Debate da Band

Plínio Arruda rouba cena e é destaque do primeiro debate da TV, na 'Band'

Redação SRZD | Eleições 2010 | 06/08/2010 00h32

A principal atração do debate presidencial da "TV Bandeirantes", que ocorreu na noite desta quinta-feira, foi o candidato do PSOL, Plínio de Arruda Sampaio. O professor, que participou da fundação do PT e da legenda pela qual compete à Presidência da República, surpreendeu os adversários com colocações que destoaram do tom sóbrio imposto pelos dois principais candidatos, Dilma Rousseff e José Serra.
No início do debate, o presidenciável brincou com o domínio na imprensa dos três líderes de pesquisa. "Opa! Eram três, agora são quatro, e tem muitos outros que não puderam vir a esse debate." Após as perguntas entre candidatos, Plínio reclamou da preferência de Serra por perguntar a Dilma. "Se quiserem um blocão só para os dois, tudo bem. Eu também quero responder as perguntas".
O tucano ainda foi alvo de mais uma brincadeira do representante do PSOL. "O Serra é hipocondríaco. Só sabe falar de saúde." Marina Silva também não foi esquecida e foi chamada de "eco-capitalista".
Serra e Dilma discutem sobre temas de saúde e põem em confronto governos FHC e Lula
Os dois líderes das últimas pesquisas, José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff(PT), travaram um embate durante os três primeiros blocos do debate. O tucano e a petista discutiram especialmente questões voltadas à saúde, como os mutirões de cirurgias, a atenção aos portadores de necessidades especiais e a criação de clínicas públicas.
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Na questão sobre os mutirões de cirurgias, José Serra alegou que o governo Lula "parou os mutirões" e "nada acontece no momento". Dilma afirmou que não é contra os programas, mas "que devem ser aplicados só em questões de urgência", e que a União promoveu repasses aos estados que fizeram o programa.
A petista perguntou ao tucano sobre o Programa Luz para Todos e os dois compararam as gestões de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002) e Luiz Inácio Lula da Silva (2003-). Serra afirmou que foi uma ampliação de programas de Fernando Henrique e reprovou a criação de um novo imposto para as contas de luz para custear o projeto no governo Lula, enquanto Dilma criticou a cobrança que era feita aos produtores rurais para ter a luz elétrica no período anterior.
Marina Silva pediu para José Serra fazer uma análise entre os oito anos de governo e oito de oposição por que passou o ex-governador de São Paulo. O tucano respondeu que "sempre joga pelo Brasil" e diz trabalhar para "todos os brasileiros". A verde promoveu um "realinhamento histórico" para esquecer as divergências. Em pergunta a Dilma Rousseff, Marina comentou os 7% do PIB que deveriam ser destinados à educação. Dilma disse que 5% dos recursos foram aplicados pelo governo.
Plínio de Arruda Sampaio foi o contraponto do debate. Defendeu, em perguntas para os três candidatos, a reforma agrária, a distribuição de renda e a renúncia ao pagamento da dívida externa. O candidato do PSOL reclamou ainda sobre o papel de coadjuvante relegado a ele e Marina. "A desigualdade está aqui. Eu sou o menos perguntado nesse debate."
Jornalistas perguntam sobre carga tributária, estatais e política ambiental
O jornalista Joelmir Beting perguntou a Dilma sobre os juros altos e a carga tributária. A petista acredita que a carga "chegará a 30% em 2014" e defendeu a reforma na cobrança de impostos. Em réplica, José Serra afirmou que implantará a "Nota Fiscal Brasileira", que ajudará a reduzir os tributos.
Sobre as estatais, o tucano voltou a defender a valorização do patrimônio da União e "prestará atenção na qualidade do investimento". Dilma, em resposta, lembrou a proposta de deputados da base de apoio do tucano de privatizar a Petrobras. Na tréplica, o ex-governador de São Paulo disse que vai transformar os Correios em "uma estatal exemplar, sem loteamento político".
Marina Silva foi questionada sobre a transposição do Rio São Francisco e a hidrelétrica de Belo Monte. A verde respondeu que pediu a suspensão do leilão da usina "para resolver todas as questões" e disse ser "necessária" a passagem do curso do rio nordestino para outros estados da região. Em réplica, Plínio de Arruda Sampaio criticou a posição de Marina, dizendo que ela "precisa conciliar tudo" e chamou a candidata de "eco-capitalista".
Nas considerações finais, Marina faz poema
A candidata do PV lembrou de Dado, um menino que conheceu em uma favela de Rio Branco, para pedir aos candidatos que não deixem "dados jogados", ou seja, que considerem a melhora das condições do país para as gerações futuras. A senadora ainda disse que "falta muito para a educação de qualidade, que gera oportunidades".
Dilma Rousseff ressaltou a experiência de oito anos no governo Lula, dizendo ser "a mais interessante da minha vida". A petista ainda disse "ter o compromisso com a erradicação da pobreza" e destacou que as mulheres "estão preparadas para serem presidentes, e o Brasil está preparado para elas".
José Serra afirmou que concorrer à Presidência da República é "uma coisa que me emociona". Destacou também sua origem humilde, o exílio pela atividade no movimento estudantil e diz que voltou à disputa pelo cargo para "abrir as oportunidades para todos".
Plínio de Arruda Sampaio criticou o que chamou de "discriminação" que sofreu no encontro. O candidato do PSOL ainda disse que existe um "muro no país" e quer "superar isso com força e vontade política". Além disso, pediu aos eleitores que votem "naqueles que vão lhe ajudar a derrubar essa muralha".
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*Atualizada à 01h09