sexta-feira, 27 de agosto de 2010

O Brasil acabou nas mãos dos bancos

*O Brasil acabou nas mãos dos bancos, quem diria? E com as bênçãos do


príncipe operário...*



Gostaria que alguém me explicasse melhor essa aliança da esquerda chapa

branca com os banqueiros

Se tiver recebendo o texto com problema, clique em

http://www.porfiriolivre.info/2010/08/o-brasil-acabou-nas-maos-dos-bancos.html



"Graças a Deus os bancos estão ganhando dinheiro, porque, quando eles não

ganham dinheiro, eles dão mais prejuízo".



Luiz Inácio Lula da Silva, São Paulo, 9 de agosto de 2010.



"O que é assaltar um banco, em comparação com fundar um banco?"



Bertolt Brecht, dramaturgo e pensador alemão (1898 -1956)



Vou logo dizendo e desafiando que me provem o contrário: nenhum país

dominado pelos bancos, isto é, pela especulação financeira, vai muito longe.

Digo mais: o Brasil está nas mãos de uma meia dúzia de agiotas com as

bênçãos desse governo aí, que pôs uma raposa para tomar conta do galinheiro

e, mesmo assim, ainda consegue enganar a todo mundo com o uso dos piores

expedientes - a manipulação da informação, a distribuição de migalhas, a

corrupção do pensamento crítico e a compra e cooptação dos novos pelegos

sociais.



Os números estão aí e só não vê quem está mamando ou esperando a fila andar.



Meirelles no BC fez a festa dos coleguinhas da banca



Dados da consultoria Economática não me deixam mentir: o setor de bancos foi

o mais lucrativo entre as empresas de capital aberto (com ações na Bolsa) do

país no segundo trimestre de 2010. Os 25 bancos com papéis na Bovespa

lucraram R$ 10,1 bilhões e ficaram na frente do setor de petróleo e gás, que

ganhou R$ 8,5 bilhões e veio em segundo.



Um escândalo que só a batuta de Henrique Meireles poderia produzir: desde

priscas eras, diz-se que o melhor negócio do mundo é petróleo; e nesta

atualidade esfumaçada, já existe até uma guerra civil na mídia pela fartura

de um petróleo que estaria jorrando por todos os poros.



Em comparação com o mesmo período do ano passado, o lucro dos bancos subiu

18,38% (no segundo trimestre de 2009, os 25 bancos haviam ganho R$ 8,5

bilhões). Outro estudo da mesma consultoria é mais chocante: o lucro líquido

dos três maiores grupos do país - Banco do Brasil (BB), Itaú e Bradesco, que

respondem hoje por quase 80% do mercado - saltou quase 420% entre os oito

anos do governo Fernando Henrique Cardoso e os sete anos e meio da gestão

Luiz Inácio Lula da Silva. Os ganhos dessas instituições somaram R$ 167,471

bilhões desde 2003, contra R$ 32,262 bilhões no governo anterior.



Na Era Lula, a boa vida de fazer inveja



O CORREIO BRAZILIENSE mostrou que o carnaval dos bancos é mais alegre no

governo Lula: "dados consolidados pelo Banco Central, referentes aos sete

anos da administração do petista, mostram que as 100 maiores instituições

financeiras do país acumularam no período R$ 127,8 bilhões em lucros, o

equivalente a 2,3 vezes os R$ 55,2 bilhões gastos pelo Ministério do

Desenvolvimento Social por meio do Bolsa Família, programa que ajuda a

melhorar as condições de vida de 46 milhões de brasileiros.

Nem mesmo o estrago provocado pela crise mundial foi suficiente para inibir

o apetite dos bancos. No ano passado, também segundo o BC, as 100 maiores

instituições engordaram os seus cofres com ganhos de R$ 23,2 bilhões,

resultado que superou em 26% os retornos de 2008 (R$ 18,4 bilhões). Isso,

apesar de o Produto Interno Bruto (PIB), o total de riquezas produzidas pelo

Brasil, ter encolhido 0,2% na mesma comparação".



Quem acompanha o mercado de perto avisa: o último ano da gestão Lula será

fechado com pompa pelo sistema bancário: os lucros serão os maiores da

história, o que já está sendo comprovado desde os números do primeiro

trimestre.



Os dados do BC consideram, porém, somente os resultados dos bancos com a

atividade própria. Ou seja, não contabilizam, por exemplo, as seguradoras

controladas por eles, que têm inflado ainda mais os ganhos. Pelo critério do

BC, o BB embolsou R$ 6,1 bilhões no ano passado (o total passou de R$ 10

bilhões, um recorde). Já Itaú Unibanco e Bradesco ganharam, respectivamente

R$ 5,4 bilhões (foram R$ 10 bilhões no geral) e R$ 4 bilhões (R$ 8 bilhões).



Controlando empresas de outros ramosTambém não relatam o controle que alguns

bancos exercem sobre empresas de outros ramos. Além dos bancos Itaú Unibanco

e Itaú BBA, a Itausa controla empresas como Duratex, Elekeiroz, Deca e

Itautec. No primeiro trimestre deste ano, a holding apresentou lucro líquido

consolidado de R$ 3,47 bilhões no primeiro trimestre, um aumento de 25,8%

sobre os R$ 2,75 bilhões em igual trimestre de 2009.



Com 21% das ações da Valepar, o Bradesco indicou o atual presidente da Vale

do Rio Doce, responsável pela exportação de minério bruto para o mundo (um

crime)embora a maior fatia na holding (49%) seja de recursos dos fundos de

pensão das estatais, particularmente o Previ. Agora, Bradesco e Banco do

Brasil assinaram contrato de associação com o Banco do Espírito Santo, em

suas agências da África.



O BB, aliás, está dando gás ao Bradesco em empresas como a OdontoPrev, da

qual o banco privado é sócio. A parceria envolve estudos para criação de uma

empresa com 75% do capital da BB Seguros (49,99% das ações ordinárias e 100%

das preferenciais) e de 25% do capital total da OdontoPrev, equivalentes a

50,01% de suas ações ordinárias.



Ainda assim, festejam o sucesso da especulação



A feérica festa dos banqueiros - hoje uma meia dúzia - explica por si a

insanidade púrpura que desenvolve o culto ao masoquismo burilado. Até outro

dia, sabíamos todos que o capital financeiro é a terrível fonte da

apropriação perversa de toda a atividade produtiva. Agora, o discurso

inverteu. O sucesso da especulação é festejado em prosa e versos pelo

príncipe operário.



Um banco é um grande cassino onde rigorosamente o seu sucesso acontece na

proporção exata da espoliação dos seus clientes. O banco de hoje é ainda

mais insaciável do que nos idos do primeiro Rothschild, ou nos tempos em que

assassinaram dois presidentes norte-americanos para forçar a criação do

Federal Reserve privado, intento conseguido em 1913, pelas mãos de um

ex-reitor corrupto, o presidente Thomas Woodrow Wilson, financiado em sua

campanha por J.P Morgan e coleguinhas.



São mais vorazes porque já não vivem só da usura. Para explorar clientes

indefesos, muitos compulsórios, cobram por uma porção de serviços.



Ao todo, as receitas com cobrança de serviços impostos - tarifas bancárias,

de fundos de investimentos, de seguros etc. - saltaram 83% entre as eras FH

e Lula, somando R$ 258,7 bilhões só entre 2003 e junho passado, segundo a

Economática. No caso do Bradesco, as receitas com serviços cresceram 130% no

período, somando R$ 76,1 bilhões.



Demitindo e contratando por salário menorCuriosamente, essa engorda

festejada por Lula e pelo PT se deu junto com a redução do número de bancos,

tendência cada vez mais observada. Como é da lógica do capital, as fusões

vieram com demissões em massa de bancários e fechamentos de agências. Só no

primeiro semestre de 2010, os bancos demitiam 18.261 empregados, segundo o

DIESE.



E mais: quando voltam a contratar, os bancos estão pagando menos 38% a cada

bancário, como constatou a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo

Financeiro. Em média, os demitidos ganhavam R$ 3.500,00. Seus eventuais

substitutos recebem R$ 2.200,00.



Como compensação, em 2009, o governo determinou a abertura de 15 mil vagas

nos bancos oficiais. Isto é, os privados "enxugam e otimizam" seus custos.

Os públicos são chamados a compensar, com reflexos inevitáveis em seu

desempenho.



Banco, uma fraude pela própria naturezaQuando digo que sujeitar a economia

de um país à banca é uma temeridade, não estou inventando a roda. A crise do

ano passado foi parida no sistema financeiro da economia mais serelepe do

mundo. Mas se quiser saber mais, nos mínimos detalhes, sugiro ler o estudo

de Nehemias Gueiros Junior, da FGV, que mostra a maior fraude da história

Vale repisar: banco não tem dinheiro; especula com o meu, o seu, o nosso

depósito. Porque qualquer peão tem de abrir uma conta para receber salário -

aí ele é atacado por todos os lados, obrigado a ter cartão de crédito e a um

monte de "produtos" empurrados goela abaixo.



Como você deve saber, a economia brasileira está na mão do Banco Central,

que está na mão de um banqueiro nascido e criado no valhacouto dos agiotas.

Senhor dos anéis, o BC joga principalmente com as taxas de juros, como forma

de inibir a inflação. Só que a cada elevação da taxa básica, os bancos se

enchem de gás para aumentar suas próprias taxas.



Então, temos:



1) as taxas cobrados aos clientes são muito maiores do que a oficial;



2) os bancos remuneram nossas aplicações na renda fixa por uma mixaria tão

braba que por meses a inflação subiu mais. Mas na hora de emprestar é um

horror: o cheque especial, por exemplo, cobra mais de 100% ao ano.



No contexto universal, os bancos sediados no Brasil registraram lucros

maiores do que os do primeiro mundo. Curioso, não acha? Desde 2005, A

rentabilidade sobre o patrimônio líquido de bancos brasileiros superou o

resultado obtido pelas maiores instituições dos Estados Unidos. É o que vem

mostrando o ranking de ROE (Return on Equity, rentabilidade sobre o

patrimônio), no qual quatro bancos brasileiros figuram no topo da tabela

entre os 20 maiores por ativos.



Não há estatísticas oficiais, mas todo mundo sabe que os bancos são campeões

de leis e decisões judiciais em seu favor, graças a um lobby sinistro

mantido pela Febraban, que joga na onze: exemplo emblemático foi a boca

livre organizada para magistrados em 2006, descrita com maestria por

Fernando Rodrigues, na FOLHA DE SÃO PAULO:



"O feriado de Sete de Setembro foi especial para 16 ministros (dois

aposentados) do STJ (Superior Tribunal de Justiça) e 31 desembargadores de

sete Estados: eles receberam passagem e estada grátis no resort de luxo

Transamérica da Ilha de Comandatuba, no litoral baiano, para assistirem a

algumas palestras sobre como funciona a arquitetura do crédito do sistema

bancário brasileiro.O patrocínio do evento foi da Febraban (Federação

Brasileira de Bancos), que arcou com uma fatura de ao menos R$ 182 mil com

hospedagem e transporte dos 47 juízes".E os políticos? E os príncipes do

Banco Central que ou vieram dos bancos privados, como o Meireles, ou se

tornam banqueiros depois que deixam os cargos oficiais?



Francamente, à luz do dia não dá para entender a omissão e cumplicidade

desse grupo dito de esquerda, que está por cima da carne seca e tende a

perpetuar-se no poder por muitos longos e tenebrosos invernos.

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