PSDB e PT
Contra a população, em favor das privatizações
Os que prometem eficiência ou punição no caso do acidente da TAM estão privatizando os aeroportos e colocando a vida da população nas mãos dos principais criminosos
20 de julho de 2010
A imprensa burguesa nesta semana procurou realizar uma ampla campanha em favor da direita aproveitando-se dos três anos do maior acidente aéreo do Brasil, ocorrido há três anos.
A imprensa procurou levantar o fato de que o acidente com o Boeing A320 da TAM em Congonhas continua impune, mesmo tendo a Polícia Civil e o Ministério Público, indiciado dez pessoas não tendo nenhum dos investigados, seja os diretores da Agência Nacional de Aviação Civil e a Infraero punidos
O que na realidade procura se amenizar é que os únicos responsabilizados, pela Polícia Federal, foram o piloto e o co-piloto do vôo cuja queda em 17 de julho de 2007 terminou com a morte de 198 pessoas.
Esta imprensa, no entanto, não mencionou que as empresas capitalistas de transporte aéreo e o governo tinham total conhecimento da precariedade dos aeroportos e do controle aéreo do País, que foram expostos sobretudo pelo movimento de paralisações feitos pelos controladores aéreos.
Um dia após a campanha feita pela imprensa burguesa em torno da questão, o candidato da direita nas eleições, José Serra (PSDB) apresentou críticas à Infraero em visita ao estado da Bahia, na cidade de Itabuna.
"É um absurdo uma região turística com esse peso, uma das melhores do Brasil, ter esse aeroporto acanhado e malfeito. Isso não custa nada, vamos ser francos. Custa só critérios e prioridade. O que a Infraero está fazendo?", (Folha de S. Paulo, 18/7/2010).
A direita tenta levantar novamente a questão por se tratar de um incômodo assunto para o governo Lula e Dilma Rousseff, que foram responsáveis pelo aprofundamento do sucateamento dos aeroportos.
A ex-diretora da ANAC, Denise Abreu, acusada de ser cabeça da agência reguladora em favor dos interesses das empresas aéreas denunciou na época que havia o tráfico de influência de figuras no governo, dentre elas Dilma Rousseff para a privatização das empresas nacionais, como o caso da Varig.
Denise Abreu é acusada de inclusive ter negociado com a TAM, a GOL e empresas internacionais não reformar a pista de Congonhas para não diminuir os lucros dos empresários em alta temporada.
Na época Denise Abreu denunciou a secretária-executiva da Casa Civil, Erenice Guerra, e o advogado Roberto Teixeira, amigo de Lula e ligado à representante do Matlin Patterson por realizarem a pressão direta aos diretores para que aprovassem um parecer da Procuradoria-Geral em junho de 2006, que aprovasse a venda da Varig Log para a Volo do Brasil e a Varig para um fundo norte-americano, da empresa Matlin Pattersone também para impedir que estas necessitassem declarar seu Imposto de Renda ou origem do dinheiro dos novos sócios.
Resultado das privatizações
A direita procura afirmar que a crise aérea como mais um resultado da ineficiência do governo Lula. O governo Lula anunciou que irá entregar os aeroportos para a iniciativa privada, o que foi iniciado em seu governo, mas que será concluído somente no próximo governo
No dia 9 de junho Lula assinou um decreto autorizando a concessão das obras do aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana de Natal e em declaração o Ministério da Defesa declarou que irão ocorrer uma série de leilões em 2011 para determinar as concessões dos aeroportos.
A direita, que acusa o governo, o faz para encobrir sua própria política de privatização dos aeroportos.
O governo do estado de São Paulo, de Serra/Goldman (PSDB) anunciou também em junho que estão prontos editais para a concessão de nada menos que 30 aeroportos em todo o estado para os capitalistas, o que só aguardaria autorização do Ministério da Defesa.
A política de privatizações, inaugurada pelo PSDB e seguida pelo PT, está na raiz da desestruturação do serviço aéreo brasileiro.
Colocar os aeroportos todos nas mãos dos mesmos capitalistas que realizaram o lobby para impedir reformas em pistas é uma política para liquidar de vez qualquer controle do estado sobre os serviços prestados por pelas companhias aéreas colocando em risco a vida da população apenas para atender às necessidades de lucro dos empresários que controlam o setor.
Apenas a estatização das grandes companhias e o controle do estado pela própria população trabalhadora pode dar uma solução segura para o caos aéreo que nada mais é do que um produto da completa incapacidade dos governos capitalistas de administrar e promover qualquer desenvolvimento na infraestrutura do país.
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