quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Devastação florestal no Amazonas ameaça a ZFM

CAMPEÃO DO DESMATAMENTO

Devastação florestal no Amazonas ameaça ZFM



Recentemente, os professores doutores da Universidade Federal do amazonas, Alexandre Rivas e José Alberto Machado, especialistas em desenvolvimento regional, foram à Brasília e apresentaram no Congresso Nacional um estudo pago pela Petrobras com apoio da Suframa e entidades de classe do setor produtivo, para demonstrar a relação íntima entre o modelo industrial da Zona Franca – sem chaminés – e a preservação da cobertura vegetal do Estado, algo entre 95% e 98%. A tese antecedeu à votação da prorrogação dos incentivos da Zona Franca de Manaus por mais 10 anos e a ampliação desses incentivos para os oito municípios que compõem a Região Metropolitana de Manaus, a Grande Manaus. Esses dois avanços de regimes fiscais diferenciados, propostos e aprovados pela lavra e prestígio político do senador Artur Neto, começarão a ser questionados pelas bancadas dos demais estados e pela opinião pública do país caso o desmatamento do Amazonas mantenha os índices alarmantes flagrados pelos órgãos de vigilância ambiental.

No topo do ranking
Estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela a presença do Amazonas como o terceiro estado que mais desmata na Amazônia. Somente nos últimos 12 meses o estado desmatou o equivalente 24 quilômetros, mas ainda perde para  Pará (161 quilômetros e Mato Grosso ( 36,5 km). Isso derruba a tese de que a ZFM impede os desmatamentos na região. Em outras palavras, se  a Zona Franca  não inibe a devastação por  que Rondônia, Acre ou Roraima, para citar vizinhos extremamente pobres não usufruem dos benefícios fiscais que o Amazonas recebe? De quebra, esse desempenho ambiental vai dar mais argumentos e desculpas rigorosamente procedentes para o boicote à  recuperação da rodovia BR 319,que interliga o Estado ao resto do país. E pra complicar, o governo do Amazonas, na gestão Braga, focou a promoção do Estado na defesa do preservacionismo, uma bandeira que esses índices de desmatamento têm tudo para desmentir.

Devastação regional diminui
Apesar da devastação que representa a derrubada de árvores numa área equivalente a 1.808 quilômetros quadrados,  o governo federal entende que o ritmo da devastação da floresta amazônica sofreu uma  freada de 49%  nos últimos 12 meses.
 O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) informou que deixaram de ser desmatados 1.728 km2 nesses 12 meses. Pela primeira vez o Amazonas aparece, ao lado do Pará, Mato Grosso e Rondônia, como um dos que mais tem desmatado.  Isso constrange, desmoraliza e desautoriza a divulgação da bandeira da sustentabilidade. Como exigir tratamento diferenciado se adotarmos os mesmos padrões da economia predatória que desmoralizaram ambientalmente Mato Grosso, Pará e Rondônia?

Sul do Amazonas
Os maiores desmatamentos foram identificados no Pará (161 km2), Mato Grosso (36,5 km2) e Amazonas (24 km2). A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira,chamou a atenção para  "aumento residual" nas derrubadas registradas no Amazonas.  Lábrea foi um dos principais polos da destruição.  "Não sabemos ainda o que está ocorrendo. Esses dados são para auxiliar no processo de fiscalização. Verificou-se um pico [de desmatamento] em relação ao Amazonas e dirigimos a fiscalização. Estamos avaliando o que ocorre lá para novas operações.

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