle das organizações operárias e a burguesia já demonstrou como pretende controlar os sindicatos. Impor uma ditadura com a ajuda da burocracia sindical traidora, da justiça e do governo.
O novo governo prepara uma série de medidas que vão piorar significativamente a vida da classe operária e de toda a população brasileira. Os planos dos capitalistas em todo o mundo é atacar os trabalhadores para fazê-los pagar pela crise e as privatizações são uma das principais medidas nesse sentido. É necessário uma enorme mobilização independente dos trabalhadores, com métodos radicalizados de luta, como ocupações de prédios e de fábricas, para barrar esses ataques.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

As múmias paralíticas do Egito

AS MÚMIAS PARALÍTICAS DO EGITO A SERVIÇO DO SISTEMA
CÁSSIO GUILHERME, PRESIDENTE DO MOVIMENTO INTEGRALISTA E LINEARISTA BRASILEIRO MIL-B
“ O EGITO CULTUA MAIS OS MORTOS DO QUE OS VIVOS”, ALEXANDRE O GRANDE
 
                        O noticiário da Mídia Amestrada neste início de 2011 apresenta cotidianamente os acontecimentos políticos traumáticos no Egito, onde a população enfurecida tenta tirar do poder a múmia morta-viva de 82 anos de idade, Hosni Mubarack, no poder desde 1981 e fiel serviçal das Forças Internacionalistas no Oriente Médio. O Egito é na atualidade um dos principais aliados dos Estados Unidos e da Europa no mundo árabe. Uma reviravolta de controle no pseudo-governo egípcio poderia afetar sobremaneira as finanças do Império Controlador Mundial. Principalmente por que o Egito é forte produtor de petróleo e membro da OPEP, ou agente infiltrado no mundo árabe para glorificar o preço do petróleo, variável decisiva no jogo de finanças mundial.
                        O que a análise dessa balbúrdia toda no Egito pode trazer de cientificação social aos estudiosos de política no Brasil?? Muito, pois a população egípcia é tratada como gado e vive na linha de pobreza quase absoluta, sem direito a reivindicações e a mercê dos ditames dos noticiários fraudulentos, enquanto uma casta de traidores da pátria, encabeçada por Mubarack e Suleyman, playboys disfarçados de governantes vive na luxúria nababesca. Mais ou menos como nas Repúblicas de Bananas da América Latina, inclusive o Brasil, onde a grande parte da população pensa que está livre e age como gado de corte, mansamente, esperando o abate dos controladores verdadeiros. Importante frisar que o Sistema Globalizante, quando percebeu que a população já se encontrava em estado de desespero por décadas de incompetência e leniência administrativas em desfavor do povo, enviou para o Cairo o também serviçal do Império El Baradei, travestido de revolucionário e oposicionista, como se isso enganasse mais alguém que conhece de realidade internacional.
                        Os acontecimentos no Egito atual nos trazem muitas lições que precisam ser avaliadas. Primeiro de que governos mambembes não podem resistir por muito tempo à ânsia popular de reformas realmente universais e que tragam benefícios para a coletividade; segundo, de que o Sistema não pode comprar as consciências populares por longos períodos somente com o poder do dinheiro, como faz os EUA e Israel contra os interesses da massa que são amplamente favoráveis a uma maior ajuda aos palestinos; terceiro, que a vontade popular por novos rumos deve ser efetivamente respeitada e políticos mumificados no governo não podem mais ser regra numa democracia verdadeira. As interferências do Império Financista no Oriente Médio parecem que dessa vez sofreram duro golpe nos seus objetivos mais prementes. E o senhor Mubarack com seus lacaios traidores tentaram de todas as formas impedir o acesso dos cidadãos a internet e a notícia vinculada, em franco desacordo com o privilégio de representantes do povo que fingem ser. Esse o governo moderno de representatividade ou uma sombra funesta dos reais interesses do Grande Capital Financeiro que escraviza os povos, como na China e na Coréia do Norte.
                        Que a força do povo egípcio triunfe mais uma vez, mostrando que a tirania deve ser sempre questionada e combatida, principalmente por que a mentira é um dos pilares dos tiranos corruptos, inebriados por suas taras de poderio e sabotagem do coletivismo e do bem-público. As múmias do Egito vão ficar para sempre nas tumbas frias da condenação popular, de onde aliás nunca deveriam ter saído. Mubarack em breve, Graças a Deus, fará companhia ao seu conterrâneo atemporal Tutankamon;  e que isso se espalhe pelo Oriente Médio e liberte seu povo sofrido pelo sistema,  como na Tunísia e na Jordânia, onde levantes similares acontecem no calor da coragem de um povo que não suporta mais a mentira e a empulhação. As pirâmides de Gizé e Queóps vão ser o pano de fundo da combatividade e persistência do povo egípcio. Que os brasileiros aprendam com esse exemplo e também retirem os fantoches de cena.

Povo egipcio comemora o fim da ditadura Mubarak

Povo do Egito comemora o fim da ditadura Mubarak

11/2/2011 14:39,  Por Redação, com agências internacionais - do Cairo
Manifestante egípcio comemora o fim da ditadura de 30 anos
Manifestante egípcio comemora o fim da ditadura de 30 anos
O período de 30 anos do governo do presidente do Egito, Hosni Mubarak, chega ao fim nesta sexta-feira. Após quase 20 dias de intensos protestos, principalmente na Capital, Cairo, Mubarak anunciou que está renunciando ao cargo. A informação foi levada à público pelo vice-presidente Omar Suleiman, em declaração à TV estatal. Esta é a segunda ditadura do mundo árabe que cai em menos de um mês. Antes, protestos populares levaram à queda do presidente da Tunísia, Zine el Abidine Ben Ali, que acabou abandonando o país. Além do Egito e Tunísia, Mauritânia, Argélia e Jordânia passam por protestos semelhantes. Um dia antes de renunciar, Mubarak fizera um pronunciamento descartando a renúncia, mas não resistiu às pressões populares.
Logo após o anúncio da renúncia, a Praça Tahrir, no Cairo, epicentro dos protestos, reuniu centenas de pessoas que comemoravam a queda do ditador. Muitas pessoas gritavam palavras de ordem como: “O povo derrubou o regime!”. Apesar de ter alguma tradição democrática, o Egito teve apenas três governantes desde 1954: o primeiro deles foi Gamal Abdel Nasser, cujo governo ficou caracterizado pela aproximação com a União Soviética e pelas guerras com Israel. Nasser morreu em 1970, ainda no poder.
No início da década de 70, quem assume é Anwar al-Sadat, que firmou o acordo de Camp David, com Israel e pôs fim às animosidades entre os países. Foi também sobre sua gestão que o Egito recebeu de volta a Península do Sinai, tomada por Israel durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
Sadat foi assassinado por extremistas. Coube, então, ao seu vice na época, Hosni Mubarak, assumir o poder para preparar o país para eleições “em no máximo seis anos”. Os seis anos passaram, bem como décadas e Mubarak permaneceu no poder.
Agora, com a saída de Hosni, Egito prepara-se para novas eleições em décadas. O grande temor da comunidade internacional, principalmente líderes do Ocidente, como os Estados Unidos, é que a Irmandade Muçulmana – grupo islâmico político – saia da ilegalidade e tenha um papel mais preponderante na história política do país daqui para a frente.

Entrevista com lider mentiroso petista e mediocre.

Geraldo José - tirei uma cópia deste entrevista absurda de um líder petista safado e mentiroso, e pior ainda é formado e doutor na área de História, que envergonha a nossa classe de historiadores, e infelizmente um professor totalmente oportunista e pilantra. Lêem e analíse bem essa entrevista.

“PT deve se transformar em partido de milhões”, diz membro da direção da sigla

11 FEVEREIRO 2011 SEM COMENTÁRIOS
Valter Pomar ressalta importância das bases populares para fortalecer o partido
Por José Henrique Lopes, do R7
Fundado em 1980 para representar e defender os interesses da classe trabalhadora, o PT se converteu em um dos maiores partidos de esquerda da América Latina. Hoje, porém, ao completar oito anos no poder, é alvo de críticas por algumas de suas alianças, consideradas excessivamente pragmáticas.
Valter Pomar, doutor em História pela USP (Universidade de São Paulo) e representante da corrente Articulação de Esquerda no Diretório Nacional da sigla, diz ver com restrições algumas dessas alianças, que considera dispensáveis.
Ele reitera, porém, as bandeiras tradicionais do partido, que em sua opinião devem guiar a ação dos petistas também na participação do governo da presidente Dilma Rousseff, recém-iniciado.
- Por exemplo, a situação internacional exige alterações substanciais na política monetária e cambial. E supõe ampliação do apoio à agricultura familiar e à reforma agrária.
Quanto às perspectivas para o futuro, Pomar ressalta a importância do diálogo com as bases da legenda para que ele continue se fortalecendo como “organização coletiva”.
- O PT precisa se fortalecer, se transformar em um partido de milhões de pessoas organizadas em torno de um projeto socialista para o Brasil.
Leia, a seguir, trechos da entrevista concedida por Valter Pomar ao R7:
R7 – Quais desafios se impõem ao PT neste momento, com o início de um governo e o ex-presidente Lula deixando o centro da política institucional?
Valter Pomar – Primeiro, trabalhar para que o governo Dilma implemente o programa vitorioso nas eleições de 2010. Segundo, mobilizar a sociedade em defesa das reformas estruturais, com destaque para as reformas tributária, política, urbana e agrária e a democratização das comunicações. Terceiro, ganhar a maioria do povo brasileiro para as ideias do socialismo.
R7 – Com Lula deixando a presidência, pode-se dizer que um ciclo chegou ao fim? Há necessidade de renovar lideranças?
Pomar – São duas questões: uma diz respeito ao Brasil, outra ao PT. O governo Dilma tem que concluir a transição, iniciada no governo Lula, do neoliberalismo em direção ao desenvolvimentismo. O que significa que vai se intensificar a disputa entre os dois modelos de desenvolvimento que sempre pautaram a história brasileira: o conservador (que concentra riqueza e poder) e o democrático (que distribui riqueza e poder). Para isto, Lula continuará sendo importante, mas muito mais importante é o PT como organização coletiva, que precisa se fortalecer, transformar-se em um partido de milhões de pessoas organizadas em torno de um projeto socialista para o Brasil.
R7 – Quais são as perspectivas quanto à participação e influência do PT no governo de Dilma Rousseff?
Pomar – Participação e influência, o PT tem e continuará tendo. A questão é o conteúdo desta participação e influência, o que exigirá do PT maior capacidade de formulação estratégica, para apresentar ao governo a opinião partidária sobre os temas decisivos da pauta nacional e internacional. Por exemplo, a situação internacional exige alterações substanciais na política monetária e cambial. E supõe ampliação do apoio à agricultura familiar e à reforma agrária.
R7 – Fala-se muito do fenômeno lulista, mas a votação de Dilma seria uma evidência de que o ex-presidente pode, sim, transferir ao partido pelo menos parte de sua popularidade?

Pomar – Sim, a eleição de 2010 mostrou o peso de Lula. Mas também mostrou que apenas Lula não basta. Sem partido, sem movimentos sociais, sem a esquerda em geral, não teríamos vencido o segundo turno. Minha ênfase é na organização coletiva.
R7 – Há partidos surgidos de dissidências petistas, como o PSOL, e intelectuais que romperam com o PT e criticam o partido por ser hoje uma força do campo da ordem, que está se centralizando e tem o pragmatismo como norte. O senhor concorda?
Pomar – Não. Quem acha isso acaba se aliando com a direita. Claro que o PT sofre enormes pressões conservadoras e pragmáticas, que se não forem revertidas podem, no médio prazo, mudar o caráter do partido. Mas, por enquanto, a direita, o grande capital e os Estados Unidos continuam desgostando do PT.
R7 – O PT é, ainda hoje, um partido de esquerda e de orientação socialista?
Pomar – Somos um partido de esquerda e socialista. E um partido das classes trabalhadoras. Agora, há setores dentro do PT que não são nada disso.
R7 – Como o senhor vê as alianças que deram sustentação ao governo Lula e que subsistem neste início de gestão de Dilma Rousseff?
Pomar – Vejo de maneira crítica. Algumas destas alianças eram e são perfeitamente dispensáveis. Em outros casos, o exagero na busca de aliados quase destruiu o PT. Dou como exemplo o que ocorreu em Minas Gerais, Maranhão e Rio de Janeiro.

R7 – Predomina, a partir da chegada à Presidência, uma visão excessivamente institucional? Falta diálogo com as bases, com os movimentos sociais?

Pomar – A estratégia do PT, desde 1987, combinava três dimensões: luta social, luta institucional-eleitoral e organização partidária e de um forte movimento socialista no Brasil. Nos anos 90, por diversos motivos, a dimensão institucional-eleitoral se hipertrofiou. A chegada à Presidência reforçou o que vinha de antes. Nosso desafio é, mantendo e ampliando a presença institucional, recuperar a força social, qualificar a organização partidária e ampliar a dimensão ideológica.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O ebrio do poder

Cuenta Juan Jesús Ayala en el periódico canario eldia.es que “los griegos fueron los primeros que utilizaron la palabra "hybris" para definir al héroe que conquista la gloria y que, ebrio de poder y de éxito, comienza a comportarse como un dios, capaz de cualquier cosa.”



El síndrome de Hybris fue descrito hace años por David Owen, quien fuera ministro de Asuntos Exteriores británico y que, como además era neurólogo, escribió "En la enfermedad y en el poder", un libro en el que habla de una patología que afecta a determinados políticos con alta responsabilidad de gobierno, mismo que “inicia con una megalomanía instaurada y termina en una paranoia acentuada.”

Felipe Calderón, sin duda, es un ebrio del poder. Megalómano, “se lanzó como El Borras”  en contra de la delincuencia organizada, embarcando a las Fuerzas Armadas en una guerra de guerrillas que --como sucedió en Vietnam a los estadounidenses-- se adivina tienen perdida. Paranoico, ve en sus opositores y críticos a enemigos personales que quisieran acabar con él. Clásico: de la euforia, pasó rápidamente a “la cruda”.

Una característica del Hybris, es la persistencia en el error e incapacidad para cambiar de rumbo en su toma de decisiones. Organiza consultas tras consultas para el monotemático asunto de la seguridad pública, y acaba mintiendo –“nunca he dicho guerra”-- y haciendo lo que le viene en gana, sin escuchar a nadie más.

Bien podría decirse que el ocupante de Los Pinos evalúa todas las situaciones a través de ideas fijas, preconcebidas y rechazando toda evidencia contraria a esos sus prejuicios.

Psiquiátricamente, dicen los expertos, el Síndrome de Hybris o El Mal Del Poder  es un desorden de la personalidad, producto de una escasa madurez psicológica.

Sus pacientes persiguen compulsivamente el poder y se aferran al mismo. Y ahí hay que tener cuidado, pues ebrio de ese poder adquirido “haiga sido como haiga sido”, Calderón podría intentar perpetuarse en el poder.

Individuos que padecen este síndrome se creen en posesión de la verdad absoluta. No reconocen sus errores o fallas. Desprecian todo lo que va contra sus objetivos  o sus ideas. Están alejados de la realidad.

La evolución del síndrome se da en tres fases.

De humildad, cuando llegan al poder. Pasan, luego, al desarraigo del contexto normal por la actitud de los inferiores, los yesmen,  quienes le dicen que el reloj marca la hora que ellos quieran, los que les alaban hasta las tonterías en los medios de comunicación. Y de ahí saltan al estadio en el que nadie puede diferir de sus ideas: “¡están conmigo o contra mí!”.

Es obvio que el michoacano –como casi todos quienes antes han sido inquilinos de Los Pinos— ya ha cruzado por los tres ciclos y ahora está instalado en la borrachera sexenal.

Empezando por su propia casa, el PAN, hace ahí sólo su santa voluntad. Atropella estatutos, choca con quienes quieren detenerlo, ha convertido a su partido en un espacio en donde nadie puede crecer ni moverse a su libre albedrío por miedo a la ira del primer –y único-- panista del país. Alianzas con sus peores opositores, vergonzosas dimisiones de sus candidatos…

Lo que hace con el país es todavía peor. Lo ¿conduce? prácticamente en reversa. Hasta hoy sólo “ha metido primera” en materia de corrupción, analfabetismo funcional, decrecimiento económico hacia donde “avanzamos” a ocupar los primeros lugares.  
Calderón está enfermo. Embriagado de poder. Ve una realidad distorsionada. La que el imagina entre los vapores del poder.

Hay razón, por eso, cuando se dice que una sociedad sana no puede estar gobernada por la insania.

Necesitamos avanzar, como sociedad, a establecer en todo momento la posibilidad de retirar constitucionalmente del poder a quienes, aunque tengan una legitimidad de origen –que no es el caso--, fracasen en una legitimidad de desempeños y resultados y puedan ser sometidos al control social respectivo.

Hoy a lo único que podemos apelar es que, como castigo al Hybris está la Némesis que, a través del fracaso, devuelve al paciente a la realidad. Pero mientras…

Índice Flamígero: No lo defiendas, comadre. Tal podría decirse a la señora Josefina Vázquez Mota, quien reaccionó casi histérica en contra de los legisladores Fernández Noroña, Cárdenas y DiConstanzo. No. Ellos no “acusaron” a Calderón. El alcoholismo no es un crimen. Es una enfermedad. En todo caso, Jose –cual la motejan-- debería apoyarlo con una intervención, si es que de verdad padece ese mal que es crónico, mortal.

O prefeito de SP - Kassab quer fundar o PDB (Partido da Democracia Brasileira) - um novo neodemocratas.

Kassab abre nova fenda na direita com a criação do PDB

9/2/2011 12:20,  Por Redação - de São Paulo
Gilberto Kassab
Gilberto Kassab planeja criar um partido para 'varrer o PSDB'
A cada dia que passa, mais distante do Democratas, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab já planeja para maio o lançamento do Partido da Democracia Brasileira (PDB), legenda que, na largada, contaria com cerca de 20 parlamentares em Brasília, mais o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, atualmente filiado ao DEM. A decisão de Kassab é mais um revés na coligação de direita que levou à derrota o candidato tucano José Serra, nas eleições presidenciais.
Insatisfeito com a direção do DEM, Kassab anunciou seu desejo de sair da agremiação partidária logo após conhecer o resultado das urnas, em novembro último. Ele já mantinha contato com setores avançados do PT, no entanto, desde meados de 2010. O PDB, na realidade, tende a ser uma moeda de troca na possível fusão com outra sigla partidária de maior peso, entre elas o PSB e o próprio PMDB. Na opinião de Kassab, somente a fusão de alguns partidos poderá produzir um fato político capaz de gerar uma grande legenda com expressão nacional e situada, ideologicamente, mais ao centro.
As chances de Kassab e seu grupo permanecerem no DEM estão cada vez mais remotas, com as chances de o senador José Agripino (RN) ser eleito para presidente nacional do partido, em meados de março, aumentando cada vez mais, diante a demonstração de força das facções mais à direita na legenda. Agripino integra a falange que elegeu, semana passada,  o deputado ACM Neto, da Bahia, como líder da bancada do DEM na Câmara.
Analistas, no entanto, consideram a possibilidade da criação da nova legenda uma tarefa complicada, pois uma legenda somente recebe o registro definitivo do Tribunal Superior Eleitoral depois de cumprir, entre outras exigências, o recolhimento das assinaturas de 0,5% do total de eleitores que votaram para deputado federal na última eleição distribuídos em, pelo menos, nove Estados. Atualmente, esse número chega a 490 mil eleitores.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

A rainha Elizabeth II chora ao ver o filme - O Discurso do Rei

Los Angeles (EUA), 4 fev (EFE).- A rainha Elizabeth II da Inglaterra achou emocionante o filme "O Discurso do Rei", que fala sobre os problemas de gagueira de seu pai, George VI, confirmou nesta sexta-feira em comunicado a produtora The Weinstein Company.
A informação tinha sido publicada previamente em um diário britânico.


"Em nome do diretor, Tom Hooper; dos produtores, Iain Canning, Emile Sherman e Gareth Unwin; dos atores Colin Firth, Geoffrey Rush, Helena Bonham Carter e do resto do elenco: estamos profundamente honrados e agradecidos que o filme tenha agradado Vossa Majestade", destacou a nota.

"Foi um trabalho feito com amor por todos nós e isso é um grande reconhecimento", acrescentou.

Para o roteirista do filme, David Seidler, saber que a rainha Elizabeth II se emocionou com a história é comovente, mas, ao mesmo tempo, "faz você se sentir muito humilde".

"Quando, há 30 anos, a rainha-mãe me pediu que esperasse e não contasse a história enquanto ela estivesse viva, porque a lembrança desses eventos eram ainda dolorosos demais, me dei conta da profundidade das emoções que estavam em jogo", explicou.

"Agora esta história foi escrita e filmada com grande amor, admiração e respeito com o pai de Vossa Majestade. O fato de ela ter respondido favoravelmente é algo incrivelmente gratificante", concluiu.

"O Discurso do Rei" é um dos filmes favoritos para o Oscar, cuja cerimônia será realizada no dia 27. A obra sobre o rei George IV concorre a 12 estatuetas, entre elas as de Melhor Filme, Melhor Diretor (Hooper), Melhor Ator (Firth), Melhor Ator Coadjuvante (Rush) e Melhor Atriz Coadjuvante (Carter).
Fonte:Yahoo Entretenimentos - Cinema
O ator Geoffrey Rush participou do Oprah Winfrey Show e disse que seu trabalho foi enormemente facilitado pelo fato de o fonoaudiólogo Lionel Logue ter mantido ao longo de anos um diário sobre o trabalho com seus pacientes, inclusive Jorge VI. O diário foi preservado pelo fiho de Logue e disponibilizado para a realização do filme. Nenhuma fonte poderia ser melhor ou mais rica. Ali ficaram registrados em detalhe toda a experiência da terapia e seu relacionamento com a o Rei e a Rainha-Mãe.
Abaixo um vídeo mostrando Jorge VI em momentos mais descontraídos, Elizabeth II na juventude, um discurso público do Rei e até a notícia de sua morte.

Os cabelos e as mulheres da Amazônia

Os cabelos e as mulheres da Amazônia PDF Imprimir E-mail
Questões de Gênero e Orientação Sexual
Mauricio Santos Matos   
Sex, 04 de Fevereiro de 2011 12:09
escalpelamentoEm novembro/2009, após aparar meus cabelos e deixá-los à altura dos ombros, tomei conhecimento de uma campanha de doação de cabelos para a confecção de perucas para mulheres que sofreram escalpelamento nos rios da Amazônia.
Àquela época, tomei a decisão de deixá-los crescer, sem aparar um milímetro sequer. Pretendia cortá-los no meio do ano, em junho ou julho/2010. Mas achei que não estavam em um bom tamanho. No último dia 06/01/2011 cortei meus cabelos. No dia seguinte levei ao Espaço Acolher, da Santa Casa do Pará.
Anos atrás, quando conheci o drama vivido por ribeirinhas, que tinham o couro cabeludo arrancado pelo eixo do motor de pequenas embarcações, fiquei indignado em saber que havia uma solução, simples e barata, que impediria por completo que esse tipo de acidente voltasse a acontecer.
Infelizmente vivemos em um mundo capitalista, onde a sede de lucro comanda as ações dos donos do poder. Infelizmente vivemos em um mundo capitalista, onde a imensa maioria dos governantes, ou faz parte de uma ínfima minoria, proprietária dos meios de produção, ou faz parte de uma casta subserviente a seus desmandos. E as mulheres escalpeladas da Amazônia não fazem parte desse minúsculo círculo. Na verdade, a maioria delas está excluída por completo dos centros de decisão.
Há um ditado que diz: "se fosse o homem quem engravidasse, o aborto não seria considerado crime". A lógica é similar, no caso dos escalpelamentos, pois se fosse um acidente que atingisse ricas damas da sociedade, certamente os governantes já teriam, há muito tempo, determinado uma solução definitiva ao problema.
E a solução é tão absurdamente simples, que chega a ser inacreditável que muitas mulheres – crianças, jovens, adultas, idosas – sejam vítimas de tal crueldade: basta cobrir o eixo do motor, com um assoalho de madeira ou com uma carenagem metálica. Mas as frágeis vítimas estão lá, no meio da Amazônia. No interior de rios e igarapés que correm distantes dos grandes centros urbanos. Distantes dos olhos e ouvidos do mundo. E isso faz toda a diferença.
Em 2009 foi promulgada a Lei 11.970, que altera a Lei 9.537/97, e torna "obrigatório o uso de proteção no motor, eixo e quaisquer outras partes móveis das embarcações que possam promover riscos à integridade física dos passageiros e da tripulação". Na verdade, a lei de 1997 nem precisaria de reforço, pois o seu artigo 4º, inciso V, determina que é atribuição da autoridade marítima "estabelecer a dotação mínima de equipamentos e acessórios de segurança para embarcações e plataformas". Talvez, se fossem os homens – ou as autoridades marítimas – que tivessem seus cabelos arrancados...
Esta "pequena" mudança, que foi colocada em prática graças aos conselhos existentes nas comunidades ribeirinhas, aliada a uma campanha de conscientização, foram as responsáveis – ao que tudo indica – pela redução nos casos de escalpelamento. Em 2009, 21 mulheres (boa parte crianças) tiveram seus cabelos arrancados, no Pará. E às vezes, foram junto com orelhas e a pele do rosto e pescoço. Em 2010, somente 07 casos foram registrados na Santa Casa.
Isso sem falar dos casos não informados, dos óbitos não contabilizados...
Se, de fato, a promulgação da nova Lei e a campanha de esclarecimento foram determinantes para essa drástica diminuição dos acidentes, há de se comemorar. Mas, também, há de se questionar: se era tão simples, porque não foi feito antes?
Confirmando a decisão tomada a pouco mais de um ano, cortei e doei meus cabelos.
Sei que é um pequeno gesto, minúsculo. Sei que não trará de volta a felicidade em poder observar o simplório ciclo de crescimento e queda de fios de cabelo. Sei que não trará de volta o prazer em banhar-se nas águas dos rios sem sentir dor na fina pele transplantada para o crânio. Sei que não trará de volta a saudável vaidade de pentear e acariciar os cabelos.
Mas sei que, de alguma maneira, essa pequena doação colocará um sorriso no rosto de alguém que já passou por muitos sofrimentos, mas não desistiu de lutar. E não desistiu de ser feliz.
E sei, também, que se quisermos baixar a zero a quantidade de vítimas, será preciso botar a boca no mundo. Gritar. Berrar o mais alto que puder. Para que acordem os responsáveis pela fiscalização e cumprimento de mais uma lei. Apenas o silêncio pode impedir a felicidade das mulheres dos rios da Amazônia. Não nos calemos, jamais!
 

A Revolução Árabe

*Revolução Árabe, efeito dominó contra a crise capitalista* - Almir Cezar -
02/02/2011
 
 <http://www.destakjornal.com.br/images/news/20110202/3040500.jpg>
*Efeito Dominó no mundo Árabe*
 
 A Revolução corre pelos países árabes igual efeito dominó
 
Manifestantes têm protestado contra o alto custo de vida e a falta de
liberdades políticas no país. Depois de Tunísia e Egito, a revolta popular
árabe contra regimes ditatoriais, conhecida como "Revolução de Jasmim",
chegou a Jordânia e Argélia.
 
Começou na Tunísia, onde a "Revolução de Jasmim" com  afastamento do governo
do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, que fugiu do país. Em seguida
chegou com força no Egito. Os protestos que tomam conta do Egito desde o dia
25 de janeiro e exigem a renúncia do presidente Hosni Mubarak foram
inspirados nas manifestações na Tunísia.
 
Agora a "onda" chegou à Argélia, Iêmen, Jordânia, Síria, Sudão, que são
alguns dos países nos quais os cidadãos saíram às ruas para exigir seus
direitos sociais, econômicos e políticos. Todas as manifestações seguem o
padrão que têm abalado o mundo árabe: é organizada pela internet e busca
maior liberdade de expressão, respeito aos direitos humanos e melhora no
padrão de vida. O povo da Tunísia rompeu o costume do medo e mostrou que era
possível - com uma velocidade surpreendente - derrubar um regime, com uma
dificuldade menor do que a imaginada
 
*Crise econômica e não religião como fermento da revolução *
 
Esta revolta popular que atinge grande parte do mundo árabe é laica, e nada
tem haver com o que a grande mídia e o imperialismo, que tenta divulgar  ou
passar a imagem como um processo com viés islâmico, na tentativa de
aterrorizar a opinião pública do Ocidente. Vale lembrar que, esses ditadores
laicos são aliado dos países imperialistas, são muito responsável, em
relação ao interesse geopolítico na região, por controle (eufemisticamente
chamado de "esforços de paz") no Oriente Médio. Por sua vez, a ideologia
imperialista cínica defende que os países árabes o senso democrático é
limitado a estreitas elites liberais enquanto que a vasta maioria só pode
ser mobilizada através do fundamentalismo religioso ou do nacionalismo.
Embora verdade que, o vazio deixado pelo pan-arabismo (tão combatido pelo
Ocidente) acabou sendo ocupado pelos movimentos islâmicos que tiveram e têm
setores não sectários que são antiimperialistas como o caso do Hezbolah no
Líbano e o Hamas na Palestina e outras mais sectárias e fundamentalistas que
não tem cumprido este papel. Porém, a revolução vem provando como errada tal
ideologia.
 
 
O caso exemplar dessa tendência laica e deflagrada pela crise econômica é do
incidente que iniciou a primeira onda de protestos na Tunísia. Um vendedor
de frutas,que ao atear fogo em seu corpo em 17 de dezembro passado,
incendiou seu país até que derrubou o ditador Ben Ali. O caso é realmente
exemplar: Bouazizi revoltou-se porque policiais confiscaram sua banca, o
espancaram e não devolveram seu negócio que lhe rendia 75 dólares mensais
que sustentavam sua mãe e irmã. Seu pai morreu quando ele tinha 3 anos e
desde os 10 ele vendia nas ruas depois do colégio.
 
O jovem que se lançou às chamas, era, na verdade, um universitário graduado
que, como tantos outros, não encontrava um emprego apropriado. Ele tentou
sobreviver com dificuldades vendendo frutas e legumes, mas até mesmo isso se
tornou impossível quando a polícia o deteve por vender sem licença. Em
desespero, ele decidiu pôr fim à sua vida em gesto dramático. Ele faleceu
algumas semanas mais tarde. Esse incidente provocou uma onda massiva de
manifestações e protestos.
 
 
*Caréstia e desemprego, combustível da revolta *
 
O aumento no preço das commodities, em especial os alimentos, leva à fome, à
carestia ou à forte perda no poder de compra, uma das causas das revoltas
populares na Tunísia, no Egito e outros países. Esse aumento se deve à
especulação financeira, com os alimentos sendo considerados mercadorias e
negociados nas bolsas dos mercados e futuros, e não à falta de terras ou
capacidade para cultivar.
 
 <http://www.obrasileirinho.com.br/wp-content/uploads/2011/01/egito1.jpg>
 
A carestia dos artigos de primeira necessidade, a consequente fome, e a
perda do poder de compra dos salários pela elevação dos preços, associada ao
desemprego que explodiu após a crise mundial de 2008, são "combustíveis" que
acabam obrigando as populações a assumirem condutas mais críticas e duras
contra os governos anti-democráticos.
 
Os ditadores não ditam, eles obedecem ordens. "Ditadores são sempre
fantoches políticos. Os ditadores não decidem." O presidente Hosni Mubarak
do Egito, assim como era Ben Ali da Tunísia, é o fiel servidor dos
interesses económicos tanto das elites locais como das multinacionais
ocidentais. E na crise esses governos,a té mais que os pseudo-democráticos
(democráticos burgueses) se veem mais obrigados a atender esses interesses,
impondo aos trabalhadores às perdas com a crise e  aumento da exploração.
 
O levante começou como movimento contra o desemprego e a carestia, sobretudo
contra o preço dos alimentos, mas rapidamente converteu-se em revolução que
exigia liberdades civis e a deposição do homem que a população via como
responsável por suas tragédias. As multidões gritavam “Pão, água e sem Ben
Ali”.
 
O regime da Tunísia comprometeu a velha base produtiva da economia, seguindo
à risca  por anos a fio as recomendações de sempre do FMI e do Banco
Mundial, para privatizar indústrias e cooperativas agrícolas do setor
público. Em lugar do que antes havia, cresceu uma economia muito mais
contingente, de empresas têxteis e *call centers *operados por investidores
estrangeiros, que só ofereciam empregos e subempregos temporários e mal
remunerados, e *resorts* e *spas* para atrair turistas às ensolaradas praias
do país. Turismo e* call centers*, nos quais os tunisinos trabalhavam como
empregados de consumidores ocidentais, são os dois principais itens da lista
de exportações recomendada pelo Banco Mundial. Com a crise de 2008 tudo isso
veio abaixo.
 
É por isso, que a grande massa nas ruas denuncia a ilegitimidade também do
governo de transição iniciado com a queda de Ben Ali e exige “um novo
Parlamento, uma nova constituição e uma nova República”. A revolução na
Tunísia é precedente que fez ver no mundo árabe a possibilidade de
democratização, é de sua única possibilidade de construção de baixo para
cima, e como esta é necessidade primária para lutar contra as consequências
do capitalismo.
 

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Egito à beira do sangue

O Egipto à beira do sangue

por Thierry Meyssan [*]
. De há uma semana a esta parte os meios de comunicação ocidentais fazem-se eco das manifestações e da repressão que agitam as grandes cidades egípcias. Traçam um paralelo com as que levaram ao derrube de Zine el-Abidine Ben Ali na Tunísia e evocam um vendaval de revolta no mundo árabe. Segundo eles, este movimento podia estender-se à Líbia e à Síria. Devia favorecer os democratas laicos e não os islamitas, prosseguem eles, porque a influência dos religiosos foi sobrestimada pela administração Bush e o "regime dos molllah" no Irão é um dissuasor. Assim se concretizariam os votos de Barack Obama na Universidade do Cairo:   a democracia reinará no Próximo Oriente.

Esta análise é falsa segundo todas as perspectivas.
  • Primeiro, as manifestações começaram no Egipto já há alguns meses. Os meios de comunicação ocidentais não lhes prestaram atenção porque pensavam que elas não levariam a nada. Os egípcios não foram contaminados pelos tunisinos, mas foram os tunisinos que abriram os olhos dos ocidentais sobre o que se passa naquela região.

  • Em segundo lugar, os tunisinos revoltaram-se contra um governo e uma administração corruptos que foram espoliando gradualmente toda a sociedade, privando de qualquer esperança classes sociais cada vez mais numerosas. A revolta egípcia não é dirigida contra esse modo de exploração, mas contra um governo e uma administração que estão tão ocupados em servir os interesses estrangeiros que já não têm energia para satisfazer as necessidades básicas da sua população. No decurso dos últimos anos, o Egipto assistiu a inúmeros motins, quer contra a colaboração com o sionismo, quer provocados pela fome. Estes dois assuntos estão intimamente ligados. Os manifestantes evocam indistintamente os acordos de Camp David, o bloqueio a Gaza, os direitos do Egipto às águas do Nilo, a partilha do Sudão, a crise de habitação, o desemprego, a injustiça e a pobreza.

    Além disso, a Tunísia era administrada por um regime policial, enquanto que o Egipto é-o por um regime militar. Digo aqui 'administrado' – e não 'governado' – porque em ambos os casos, trata-se de Estados sob uma tutela pós-colonialista, privados de política estrangeira e de defesa independente.

    Segue-se que na Tunísia, o exército pôde interpor-se entre o Povo e a polícia do ditador, enquanto que no Egipto, o problema será resolvido pelo fuzil automático entre militares.

  • Em terceiro lugar, se o que se passa na Tunísia e no Egipto serve de encorajamento para todos os povos oprimidos, estes últimos não são os que os meios de comunicação ocidentais imaginam. Para os jornalistas, os maus são os governos que contestam – ou fingem contestar – a política ocidental. Enquanto que para os povos, os tiranos são os que os exploram e humilham. É por isso que penso que não iremos assistir às mesmas revoltas em Damasco. O governo de Bachar el-Assad é o orgulho dos sírios: alinhou do lado da Resistência e soube preservar os seus interesses nacionais sem nunca ceder às pressões. Acima de tudo, soube proteger o país do destino que Washington lhe reservava: ou o caos à moda iraquiana, ou o despotismo religioso à moda saudita. Claro que é muito contestado em muitos aspectos da sua gestão, mas desenvolve uma burguesia e os procedimentos democráticos que a acompanham. Pelo contrário, estados como a Jordânia e o Iémen são instáveis no que se refere ao mundo árabe, e o contágio também pode atingir a África negra, por exemplo o Senegal.

  • Em quarto lugar, os meios de comunicação ocidentais descobrem tarde demais que o perigo islamista é um espantalho. No entanto é preciso reconhecer que foi activado pelos Estados Unidos de Clinton e pela França de Miterrand nos anos 90 na Argélia, e depois foi exagerado pela administração Bush na sequência dos atentados de 11 de Setembro, e alimentado pelos governos neo-conservadores europeus de Blair, Merkel e Sarkozy.

    Também é preciso reconhecer que não há nada em comum entre o wahhabismo à saudita e a Revolução islâmica de Rouhollah Khomeiny. Qualificá-los a ambos de 'islamitas' não só é absurdo como é impedir que se compreenda o que se está a passar.

    Os Seoud financiaram, de acordo com os Estados Unidos, grupos muçulmanos sectários que defendem o regresso à imagem que têm da sociedade do século VII, no tempo do profeta Maomé. Já não têm mais impacto no mundo árabe do que têm os amish nos Estados Unidos, com as suas carroças puxadas a cavalos.

    A Revolução de Khomeiny não pretende instaurar uma sociedade religiosa perfeita, mas derrubar o sistema de dominação mundial. Afirma que a acção política é um meio para o homem se sacrificar e se transcender e, por conseguinte, que é possível encontrar no Islão a energia necessária à mudança.

    Os povos do Próximo Oriente não querem substituir as ditaduras policiais ou militares que os esmagam por ditaduras religiosas. Não há perigo islamita. Simultaneamente, o ideal revolucionário islâmico que já produziu o Hezbollah na comunidade xiita libanesa, influencia agora o Hamas na comunidade sunita palestina. Pode de facto desempenhar um papel nos movimentos em curso, e já o desempenha no Egipto.

  • Em quinto lugar, por muito que desagrade a certos observadores, apesar de assistirmos a um regresso da questão social, este movimento não pode ser reduzido a uma simples luta de classes. É verdade que as classes dominantes receiam as revoluções populares, mas as coisas são mais complicadas. Assim, sem surpresas, o rei Abdallah da Arábia Saudita telefonou ao presidente Obama para lhe pedir que faça parar a desordem no Egipto e proteja os governos existentes na região, prioritariamente o seu. Mas este mesmo rei Abdallah acaba de favorecer uma mudança de regime no Líbano pela via democrática. Abandonou o multimilionário líbano-saudita Saad Hariri e apoiou a coligação de 8-Março, Hezbollah incluído, para o substituir como primeiro-ministro por um outro multimilionário líbano-saudita Najib Mikati. Hariri tinha sido eleito por parlamentares que representavam 45% do eleitorado, enquanto que Mikati acaba de ser eleito por parlamentares representando 70% do eleitorado. Hariri estava enfeudado a Paris e a Washingtom, Mikati anuncia uma política de apoio à Resistência nacional. A questão da luta contra o projecto sionista é actualmente superdeterminante em relação aos interesses de classe. Além disso, mais do que a distribuição da riqueza, os manifestantes põem em causa o sistema capitalista pseudoliberal imposto pelos sionistas.

  • Em sexto lugar, para voltar ao caso egípcio, os meios de comunicação ocidentais lançaram-se em volta de Mohamed ElBaradei que designaram por líder da oposição. É ridículo. M. ElBaradei é uma personalidade com uma reputação simpática na Europa, porque resistiu algum tempo à administração Bush, sem se lhe opor totalmente. Personifica pois a boa consciência europeia face ao Iraque, que se opunha à guerra e acabou por apoiar a ocupação. No entanto, objectivamente, M. ElBaradei é a água morna que recebeu o Prémio Nobel da Paz para que Hans Blix não o recebesse. É sobretudo uma personalidade sem qualquer eco no seu próprio país. Não existe politicamente a não ser porque a Irmandade Muçulmana o escolheu para seu porta-voz nos meios de comunicação ocidental.

    Os Estados Unidos fabricaram adversários mais representativos, como Ayman Nour, que não tarda muito vai ser tirado do chapéu, apesar de as suas posições a favor do pseudo-liberalismo económico o desqualificarem perante a crise social que o país atravessa.

    Como quer que seja, na realidade, só existem duas organizações de massas, implantadas na população, que há muito se opõem à política actual: a Irmandade Muçulmana, por um lado, e a Igreja cristã copta, por outro lado, (apesar de S.B. Chenoudda III distinguir a política sionista de Mubarak que ele combate, do rais [1] com que se entende). Este ponto escapou aos meios de comunicação ocidentais porque fizeram crer há pouco tempo ao público que os coptas estavam a ser perseguidos pelos muçulmanos quando estavam a ser perseguidos pela ditadura de Mubarak.

    Mubarak e Suleiman. Aqui torna-se útil um parêntesis: Hosni Mubarak acaba de nomear Omar Suleiman para vice-presidente. É um gesto claro que pretende tornar mais difícil a sua eventual eliminação física pelos Estados Unidos. Mubarak chegou a presidente porque tinha sido designado vice-presidente e os Estados Unidos mandaram assassinar o presidente Anuar el-Sadate pelo grupo de Ayman al-Zawahri. Portanto, sempre se recusou até agora a arranjar um vice-presidente com medo de ser assassinado por sua vez. Ao designar o general Suleiman, escolheu um dos seus cúmplices com quem manchou as mãos no sangue de Sadate. A partir de agora, para conquistar o poder, não bastará matar apenas o presidente, será preciso executar também o seu vice-presidente. Ora, Omar Suuleiman é o principal artífice da colaboração com Israel. Washington e Londres vão pois protegê-lo como às meninas dos seus olhos.

    Além do mais, Suleiman pode apoiar-se em Tsahal [2] contra a Casa Branca. Já começou por chamar atiradores de elite e material israelwnses que estão prontos para matar os cabecilhas da multidão.

    O general-presidente Hosni Mubarak e o seu general-vice-presidente Omar Suleiman apareceram na televisão com os seus generais conselheiros para dar a entender que o exército tem o poder e vai mantê-lo.

  • Em sétimo lugar, a situação actual revela as contradições da administração americana. Barack Obama estendeu a mão aos muçulmanos e apelou à democracia aquando do seu discurso na universidade do Cairo. No entanto, agora, vai utilizar todo o seu empenho para impedir eleições democráticas no Egipto. Se pode aceitar um governo legítimo na Tunísia, não pode fazê-lo no Egipto. As eleições beneficiariam a Irmandade Muçulmana e os coptas. Escolheriam um governo que abriria a fronteira de Gaza e libertaria o milhão de pessoas que lá estão encerradas. Os palestinos, apoiados pelos seus vizinhos, o Líbano, a Síria e o Egipto, derrubariam o jugo sionista.

    É preciso assinalar aqui que, no decurso dos dois últimos anos, estrategas israelenses conceberam um golpe retorcido. Considerando que o Egipto é uma bomba social, que a revolução é inevitável e está iminente, conceberam favorecer um golpe de estado militar em benefício de um oficial ambicioso e incompetente. Este lançaria uma guerra contra Israel e seria vencido. Tel-Aviv poderia assim reencontrar o seu prestígio militar e recuperar o monte Sinai e as suas riquezas naturais. Sabe-se que Washington se opôs decididamente a este cenário demasiado difícil de controlar.

    O que é certo é que o Império anglo-saxão se mantém agarrado aos princípios que fixou em 1945: é favorável às democracias que fazem uma 'boa escolha' (a do servilismo), e opõe-se aos povos que fazem a 'má escolha' (a da independência).

    Por conseguinte, se acharem necessário, Washington e Londres apoiarão sem reservas um banho de sangue no Egipto, desde que o militar que levar a melhor se comprometa a perpetuar o statu quo internacional.
31/Janeiro/2011
NT
[1] Rais: título usado pelos dirigentes de estados muçulmanos na Índia, no Médio Oriente e na Ásia do Sul.
[2] Tsahal: nome dado às forças armadas de Israel.

Imagens do Egipto em http://totallycoolpix.com/2011/01/the-egypt-protests/


[*] Analista político francês, presidente-fundador do Réseau Voltaire da conferência Axis for Peace . Publica toda semana crónicas de política estrangeira na imprensa árabe e russa. Última obra publicada: L'Effroyable imposture 2 , éd. JP Bertand (2007).

O original encontra-se em http://www.voltairenet.org/article168311.html . . Tradução de Margarida Ferreira.


Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .

Eu mesmo entrevistado por uma colega monarquista sobre a agricultura varzeana amazônica pelo MSN.

Roseli - Associada Efetiva diz:
 eu acredito que os governos deixam um pouco a desejar em relação ao seu estado
GERALDO diz:
 aqui é uma oligarquia provinciana
Roseli - Associada Efetiva diz:
 ai tem tudo de bom
GERALDO diz:
 o povo vota nesse mesmo caras
Roseli - Associada Efetiva diz:
 me diga porque eles , industrializam a pesca e vendem aqui p/ o sudeste
 merenda escolar etc
 peixe por aqui e caro
GERALDO diz:
 sobrevivência ao pescado do caboclo interiorano
 a pesca é a unica produção para viver.
Roseli - Associada Efetiva diz:
 sabe limpa congela e coloca a vacuo e vende congelado
GERALDO diz:
 e dar lucro
Roseli - Associada Efetiva diz:
 então dai eles iriam ganhar mais
GERALDO diz:
 certo
 ainda tem a produção rural
Roseli - Associada Efetiva diz:
 pois poderiam fazer cooperativa
GERALDO diz:
 o problema até a gente batalha pela agricultura varzeana
 e cooperativa tb
 é um projeto antigo do ex-senador EVANDRO CARREIRA
Roseli - Associada Efetiva diz:
 esse monte de jacaré matando gente , olha o lucro p/ o povo atravez da carne e do couro
GERALDO diz:
 que eu conheço pessoalmente
Roseli - Associada Efetiva diz:
 o que planta na agricultura varzeana
 arroz
GERALDO diz:
 quando o rios  da amazônia secam o agriculto tem chance pra plantar na terra seca
 e o Estado tem que investir aquele agricultor ribeirinho
Roseli - Associada Efetiva diz:
 a entendi
GERALDO diz:
 pro seu sustento
 mas o Estado infelizmente não faz isto
Roseli - Associada Efetiva diz:
 e
GERALDO diz:
 e o agricultor coitado tem que sofrer as consequ~encias com atravessadores.
Roseli - Associada Efetiva diz:
 eu acredito que alem de plantar p/ si tinham que ganhar dinheiro
GERALDO diz:
 exatamente
Roseli - Associada Efetiva diz:
 e isso que falta ai liderança para dizer a verdade, pois tem braços p/ fazer mas tem medo que não da certo
GERALDO diz:
 exato
Roseli - Associada Efetiva diz:
 ai que judiação
GERALDO diz:
 é a nossa política amazônica é assim mesmo
Roseli - Associada Efetiva diz:
 aqui no sudeste , pelo menos em SP os empresarios  saem em disparada
 mas prescisa mudar
GERALDO diz:
 certo.
Roseli - Associada Efetiva diz:
 por outras cabeças p/ pensar e executar
GERALDO diz:
 sim

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A crise dos trabalhadores em educação

A crise dos trabalhadores em educação

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Houve um tempo, longo tempo, tempo que cruza os séculos, em que o professor era símbolo de autoridade no pequeno e gigantesco espaço da sala de aula. Note-se que autoridade é um atributo moralmente superior ao poder, mas, quando fosse necessário, a valiosa autoridade do professor, fundada no saber e na conduta, vinha respaldada por poder. Nas últimas quatro décadas, infelizmente, a educação brasileira foi atacada em dois flancos pela esquerda delirante. E tanto a autoridade quanto o valor econômico e social do trabalho dos professores, reconhecidos há milênios em todas as civilizações, desabaram fragorosamente em nosso país.

Por um dos flancos, fustigou-a aquilo que Nelson Rodrigues chamava de Poder Jovem, acolhido entre aplausos por pedagogos de meia tigela como expressão de libertação para a criatividade. Todo poder ao jovem! A maturidade tornou-se um mal e a imaturidade, um bem a ser preservado. Era imprescindível erradicar as formas negativas da pedagogia. Coisas como certo e errado, sim e não, correção com caneta vermelha, entre outras práticas, precisavam ser substituídas por vaporosas sutilezas que não contrariassem os pupilos. Afinal, eles podem ser portadores natos de uma nova e superior forma de saber. Guardo como pérola desse disparate a frase do vate sergipano que adoça com sua voz aveludada os julgamentos do Supremo Tribunal Federal. No caso da reserva Raposa Serra do Sol, ele, o ministro Ayres Britto, em reverência à sabedoria indígena, lascou, citando Paulo Freire: “Não existe saber maior ou menor; existem apenas saberes diferentes”. De fato, o veterano Marco Aurélio Mello e o garoto Dias Toffoli exemplificam saberes diferentes, quantitativamente iguais, não é ministro? E viva Paulo Freire.
 
Pessoalmente ainda estou à espera de que algum desses guris maleducados das universidades brasileiras, depois de tantos anos de sua completa libertação, apresentem alguma contribuição à ciência, à técnica e à cultura nacional. Ao contrário, o que se vê é o país ocupando o 93º lugar no componente educação, entre 169 pesquisados. E não me surpreenderei se encontrar por aí doutos pedagogos convencidos de que o mundo, por pura inveja, se recusa a cair de joelhos diante da qualidade muito peculiar e superior do saber construído por nossos jovens. De minha parte, vejo o sucesso sempre ao alcance dos que queimaram pestana sobre os livros, levaram a sério seus estudos ou cavoucaram com responsabilidade seus espaços na vida pública ou na iniciativa privada, mediante capacidade de renúncia ao bem atual com vistas ao investimento no bem futuro maior. Esses jovens agem no contrafluxo do deslizamento que descrevi, arquitetado por uma escola de viés marxista, que está levando três anos inteiros para alfabetizar uma criança, quando nos meus anos de curso primário se aprendia isso em seis meses de aula. A educação, caro leitor, conceitual e deliberadamente, deixou de lado seus objetivos essenciais e se voltou para formar cidadãos conscientes, politicamente engajados. Enquanto não chegam lá, os cidadãozinhos treinam sua cidadaniazinha desrespeitando e espancando os professores.
 
Pelo outro flanco, e no mesmo tom, os professores politicamente engajados, abdicantes de sua autoridade, assumiram-se como "trabalhadores em educação". O conselheiro tutelar, escolhido em pleito de baixíssimo comparecimento, por força de preceito contra o qual nenhuma voz se ergue com suficiência, exerce mais autoridade nas escolas do que os professores ou os diretores. Estes, a seu turno, são, também eles, eleitos num concurso de promessas e de simpatia, com participação e engajamento dos alunos. No Brasil, amigo leitor, aluno vota para diretor! Vota para reitor de universidade! E ninguém se escandaliza! Por que será que os praças não elegem os comandantes e os pacientes não escolhem os diretores dos hospitais e centros de saúde? Quando o poste passa a desaguar no cachorro e o aluno a meter o dedo na cara do professor, ainda há quem se surpreenda.
 
O Ministério da Educação está veiculando nestes dias um comercial com o objetivo de ampliar o interesse pela carreira do magistério. Mostra uma obviedade: os povos que melhor se desenvolvem atribuem a seus professores o principal mérito por esses bons resultados. É claro que nossos  professores ganham muito pouco, mas os maiores problemas, nesse particular, estão na péssima preparação dos graduados para o magistério e na falta de recursos didáticos nas escolas. De outra parte, veja quais os países bem sucedidos em seus objetivos sociais, com mais elevado Índice de Desenvolvimento Humano, que se reportam prioritariamente a fundamentos marxistas nas salas de aula e na formação de seus educadores. Duvido que encontre algum. A crise dos trabalhadores em educação é uma responsabilidade deles mesmos e das ideias que abraçam. É responsabilidade deles mesmos, como professores dos professores nos cursos de Educação, como alunos desses cursos na recepção passiva de ferramentas de trabalho comprovadamente erradas e ineficientes, como reprodutores acríticos do mau conhecimento adquirido. É, também, uma decorrência de suas reivindicações equivocadas, da busca de uma autonomia para fazer o que bem entendem que só é menor do que o desejo dos alunos de se comportarem do mesmo modo. É uma consequência de seus engajamentos, do desmonte que produziram na própria autoridade e dos líderes que vêm escolhendo para os representar.
 
Mas só aos professores, o senhor diz isso? Não, digo-o com muito maior ênfase a eles porque são, de fato, como informa a propaganda do MEC, os principais responsáveis pelo desenvolvimento social de qualquer nação. Enquanto os professores se submeterem às diretrizes de quem, com um tranco ideológico e partidário, os derruba à condição de meros trabalhadores em educação; enquanto se deixarem levar pelas cartilhas da pedagogia dominante; enquanto conviverem passivamente com a destruição de sua autoridade; enquanto tomarem como inegociável planos de carreira que nivelam competentes e incompetentes; e  enquanto não refugarem uma organização que transforma o acesso ao comando da Escola em concurso de coleguismo e simpatia, viverão uma crise sem fim.