Revista Veja
Aldo Rebelo, um “comunista de bom-senso“ segundo a imprensa dos latifundiários assassinos
Aldo Rebelo, um “comunista de bom-senso“ segundo a imprensa dos latifundiários assassinos
O deputado Aldo Rebelo, do PCdoB, que tem recebido declarações de apoio públicas da direita graças à contribuição sem precedentes à ala ruralista do Congresso Nacional, foi elogiado desta vez pela revista Veja, referência da imprensa de direita nacional que ataca os movimentos sociais
15 de julho de 2010
Desde que Aldo Rebelo, deputado do PCdoB, foi escolhido pelos latifundiários no Congresso Nacional como ninguém menos que relator do projeto de reforma do Código Florestal, seu nome é citado diariamente pela imprensa burguesa.15 de julho de 2010
O projeto redigido pelo “comunista” Aldo Rebelo cria privilégios sem precedentes para os capitalistas do campo, latifundiários e o agronegócio, como a possibilidade de receber anistia por todos os crimes ambientais cometidos desde que se comprometam a atender a exigência de reflorestamento de áreas, não necessitando nem mesmo que esta seja em uma propriedade, mas podendo ser compensada por outra adquirida pelo latifundiário.
Por tal contribuição, que ultrapassa todas as benesses do governo Lula em financiamento no campo para o agronegócio, Rebelo tem recebido uma série de elogios dos latifundiários.
Nesta semana a Veja, revista conhecida como imprensa de aluguel para a repulsiva propaganda direitista dos latifundiários contra os sem-terra, elogiou o deputado do PCdoB. Em sua última edição, nº 2173, de 14 de julho, traz matéria de duas páginas intitulada “Um comunista de bom-senso”.
Assim como nas outras manifestações da imprensa burguesa, Aldo Rebelo aparece como a “parcela sensata” da base do governo e da esquerda.
Diz a revista que “Dilma propunha em seu programa ter uma etapa anterior à reintegração de posse das terras pela justiça, igual à que foi retirada às pressas do PNDH” e que “enquanto Dilma protagonizava a trapalhada do programa que fugiu a seu controle, um deputado da base governista, Aldo Rebelo, do PCdoB dava uma lição de racionalidade no trato com as questões de ocupações de terras”.
A direita procura esconder o fato de que uma parcela da base do governo Lula e da candidatura de Dilma sejam as organizações sociais, e que mesmo assim esta tem dado diversas declarações contra os sem-terra na imprensa procurando arrecadar apoio da ala ruralista por suas garantias de que irá reprimir os trabalhadores do campo. Isto ficou claro com as declarações de que em seu governo “não vestiria o boné do MST” ou que não irá permitir em seu governo “ilegalidades” por parte do MST.
Para a direita raivosa, no entanto, isto não é suficiente, é preciso um parlamentar que não apenas se apresentasse com uma fachada de esquerda para na prática garantir os interesses dos latifundiários. A direita ruralista precisa, graças à sua própria crise, de um parlamentar que diga-se de esquerda mas que coloque à frente um programa acabado de atendimento aos interesses dos latifundiários.
Ainda sobre a reforma do Código Florestal, diz a revista que “a aprovação do texto, ainda que em fase inicial, mostrou que muitas vezes o bom senso pode vencer a estreiteza ideológica (...) Rebelo revelou nesse episódio que , quando se trata de defender os interesses reais do Brasil, ele não tem nada de esquisito”.
A direita apresenta o “comunista” Aldo Rebelo como um parlamentar de bom-senso porque este é um testa-de-ferro dos latifundiários.
Aldo Rebelo já havia sido louvado em editorial da Folha de S. Paulo assinado pela principal liderança da direita ruralista no Senado, Kátia Abreu (DEM-TO) por sua “coragem moral”.
Em votação na última semana na comissão da Reforma do Código Florestal no Senado, formada em sua maioria pela ala ruralista, Aldo Rebelo foi aclamado por uma claque contratada pela Frente Parlamentar da Agropecuária e do Cooperativismo, da União Nordestina dos Produtores de Cana e da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso (Aprosoja).
Os manifestantes contratados gritavam em coro o nome de Aldo Rebelo, em agradecimento ao projeto apresentado e à vitória da votação na comissão por 13 votos a cinco.
Nenhuma destas demonstrações de apoio, que evidenciam o caráter direitista do PCdoB, sequer abalaram o parlamentar ou o partido, deixando evidente que esta organização, que possui direções dentro da burocracia sindical e da burocracia estudantil, funciona como uma máfia de verdadeiros infiltrados dos patrões, dos capitalistas e dos assassinos latifundiários dentre os trabalhadores e a juventude.
Os elogios da revista Veja são mais do que motivo para dizer que o PCdoB é uma máfia contratada pela direita à luz do dia.
Esta é a mesma imprensa que foi utilizada pela direita ruralista para defender a abertura da CPI do MST. O objetivo da criação da comissão foi inicialmente o de apurar a denúncia publicada pela revista Veja. Em edição de setembro de 2009, a revista acusava o MST de formar uma máfia cujo objetivo era lucrar em convênios com o governo.
Numa verdadeira campanha pela perseguição, massacre e prisão dos sem-terra, a revista trouxe em sua capa o título “MST - Até quando os crimes da quadrilha ficarão impunes?”.
Em parte do texto a revista dizia que "além de invadir, depredar e saquear fazendas, agora o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) também faz ameaça de morte, pratica extorsão e espalha o terror entre os próprios camponeses (...) uma organização criminosa, espalhada pelos quatro cantos do país, mantida por dinheiro dos contribuintes e cujo poder provém do livre exercício da violência.”
A Veja, como é de conhecimento público, não ataca apenas os trabalhadores do campo. Esta tem se colocado abertamente contra os mais importantes movimentos populares no último período, como ocorreu com a ocupação da USP, em que a revista descreveu os estudantes e trabalhadores como verdadeiros vândalos criminosos.
Diante destas declarações da imprensa mais reacionária que sai em apoio ao PCdoB, e que ao mesmo tempo pede a cabeça dos sem-terra, das lideranças dos movimentos sociais, dos trabalhadores, é preciso não apenas repudiar a política do PCdoB. É preciso mobilizar os trabalhadores para expulsar do movimento operário e estudantil as direções patronais deste partido, uma máfia contratada pelos patrões, pelos governos de direita e os latifundiários para atender seus interesses.
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