Os maiores ataques aos trabalhadores
As privatizações e a intervenção do Estado e da justiça nos sindicatos
As privatizações e a intervenção do Estado e da justiça nos sindicatos
O ano de 2010 foi o ano da intervenção patronal nos sindicatos dos trabalhadores. Há uma centena de casos que se multiplicaram o ano passado, revelando o objetivo político desse ataque contra as organizações dos trabalhadores. Nesse sentido, os casos de duas categorias devem ser analisados pela sua importância política e nas conseqüências para toda a população brasileira: Correios e aeroviários
14 de fevereiro de 2011
O ano de 2010 foi o ano da intervenção patronal nos sindicatos dos trabalhadores. Há uma centena de casos que se multiplicaram o ano passado, revelando o objetivo político desse ataque contra as organizações dos trabalhadores. Nesse sentido, os casos de duas categorias devem ser analisados pela sua importância política e nas conseqüências para toda a população brasileira: Correios e aeroviários.14 de fevereiro de 2011
O que há em comum com as duas categorias, que despertaram a necessidade do Estado de intervir em suas organizações sindicais? A resposta é dada pelo próprio governo Dilma Rousseff que anunciou a privatização dos aeroportos brasileiros e dos Correios.
O primeiro caso, ou o mais importante, de intervenção estatal em um sindicato dos trabalhadores dos Correios foi em São Paulo. Após a anulação pela justiça, a pedido do PSTU/Conlutas, das eleições sindicais que deveriam ocorrer no final de 2007, um novo pleito foi marcado para o início de 2008. Para controlar o processo eleitoral, a justiça nomeou uma junta interventora, cujo membro de maior destaque era um advogado ligado à direitista Força Sindical. Para coroar a intervenção patronal, a junta aprovou que as urnas das eleições fossem guardadas na sede da ROTA, a polícia de São Paulo, especializada em matar trabalhadores e reprimir manifestações populares.
A junta interventora deu a vitória para o PCdoB, que garantiu seu domínio até hoje no Sintect-SP (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios de São Paulo). A fraude fica clara com uma rápida análise da votação: o PCdoB obteve míseros 17 votos no maior setor da categoria, no prédio do Jaguaré, que possui mais de 3 mil trabalhadores. O “domínio” do PCdoB em São Paulo é garantido pelo apoio da direção da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos), que financia esse grupo patronal nos principais sindicatos da categoria como aliado para colocar em prática os planos de privatização dos Correios.
Com a maior urgência dos capitalistas para privatizar a empresa, à medida que se desenvolve a crise, as tentativas de intervenção nos sindicatos da categoria ficaram mais freqüentes. Em Roraima, Amazonas, Pernambuco, Mato Grosso e Minas Gerais e Espírito Santo, a direção empresa, com a ajuda dos sindicalistas do bloco traidor da direita do PT e do PCdoB, tentou com ou se êxito, tomar dos trabalhadores o controle dos sindicatos.
Em todos os casos, o objetivo foi o de tirar a oposição da direção do sindicato para impor aos trabalhadores uma diretoria patronal. Essa disputa ficou evidente após a assinatura por parte do bloco traidor, em 2009, do acordo bianual com o nítido objetivo de enfraquecer a luta da categoria e assim facilitar a privatização. A rejeição a tal acordo resultou na formação de um bloco de oposição composto por 17 sindicatos (quase a metade em nível nacional), liderado pela oposição Ecetistas em Luta, do PCO, que dirigia os sindicatos de Roraima, Minas Gerais e Espírito Santo.
No caso desse último, a empresa conseguiu, a partir de uma série de manobras com o judiciário claramente comprometido com seus interesses, nomear um interventor e dar a vitória à chapa da Articulação do PT, composta e apoiada por membros das chefias e da direção regional da ECT no estado. Um ataque contra os trabalhadores, que não reconhecem a nova diretoria patronal do sindicato e que junto com a corrente Ecetistas em Luta, continuarão a levar a luta contra a privatização e os ataques da empresa no Espírito Santo e em todo o País.
A experiência dos Correios ajuda a compreender a ação conjunta feita pela justiça, pelo governo e pelos patrões das companhias aéreas na tentativa de greve dos trabalhadores aeroviários e aeronautas.
Os trabalhadores dessas categorias, após duros ataques dos patrões e do governo, que se recusaram a aceitar suas reivindicações, marcaram uma greve nacional para o dia 23 de dezembro, ou seja, uma das épocas mais movimentadas dos aeroportos e conseqüentemente umas das mais extenuantes para quem trabalha aí. Com medo do potencial de mobilização da categoria, o governo e as companhias aéreas trataram de entrar na justiça para estrangular o direito de greve desses trabalhadores.
Três liminares diferentes e a compra da burocracia sindical garantiu a vitória dos patrões. As duas primeiras liminares exigiam que a categoria mantivesse 70% e 90% dos trabalhadores trabalhando, uma ditadura. Porém, os patrões não estavam satisfeitos e a última liminar concedida pela justiça proibia diretamente a greve, ao obrigar que 100% dos trabalhadores estivessem trabalhando. O direito de greve foi oficialmente extinto pela justiça, com o total apoio do governo do PT.
Tal ataque aos trabalhadores aeroviários e aeronautas só pode ser entendido com o anúncio de Dilma Rousseff de que os aeroportos e a Infraero serão privatizados. Como no caso dos Correios, o governo e os capitalistas somente serão bem sucedidos se contarem com a completa passividade dos trabalhadores. Para isso, é necessário o controle das organizações operárias e a burguesia já demonstrou como pretende controlar os sindicatos. Impor uma ditadura com a ajuda da burocracia sindical traidora, da justiça e do governo.
O novo governo prepara uma série de medidas que vão piorar significativamente a vida da classe operária e de toda a população brasileira. Os planos dos capitalistas em todo o mundo é atacar os trabalhadores para fazê-los pagar pela crise e as privatizações são uma das principais medidas nesse sentido. É necessário uma enorme mobilização independente dos trabalhadores, com métodos radicalizados de luta, como ocupações de prédios e de fábricas, para barrar esses ataques.
Um comentário:
Os Correios de fato precisam ser privatizados, urgentemente. Já que se tornou um antro de brigas políticas entre grandes, governo e sindicatos, enquanto os trabalhadores se engalfinham por migalhas, e por isso são joguetes dessas brigas de duas partes.
O Sedex é o maior exemplo, tem atrasado, sites especializados em direito do consumidor sequer tem respostas dos Correios quanto as reclamações, entre no www.reclameaqui.com.br e veja você mesmo.
A Diretoria não quer dar aumentos e benefícios, os trabalhadores muitas vezes sabotam o funcionamento orientados por sindicados. Fazem greves sem avisar (isso é ilegal) ao público e por aí vai.
Deveria ser privatizado e fatiado, assim acabaria com essa briga política e sórdida que afeta mais a quem não deveria, a população.
Postar um comentário