domingo, 11 de julho de 2010

O pessoal do PCO ataca os três candidatos a presidência


Geraldo José - Agora o PCO começa ataca os candidatos porque estão em ultimos nas pesquisas de opinião de Voto.

Financiamento de campanha
Burguesia vai dar mais de R$ 400 milhões para seus candidatos nas eleições
Na corrida eleitoral deste ano, os três principais partidos defensores da burguesia nas eleições, PT, PSDB e PV, vão ter de financiamento de campanha mais de R$ 420 milhões para defender os interesses da burguesia e manipular as eleições, mostrando como é antidemocrático o sistema eleitoral brasileiro

11 de julho de 2010
Na última semana foram feitas as inscrições para as candidaturas das eleições presidenciais deste ano. Foram inscritos nove candidatos à presidência da República e uma questão relacionada aos candidatos chama a atenção: o quanto vai ser gasto por estes candidatos nestas eleições. O valor declarado pelos candidatos é um recorde para a campanha eleitoral. No total serão gastos R$ 463 milhões e mais de 90% desse valor, R$ 427 milhões, serão gastos pelos três principais candidatos da burguesia, Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB) e Marina Silva (PV), R$ 157 milhões, R$ 180 milhões e R$ 90 milhões, respectivamente.
É um absurdo, pois esta campanha concentra um dinheiro incalculável entre três candidatos. Na comparação com 2006, últimas eleições presidenciais, os principais partidos, PT e PSDB, vão gastar 60% a mais.
No caso específico do candidato do PSDB à presidência, os gastos duplicaram. Em 2006, Geraldo Alckmin, então candidato, gastou R$ 81,9 milhões e agora José Serra pretende gastar mais que o dobro. Já o PT vai gastar 36% a mais que nas últimas eleições. O mais escandaloso nestes orçamentos é que boa parte do dinheiro virá dos cofres públicos. Não é segredo para ninguém que tanto Lula quanto Serra vão utilizar a verba pública para a promoção das candidaturas com inaugurações, obras etc.
Colapso dos partidos burgueses
Uma observação que precisa ser feita é a de que o gasto mais elevado para estas eleições é diretamente proporcional à enorme crise dos partidos burgueses.
Não é à toa que é justamente a candidatura de Serra, representante oficial da direita nas eleições, a que apresenta o maior gasto. O PSDB é um partido falido e está em processo de decomposição. A indefinição para a escolha do vice e o fato de que seu principal aliado político é o DEM mostram como a crise é profunda. Junta-se a esse quadro interno dos partidos a enorme impopularidade que figuras da direita como José Serra possui, principalmente no movimento de massas. No estado de São Paulo, por exemplo, o PSDB está há 15 anos no poder e os trabalhadores públicos do Estado entraram em confronto com os governos tucanos inúmeras vezes.
Somente no mandato recente de Serra ao governo de São Paulo foram realizadas inúmeras greves e mobilizações populares e estudantis onde o eixo destas manifestações era a luta contra a política do governador do PSDB.
Só para citar dois casos significativos, há a enorme greve de mais de um mês dos professores estaduais de São Paulo que realizaram passeatas com mais de 30 mil pessoas com enfrentamento com a polícia etc. Há também a greve de estudantes e funcionários que aconteceu na USP em 2009. Esta greve foi diretamente política, lutava contra a intervenção do estado na universidade chegando ao ponto que a Polícia Militar, a mando de Serra, invadiu a universidade para reprimir os estudantes e funcionários.
Naturalmente, o PSDB vai utilizar os recursos financeiros do estado de São Paulo, o mais desenvolvido do País, para promover a imagem de Serra e dos demais candidatos deste partido. Para se ter uma idéia do poder financeiro de São Paulo, basta saber que as principais fábricas e indústrias estão localizadas neste estado e que o PIB (Produto Interno Bruto) é um quarto do PIB nacional, cerca de R$ 900 milhões.
Serra também se apresenta como o candidato do mercado financeiro. Financiado pelos capitalistas do setor. Não foi à toa que durante seu governo entregou dinheiro para cobrir as dívidas das montadoras e de outros setores arrasados pela crise econômica.
Já a candidatura de Dilma/Lula também está ligada aos bancos, mas também a outro setor da burguesia nacional e imperialista. E o PT, como ficou demonstrado nas últimas eleições, criou um curral eleitoral no Nordeste com os programas assistenciais como o Bolsa Família que, por meio da máquina estatal, garante milhares de votos.
O que surpreendeu nesta relação de gastos foi a verba declarada pela terceira grande candidata da burguesia, Marina Silva (PV), de R$ 90 milhões. Algo muito próximo ao que o próprio Lula gastou quatro anos atrás e até mais que o PSDB gastou na campanha de Alckmin.
Enquanto a candidata declarou ter pouco mais de R$ 100 mil de patrimônio, o seu candidato a vice, o empresário presidente da Natura, Guilherme Leal, apresentou um patrimônio de mais de R$ 1 bilhão. Este dado revela como a suposta candidatura alternativa e de oposição de Marina Silva não passa de uma fachada para que a burguesia possa ter mais um candidato para defender seus interesses.
Eleições completamente antidemocráticas
A verdadeira fortuna que será gasta nestas eleições pelos partidos burgueses expõe ainda mais a farsa que é o sistema eleitoral brasileiro. As eleições são controladas por um oligopólio onde apenas dois ou três partidos aparecem, defendendo basicamente a mesma política.
Nestas eleições, por exemplo, são nove candidatos à presidência, mas existe todo um complô, como tem ocorrido sistematicamente, para assegurar que os candidatos fiquem restritos a Dilma, Serra e Marina.
Este sistema reúne um complexo organizado que vai desde a legislação eleitoral, completamente antidemocrática que estabelece uma montanha de burocracias para impedir a participação de cidadãos comuns, até restrições impostas ao uso da internet para a propaganda eleitoral.
A legislação eleitoral também é arquitetada para impedir que partidos de oposição possam ter candidatos com as mais diversas exigências, enquanto que os tradicionais políticos burgueses reconhecidamente corruptos podem participar sem nenhuma dificuldade.Há ainda o papel manipulador e completamente vendido da imprensa burguesa que faz questão de divulgar somente os candidatos da burguesia dando praticamente nenhuma cobertura para os partidos menores. De antemão apresentando estes partidos como inviáveis, nanicos, sem propósito, nem mesmo concorrentes.
Por fim, há este financiamento monstruoso das campanhas burguesas que impede qualquer tipo de competição entre os candidatos. Colocando uma barreira enorme entre os grandes e os pequenos.
A intenção deste sistema é bastante clara, manter assegurados, a todo o custo, os interesses da burguesia.
Beco sem saída
A política do governo norte-americano se mostrou completamente fracassada no anseio de dominar o Oriente Médio por meio da guerra do Iraque e do Afeganistão. A crise se aprofunda dia após dia colocando o governo Obama em um beco sem saída.
De um lado não tem mais esperanças de obter nenhuma vitória militar, pois a situação no Afeganistão é incontrolável do ponto de vista da resistência organizada pelo Talibã. E de outro lado, os Estados Unidos não tem chances de conciliação com o Talibã e tentar formar um governo aliado no País.
Outra tentativa frustrada do governo norte-americano foi tentar o apoio dos possíveis aliados no Oriente Médio e também fora dele. A estratégia mais recente foi criar um interesse em possíveis jazidas de minérios no Afeganistão para tentar angariar este apoio e conseguir um fôlego no processo de ocupação militar no País. Este “apoio” evidentemente está relacionado com o alto custo da invasão imperialista que com a crise econômica tem se agravado ainda mais.
Mas esta tentativa também não foi muito bem sucedida, isolando ainda mais o governo norte-americano que está ficando cada vez mais acuado diante da situação.
Chacina silenciosa
Outra face da guerra é o gencídio promovido pelas tropas norte-americanas contra a população afegã. É possível saber que existe um massacre contra o povo do Afeganistão, mas não existe uma quantificação exata do número de civis mortos.
O governo norte-americano faz questão de contabilizar o número de soldados mortos no conflito, mas não divulga quantos civis foram mortos nestes quase dez anos de guerra. Nem mesmo as autoridades locais sabem quantificar o tamanho do massacre.
É de total interesse do governo norte-americano não divulgar estes números, pois não quer aumentar ainda mais a oposição que existe contra a guerra. Expor estes números significaria a liquidação total dos Estados Unidos. Tanto a oposição interna à guerra quanto a enorme oposição internacional fariam com que o governo norte-americano fosse ainda mais fundo na crise existente.
Um dos principais aliados dos Estados Unidos, o governo britânico, também não divulga os dados, mas já anunciou que o número de famílias afegãs que estão sendo indenizadas este ano por “acidentes” com vítimas civis triplicou. Mas números extra-oficiais divulgam que somente em 2009 foram 2.418 civis mortos.
O governo local, fantoche dos Estados Unidos, do presidente Hamid Karzai, também não tem interesse no levantamento e divulgação destes números.
Mesmo as entidades de certa forma independentes não conseguem quantificar ao certo o número de civis mortos. Alguns números divulgados estipulam que houve entre 13 mil a 43 mil nestes nove anos de guerra.
O que precisa ficar claro é a estratégia do governo norte-americano e de todos os seus aliados pró-imperialistas de esconder o número de civis mortos. Desta forma conter a revolta popular tanto interna, no Afeganistão, quanto externa, nos demais países. Vale ressaltar que é a resistência do povo afegão que levou ao fracasso a empreitada dos Estados Unidos de dominar o País. Elevar o grau da crise neste momento seria liquidar ainda mais o governo norte-americano e seus aliados europeus.

Nenhum comentário: